A ativista e especialista em questões militares Rocío San Miguel, detida quando se preparava para deixar a Venezuela, será acusada de “traição à pátria”, “terrorismo” e “conspiração”, informou o procurador-geral, Tarek William Saab, nesta segunda-feira.
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Saab declarou que o Ministério Público solicitará ao tribunal antiterrorismo que cuide do caso de “privação judicial preventiva de liberdade contra a cidadã Rocío del Carmen San Miguel Sosa pela suposta prática dos crimes de traição, conspiração, terrorismo e associação, entre outros”.
A defesa de Rocío afirmou que ela e cinco de seus familiares — sua filha, dois irmãos, seu pai e seu ex-marido — são alvo de um “desaparecimento forçado”. De acordo com a equipe da ativista, ela já passa 100 horas incomunicável e compareceu a audiência de apresentação sem advogados de sua confiança para garantir “o direito à assistência jurídica”.
— [Este é] um padrão claro de desaparecimento forçado — disse Juan González Taguaruco, um dos advogados de defesa da ativista detida em 9 de fevereiro na área de imigração do aeroporto de Maiquetía, que serve Caracas.
O Ministério Público também solicitará a privação preventiva de liberdade do militar reformado Alejandro José Gonzales De Canales Plaza, ex-companheiro de Rocío, pela “suposta prática dos crimes de revelação de segredos políticos e militares relativos à segurança da nação, obstrução de administração da Justiça e associação”.
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Saab indicou que estava em andamento uma audiência de apresentação de seis “cidadãos que, após rigorosas investigações preliminares, parecem supostamente envolvidos na trama conspiratória chamada ‘Brazelete Blanco'”.
O procurador não especificou se entre as seis pessoas apresentadas em tribunal estão familiares de Rocío. O governo descreveu “Brazelete Blanco” como um plano para atacar uma base militar em Táchira, na fronteira com a Colômbia, para posteriormente assassinar o presidente venezuelano Nicolás Maduro.