Baby do Brasil viu demônio quando criança e entrou na ‘barriga de Deus’; entenda a conversão da cantora

A conversão tardia veio em 1999, após um episódio traumático em que um homem invadiu o seu apartamento, no Rio. Ela pediu um sinal a Deus, que teria lhe pedido uma hora dela por dia durante um mês. Três dias depois, o seu médico pessoal a indicou a Igreja Evangélica para que ela cumprisse a sua “missão”

“Ele me disse: ‘Baby, tem igrejas e igrejas’. Daí me lembrei de quantas vezes fui acusada de cada coisa que nunca fiz na vida, quantas vezes fui acusada de ser a mulher dos novos baianos… Estou fazendo o mesmo papel de todos os acusadores? Que vergonha!”, confessa a cantora, que se converteu e hoje é “popstora”. “Passei 14 anos fora do mercado, estudando tudo o que você possa imaginar das Escrituras”, diz. A relação com o espiritual trouxe paz e felicidade para Baby, segundo ela. “Me enche, me supre imediatamente. Sou conectada com o criador. Eu fiz o meu religare”, diz.

Filha única de uma das primeiras jornalistas cariocas e de um procurador da República, ela mergulhou na psicodelia dos anos 1970, vivendo em comunidades alternativas como o sítio dos Novos Baianos – grupo do qual fez parte e que marcou a MPB. Em 1986, ela e seu então marido, Pepeu Gomes, guitarrista do Novos Baianos, chegaram a ser barrados em um parque da Disney devido ao visual considerado extravagante.

Em entrevista à Revista Quem, Baby contou que na época dos Novos Baiano não usou nenhuma outra droga além da maconha. “Naquela época, a maconha cumpriu um papel, da gente não viver a densidade do que estava acontecendo. Eu não vejo a maconha hoje em lugar nenhum na minha cabeça. Ela não cabe na vida de ninguém”, acrescentou.

Sem álcool e sem glúten

Desde a conversão, Baby virou uma outra pessoa, segundo conta. “Não fumo, não bebo, não como glúten”, contou. Evangélica, passou a cantar gospel. Uma reviravolta na carreira que, ela afirma, não foi motivada por dinheiro.

“Todas as vezes que entrei em qualquer coisa foi inteira”, disse ao Canal Brasil. “Então o gospel na minha vida não é um gospel mercado, tanto que ninguém conseguia me ver. Eu podia ter entrado e vendido milhões, mas quando vi que isso poderia acontecer, segurei. Se eu fizesse aquele movimento, ia arrebentar com a minha verdade”, defende, contando seus motivos.

Baby e Pepeu têm seis filhos: Sarah Sheeva, Zabelê, Nãna Shara, Pedro Baby, Khrisna Baby (o Xaxá) e Kriptus Baby (o Pitito). Todos eles enveredaram pela vida artística.