A voz é uma parte muito importante da comunicação não verbal. Cada vez que falamos, a nossa voz diz aos outros algo sobre nós: género, estado emocional, a nossa relação com a pessoa com quem estamos a falar, idade, origem, origem, nível de escolaridade e assim por diante. Esses dados estão incluídos em pequenos fragmentos de fala, que podem ser lidos com notável precisão. Codificamos informações sobre nós mesmos quando falamos, os outros decodificam essas informações (da melhor maneira que podem).
Cuidado com as pessoas cuja barriga não se mexe quando riem. – Provérbio chinês
As mensagens que enviamos com a nossa voz são conhecidas como paralinguagem. Muitas vezes não é o que dizemos, mas como o dizemos que determina o resultado de uma interação. Nossa paralinguagem vocal é composta por todos os sinais diferentes das palavras que usamos: pronúncia, sotaque, fluência, emoção, carisma, sarcasmo, desprezo, deferência, verdade ou engano etc.
A paralinguagem vocal é extremamente sutil, mas as pistas em nossas vozes são claras e legíveis. Isto torna a paralinguagem vocal um dos “canais” mais poderosos de comunicação não-verbal.
A expressão “OK” tem significados diferentes dependendo se é falada com sinceridade ou sarcasmo, e a nossa interpretação influencia a forma como respondemos à pessoa que a disse. O tom da nossa voz pode nos ajudar a comunicar o que queremos dizer ou pode revelar pensamentos que pretendemos ocultar. O som de nossa voz revela aos outros nosso estado emocional, atitudes, personalidade, status e necessidades de manutenção de interação ou de troca de turnos. A forma como falamos influencia a forma como os outros interpretam as nossas intenções, bem como o quão credíveis, inteligentes ou atraentes eles nos julgam.
As características da paralinguagem são: altura, volume, velocidade, articulação, pronúncia, hesitações e silêncio. Cada um desempenha um papel importante nas impressões que os outros formam de nós.
Tom.
Tom é o agudo ou grave da voz. É controlado pela respiração e pela tensão das cordas vocais à medida que elas abrem e fecham para criar o som. Essa tensão restringe o fluxo de ar e cria vibração. Os tons mais altos estão associados às vozes femininas e os tons mais baixos às vozes masculinas. Percebemos vozes graves com força, sensualidade e maturidade, e vozes agudas com desamparo, tensão e nervosismo. Todos nós temos um tom modal ou habitual – aquele que usamos com mais frequência quando falamos – também variamos nosso tom para refletir nosso humor e interesse em conversar. Diminuímos o tom quando estamos tristes e aumentamos quando estamos entusiasmados. O tom animado incentiva alguém a continuar falando, enquanto um discurso monótono o desencoraja. Nosso tom expressa nosso estado emocional; por exemplo, pode comunicar raiva ou aborrecimento, paciência ou tolerância.
Volume.
De modo geral, os ouvintes preferem uma voz alta a uma voz suave. No entanto, ambos podem ser úteis. Uma voz alta é autoritária e chama a atenção, mas, ao mesmo tempo, pode ser percebida como agressiva. Uma voz suave pode refletir calma e autoconfiança, mas também timidez. Qualquer um deles, entretanto, pode se tornar uma distração se usado excessivamente ou com a intenção errada. Nosso volume deve refletir a natureza da nossa mensagem, o tamanho e a acústica do espaço em que estamos, a nossa proximidade com a outra pessoa e qualquer ruído ou conversa concorrente. Usamos para aumentar o volume para enfatizar palavras e ideias específicas e para refletir a intensidade de nossas emoções. Da mesma forma, uma diminuição repentina no volume pode adicionar suspense ou manter a atenção de outra pessoa. O volume variado é mais eficaz.
Avaliar.
Os ouvintes preferem um ritmo ligeiramente mais rápido a um ritmo mais lento. No entanto, a fala rápida pode sinalizar impaciência, nervosismo e insegurança. A fala mais lenta, por outro lado, é útil para defender um ponto importante. Palestrantes que variam o ritmo e usam pausas mantêm os ouvintes mais envolvidos.
A maioria de nós fala a uma taxa média de 150 palavras por minuto. Quando ultrapassamos 275 a 300 palavras por minuto, é difícil para os outros compreenderem o que dizemos. Por outro lado, se falarmos muito devagar, os outros podem nos considerar tímidos ou sem inteligência. Um ritmo de fala excessivamente deliberado contribui para o tédio, a falta de atenção e a indiferença dos outros. À medida que nossa taxa aumenta, também aumentam as avaliações do nosso nível de intensidade emocional. Ao falar de assuntos mais sérios, muitas vezes diminuímos o ritmo; por outro lado, nossa velocidade de fala geralmente acelera à medida que passamos a falar sobre assuntos mais leves. Um tom monótono pode indicar tédio, raiva ou apreensão. Um tom rápido reflete agitação, excitação e felicidade, um tom baixo mostra seriedade, serenidade ou tristeza.
Articulação e Pronúncia.
Os atributos sonoros de articulação e pronúncia afetam a inteligibilidade da mensagem, bem como as percepções de credibilidade. Articulação é a maneira como pronunciamos sons individuais. Idealmente, os sons da nossa fala são nítidos e distintos. Quando não conseguimos emitir um som final (um t ou d final, por exemplo), não conseguimos produzir os sons das palavras adequadamente ou pronunciamos um som de forma pouco clara e imprecisa. (venha comigo versus venha comigo, dem contra eles, idealizador versus ideia), a percepção de nossa credibilidade diminui. Quando pronunciamos mal uma palavra, podemos sofrer uma perda de credibilidade e aqueles que nos ouvem podem ter mais dificuldade em compreender o que dizemos. Resmungar muitas vezes indica falta de confiança. Um falante que murmura cronicamente deve praticar a enunciação todos os dias e em combinação com volume, ritmo e tom eficazes.
Hesitações e silêncio.
Saber quando fazer uma pausa é uma habilidade crítica. Quando nervosos ou tensos, podemos apresentar uma tendência a preencher todas as pausas, muitas vezes inserindo sons ou frases sem sentido, como uh, você sabe, ou tudo bem, no esforço de preencher os vazios. Estes fenómenos perturbam o fluxo natural da fala e afectam negativamente a forma como os outros percebem a nossa competência e confiança. Além de diminuir o ritmo da fala e enfatizar ideias-chave, breves períodos de silêncio ou pausas nos dão a oportunidade de organizar nossos pensamentos. Pausas prolongadas nos permitem dar ao outro o “tratamento silencioso”, um meio pelo qual ignoramos uma pessoa, dizendo-lhe sem usar palavras: “Eu não me importo com você, você não existe para mim”. Também tendemos a ficar em silêncio durante momentos de extrema ansiedade ou aborrecimento.
Como estar atento ao som da sua voz.
Grave sua voz em um dispositivo de gravação, reproduza-a e procure padrões ou extremos. Ao falar, examine sua voz junto com sua linguagem corporal para ver como elas combinam.
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Tags: comunicação não verbal, voz