Que fatos podem ser tomados para assinalar, didaticamente os limites da literatura pré-modernista no Brasil?
Limites da literatura pré-modernista no Brasil
A literatura pré-modernista no Brasil se refere a um período de transição entre o final do século XIX e o início do século XX, onde a produção literária do país estava sendo influenciada pelos movimentos artísticos europeus e pelos avanços tecnológicos que ocorriam na época. Nesse contexto, surgiram diversas obras que refletiam as mudanças sociais, políticas e culturais do país.
No entanto, é importante destacar que a literatura pré-modernista no Brasil tinha seus limites, que foram marcados por diversos fatos históricos, sociais e culturais. Neste artigo, abordaremos alguns desses fatos que podem ser usados para assinalar, didaticamente, esses limites.
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- Inexistência de uma identidade nacional
Uma das características da literatura pré-modernista no Brasil era a inexistência de uma identidade nacional clara e definida. Isso ocorria porque o país ainda estava em processo de formação, com uma sociedade diversificada e fragmentada, onde diferentes culturas e tradições conviviam. Além disso, a elite brasileira da época valorizava mais a cultura europeia do que a cultura local.
Por esse motivo, as obras literárias da época refletiam essa falta de identidade nacional, apresentando uma mistura de elementos europeus e locais, sem um padrão definido. Isso pode ser observado, por exemplo, nos romances de Aluísio Azevedo, que retratavam a realidade social brasileira, mas com uma linguagem e estilo literário influenciados pelo Naturalismo francês.
- Predominância de temas sociais
Outra característica da literatura pré-modernista no Brasil era a predominância de temas sociais em suas obras. Isso ocorria porque o país passava por um momento de mudanças sociais profundas, com o fim da escravidão, a urbanização e a industrialização crescente.
Nesse contexto, os escritores da época se preocupavam em retratar a realidade social brasileira, denunciando as injustiças, as desigualdades e as mazelas da sociedade. Isso pode ser observado, por exemplo, na obra “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, que retrata a Guerra de Canudos e as tensões sociais e políticas do Brasil no final do século XIX.
- Ausência de experimentação formal
A literatura pré-modernista no Brasil também era marcada pela ausência de experimentação formal em suas obras. Isso ocorria porque os escritores ainda estavam presos a um estilo literário tradicional, influenciado principalmente pela literatura europeia.
Por esse motivo, as obras da época apresentavam uma linguagem e um estilo literário conservadores, sem grandes inovações formais. Isso pode ser observado, por exemplo, nos poemas de Olavo Bilac, que seguiam as regras da poesia parnasiana e buscavam retratar a beleza idealizada da realidade.
- Limitações tecnológicas
Por fim, outro fator que assinala os limites da literatura pré-modernista no Brasil é a limitação tecnológica da época. Naquela época, a impressão em massa ainda era uma novidade, e muitos
livros eram produzidos artesanalmente, o que tornava o processo de publicação e distribuição mais lento e limitado.
Além disso, a falta de acesso à educação e à leitura por parte da população brasileira também limitava a circulação das obras literárias. Isso dificultava a difusão das ideias e das tendências literárias que surgiam na Europa e em outros países