Telma Vinha: Analisando os Impactos da Cultura Extremista nos Ataques Violentos em Escolas
Telma Vinha, coordenadora do Grupo Ética, Diversidade e Democracia na Escola Pública, do Instituto de Estudos Avançados da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), aponta que, ao longo dos anos, os fatores que levam crianças e jovens a realizar ataques a instituições de ensino mudaram
A Evolução das Motivações
Ataques a escolas não são um fenômeno novo, mas suas motivações têm evoluído com o tempo. Antigamente, o bullying era frequentemente apontado como a principal causa. No entanto, a coordenadora do Grupo Ética, Diversidade e Democracia na Escola Pública da Unicamp, Telma Vinha, aponta que essa realidade tem se transformado. Além do sofrimento vivido pelos estudantes, um novo fator tem emergido como influência crucial: a cultura extremista.
A Ascensão da Cultura Extremista e seu Apelo aos Jovens
Hoje em dia, grupos extremistas têm encontrado espaço significativo nas vidas de jovens estudantes. A cultura extremista oferece um forte senso de pertencimento, acolhimento e identidade aos jovens, algo que muitas vezes as escolas não conseguem proporcionar de forma igual. Esse poder de acolhimento é explorado por esses grupos, que utilizam táticas de recrutamento online, principalmente nas redes sociais e plataformas de jogos online.
A Face Obscura da Cultura Extremista
A cultura extremista não é apenas uma busca por pertencimento. Ela tem uma face obscura que glorifica atos de violência, como atentados terroristas, massacres e atiradores em massa. Além disso, ela dissemina teses pseudocientíficas para justificar hierarquias sociais baseadas em gênero, etnia, religião e outros atributos. Essas narrativas tóxicas podem levar os jovens a adotarem visões distorcidas do mundo, aumentando o risco de comportamentos violentos.
Desafios para as Escolas e a Sociedade
As escolas enfrentam o desafio de competir com a atração oferecida pelos grupos extremistas. A necessidade de criar ambientes inclusivos, empáticos e de pertencimento se torna ainda mais crucial. Além disso, é importante que educadores estejam cientes das atividades online de seus alunos e possam identificar sinais de radicalização precoce.
Estratégias de Prevenção e Intervenção
A prevenção e intervenção requerem uma abordagem multifacetada. É essencial investir em educação socioemocional, promovendo o respeito à diversidade e o diálogo construtivo. A alfabetização midiática e digital também desempenham um papel vital, capacitando os jovens a discernir informações e identificar conteúdo extremista.
O cenário dos ataques violentos em escolas evoluiu, e as motivações agora incluem a influência da cultura extremista, que oferece um senso de pertencimento e identidade para jovens em busca de conexão. No entanto, essa cultura também glorifica a violência e dissemina narrativas prejudiciais. As escolas e a sociedade em geral enfrentam o desafio de competir com essa atração e proporcionar ambientes seguros e acolhedores, enquanto as estratégias de prevenção devem ser abrangentes e centradas na educação, alfabetização e conscientização. Somente através de esforços colaborativos e abordagens holísticas poderemos enfrentar esse problema emergente e construir um futuro mais seguro e harmonioso para nossos jovens.
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