A Arquidiocese de São Paulo abrirá uma nova investigação contra o padre Julio Lancellotti, com base num “suposto novo fato de abuso sexual”. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, trata-se de uma “averiguação prévia”, para achar elementos para uma possível denúncia.
Além de alvo de denúncias de supostos abusos sexuais, o pároco está na mira da CPI das ONGs, proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil).
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Em nota, a Arquidiocese afirmou que “a recente divulgação de laudos periciais com resultados contraditórios e a notícia de um suposto novo fato de abuso sexual envolvendo o referido sacerdote requerem uma nova investigação a busca da verdade”. Segundo o texto, a entidade continuará “investigando o caso na área de sua competência, distante de interesses ideológicos e políticos, com serenidade e objetividade”.
Em suas redes sociais, padre Julio disse que recebeu a notícia da investigação com “serenidade e paz de espírito”. O religioso afirmou que “as imputações surgidas recentemente —assim como aquelas que sobreviveram no passado— são completamente falsas, inverídicas e tenho plena fé que as apurações conduzidas pela Arquidiocese esclarecerão a verdade dos fatos”.
Segundo ele, as acusações têm como objetivo atrapalhar o sentido de seu sacerdócio: “a luta pelos desamparados e pelo povo de rua”.
Diante do novo posicionamento da Arquidiocese, o vereador Rubinho Nunes enviará um pedido formal de afastamento do pároco à Arquidiocese de São Paulo.
A principal motivação para a abertura da investigação por parte da Arquidiocese é um suposto assédio sexual que Lancellotti teria praticado contra um ex-coroinha em 1987. O relato do homem foi dado à revista Oeste, de perfil conservador. A outra razão é uma recente contradição, exposta pela imprensa, em perícias de vídeos de uma acusação anterior que mirava o pároco.
A Arquidisocese de São Paulo esclareceu na nota que não arquivou uma denúncia antiga da qual padre Julio era alvo, diferentemente do que foi interpretado de outro posicionamento divulgado em 23 de janeiro pela própria instituição.
Na ocasião, a autoridade católica afirmou que recebeu um vídeo em 2020 e que, depois de uma investigação liderada pela Cúria Metropolitana de São Paulo, não teve “convicção suficiente sobre a materialidade da denúncia” contra Lacellotti. Com isso, optou pelo arquivamento. Na época, o Ministério Público de São Paulo teve o mesmo entendimento.
O mesmo vídeo, analisado quatro anos atrás e que não provou nenhum crime envolvendo o pároco, voltou a circular nas redes sociais recentemente. A denúncia foi feita pelo então candidato à prefeitura Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, que se projetou na política por meio do MBL (Movimento Brasil Livre).