Por que é comum usar a preposição “com” com o verbo “namorar”?
A seguir, constam possíveis explicações para essa variação na transitividade do verbo “namorar”. A única explicação que não condiz com a regra é:O verbo ‘namorar’ pertence ao mesmo campo semântico de verbos como ‘noivar’ e ‘casar’, os quais são regidos pela preposição ‘com’: ‘Eu noivei com Pedro’; ‘Maria casa com Pedro no mês que vem’. Por analogia com esses dois verbos, muitos falantes tomam como normal a construção ‘Pedro namora com Maria’.
Explorando as Ideias por Trás da Variação do Verbo “Namorar” na Língua Portuguesa
A língua portuguesa é um organismo vivo, moldado pela interação constante entre as pessoas que a utilizam. Dentro desse contexto, é fascinante examinar as ideias subjacentes à variação do verbo “namorar”, que desafia a norma tradicional da língua. A premissa convencional estabelece que o verbo é transitivo direto, demandando estruturas como “Pedro namora Maria”. No entanto, o uso cotidiano muitas vezes adota a preposição “com”, como em “Pedro namora com Maria”. Neste artigo, mergulhamos nas raízes dessa variação e exploramos possíveis explicações que sustentam a utilização da preposição “com” com o verbo “namorar”.
1. Norma versus Diversidade: Uma Jornada pelas Variações
A divergência entre a norma gramatical e o uso real é uma característica intrigante das línguas vivas. No caso do verbo “namorar”, a norma prescreve sua utilização como transitivo direto, contudo, a preposição “com” é frequentemente adotada na prática. Esta discordância levanta uma pergunta intrigante: quais são as ideias que moldam essa variação?
2. Desvendando as Possíveis Razões por Trás da Variação
Dentre as explicações que circundam essa variação, algumas se destacam por seu potencial explicativo:
2.1 Analogia com Verbos Afins
Uma das ideias que surge é a analogia com verbos que compartilham o campo semântico dos relacionamentos amorosos, como “noivar” e “casar”. Esses verbos exigem a preposição “com” para estabelecer a relação entre os indivíduos envolvidos, a exemplo de “Eu noivei com Pedro” ou “Maria casa com Pedro no mês que vem”. Essa analogia pode influenciar os falantes a considerar natural a construção “Pedro namora com Maria”.
2.2 O Conceito de Companhia
A preposição “com” frequentemente expressa o conceito de companhia, e uma das ideias associadas ao verbo “namorar” é a de estar em companhia de alguém de maneira amorosa e romântica. Visto que o ato de namorar envolve a presença de duas pessoas, alguns falantes podem encontrar justificativa na utilização da preposição “com” para capturar esse aspecto de convívio.
2.3 Diferenciando Significados
Outra explicação relevante está relacionada à distinção de significados do verbo “namorar”. Além de representar um relacionamento amoroso, o verbo também é usado para denotar desejo por algo, como em “Estou namorando aquele abajur há algum tempo”. Para demarcar claramente esses dois sentidos, muitos falantes preferem empregar a preposição “com” quando o verbo se refere a um relacionamento amoroso.
2.4 Reflexos nas Construções Reflexivas
O modo reflexivo do verbo “namorar”, como em “se namora”, também contribui para a variação. Como a construção reflexiva implica uma ação direcionada a si mesma, muitos falantes podem estabelecer conexões entre essa estrutura e o uso da preposição “com” no contexto de relações amorosas. Isso pode gerar maior aceitação da preposição nesse contexto.
2.5 A Intertwinação entre “Namorado(a)” e “Namorar”
A relação intrínseca entre “namorado(a)” e o verbo “namorar” também influencia a variação. Como “namorado(a)” se refere à pessoa com quem há um relacionamento amoroso, alguns falantes podem perceber coerência em empregar a preposição “com” ao conjugar o verbo “namorar” de forma direta, em paralelo à forma reflexiva (“se namora”).
3. Conclusão: Um Vislumbre das Complexidades Linguísticas
A variação na transitividade do verbo “namorar” é um exemplo fascinante das complexidades da linguagem em evolução. Embora a norma o classifique como transitivo direto, a inclusão da preposição “com” não pode ser subestimada. Investigar as diversas explicações para essa variação nos ajuda a compreender as sutilezas da linguagem e a relação intrincada entre gramática e significado. À medida que a língua continua sua trajetória de transformação, é fundamental observar e analisar tais mudanças para enriquecer nossa apreciação da comunicação verbal e suas ideias subjacentes.
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