O ácido sulfônico é usado como base para fabricação, principalmente, de detergente em pó ou líquido. Ele é eficiente para retirada de sujeiras e reage bem com gordura. A substância também forma bastante espuma quando exposta, o que explica as imagens feitas por moradores e pela própria prefeitura no Rio Seco, onde as águas ficaram brancas e espumosas imediatamente.

De acordo com a polícia, a identificação exata do material que era levado no caminhão e que acabou despejado na água é ácido alquilbenzenossulfônico. Sua identificação é possível através do número ONU (por ser estabelecido pela Organização das Nações Unidas) 2586. É tido como um produto corrosivo e capaz de se misturar na água.

De acordo com o sistema de emergências químicas da Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb), baseado na Ficha de Segurança de Produtos Químicos (Fispq), as pessoas devem evitar contato com o ácido. Em caso de intoxicação por contato líquido, segundo o manual, ele pode causar irritação na pele e nos olhos e, se ingerido, causará náuseas. Nas medidas de segurança, a ficha prevê que se deve “evitar contato com o líquido, manter as pessoas afastadas, chamar os bombeiros, parar o vazamento, se possível, isolar e remover o material derramado”. Tudo com uso de EPIs.

A alta concentração pode afetar alguns tipos de alga e, consequentemente, provocar reações em certas espécies de peixes. O manual também informa que o ácido sulfônico se decompõe com o tempo, fato que converge com as informações que vêm sendo compartilhadas pela prefeitura de Joinville. Em última atualização, na noite desta segunda-feira, o município afirmou que “os níveis do índice de concentração do composto químico estão baixando, mas ainda não atingiram o patamar suficiente para que a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Cubatão possa voltar a operar normalmente”. A orientação é para que as pessoas continuem economizando água.

Na primeira medição feita pelas equipes da prefeitura, logo após o despejo provocado pelo acidente, os exames mostraram que, por volta das 10h, o índice de contaminação era de 0,19mg/L da substância nas águas próximas à Estação de Tratamento do Cubatão. O nível aceitável para a presença do componente é de 0,5mg/L. Às 14h30, o índice atingiu o pico: 1,09mg/L. Na medição das 16h30, no entanto, a taxa já havia diminuído para 0,63mg/L, o que indica um viés de queda.

Um motorista flagrou o momento em que o caminhão carregado com a substância parece perder o controle, trafegando entre as duas pistas, até que bate no barranco. A colisão foi tão forte que o veículo chegou a pegar fogo. O condutor, segundo a Polícia Militar, teve apenas lesões leves. Aos policiais, o motorista afirmou que o acidente aconteceu “por falta de freios no veículo”.

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