Como hipercarnívoros, os humanos têm uma longa história como predadores, que remonta a cerca de 2 milhões de anos atrás.
Isso significa que nossos antepassados caçavam e consumiam principalmente carne durante esses anos, e essa dieta rica em proteínas e nutrientes desempenhou um papel importante na evolução e desenvolvimento de nossa espécie.”
Pesquisas recentes sugerem que nossos antepassados obtiveram a maior parte de sua nutrição a partir da carne. Isso pode ter sido um resultado de uma dieta rica em proteínas e nutrientes, que foi importante para a evolução e o desenvolvimento de nossa espécie como hipercarnívoros.”
Enquanto muitos humanos modernos escolhem seguir uma dieta vegetariana ou vegana, pesquisas recentes apontam para o fato de que nossos ancestrais primitivos eram principalmente hipercarnívoros e obtiveram a maior parte de sua nutrição a partir da carne. No entanto, ao longo do final da Idade da Pedra, eles começaram a diversificar sua dieta para incluir mais plantas.
Um estudo publicado no American Journal of Physical Anthropology aponta para a evidência de que os humanos foram predadores por cerca de 2 milhões de anos, com muitas espécies da linhagem Homo envolvidas em hipercarnivoria (consumo excessivo de carne). Isso sugere que a dieta baseada em carne teve um papel importante na evolução e desenvolvimento de nossa espécie.”
Determinar o nível trófico (posição na cadeia alimentar) dos humanos antigos é um desafio, pois não podemos observar diretamente os comportamentos alimentares de nossos primeiros ancestrais. Por essa razão, muitas tentativas de entender a dieta de nossos antepassados se concentraram em grupos de caçadores-coletores atuais, assumindo que as práticas alimentares dessas culturas refletem as dos humanos primitivos.
No entanto, os autores deste último estudo argumentam que essas comparações são altamente problemáticas, pois as mudanças na paisagem ecológica levaram os humanos a alterar suas preferências de caça e coleta ao longo do tempo. Por exemplo, a perda de megafauna como mamutes e outros grandes animais teve um impacto significativo na dieta humana. Portanto, é preciso tomar cuidado ao tentar reconstruir a dieta dos humanos antigos com base em comparações com grupos de caçadores-coletores atuais.
Para entender a dieta dos humanos antigos e determinar o nível trófico de nossos ancestrais, os pesquisadores adotaram uma abordagem multidisciplinar e examinaram mais de 400 estudos científicos que abordavam áreas como genética, metabolismo, morfologia, arqueologia e paleontologia. O período de estudo incluiu o Pleistoceno, que começou há 2,5 milhões de anos e terminou na época da revolução agrícola, cerca de 11.000 anos atrás.
A investigação da equipe produziu 25 fontes de evidências que fortemente sugerem que nossos predecessores eram hipercarnívoros. Por exemplo, a acidez do estômago é uma característica típica de animais carnívoros, pois ajuda a matar os patógenos presentes na carne. O fato de os estômagos dos humanos modernos serem mais ácidos do que a maioria dos carnívoros sugere que nossos ancestrais estavam muito bem adaptados para consumir a carne de grandes animais que caçavam, o que teria fornecido uma quantidade suficiente de alimento para uma comunidade por dias ou até mesmo semanas, e portanto teria sido cheia de bactérias.
Essa hipótese é reforçada pelo fato de vários hominídeos arcaicos terem sido morfologicamente adaptados para caçar megafauna. Por exemplo, o Homo erectus possuía ombros adequados para lançar lanças, mas inadequados para escalar árvores, o que sugere que essa espécie provavelmente se alimentava principalmente de carne em vez de plantas. Isso reforça a ideia de que os humanos antigos eram principalmente hipercarnívoros e se adaptaram para caçar animais grandes para obter sua nutrição.
“Além disso, os genes que facilitam a digestão de ácidos vegetais e amido só se tornaram amplamente expressos no genoma humano no final do Pleistoceno. Segundo os autores do estudo, isso indica que não havia pressão evolutiva para mudar para uma dieta baseada em vegetais enquanto a caça estava disponível. No entanto, à medida que as fontes animais se tornaram mais escassas, os humanos que consumiam mais vegetais tinham taxas de sobrevivência mais altas.
A mudança tardia para uma dieta mais onívora, de acordo com os pesquisadores, deu origem à agricultura e levou a uma mudança nos tipos de ferramentas de pedra usadas pelos humanos antigos. Analisando os registros arqueológicos, eles descobriram que as ferramentas relacionadas ao processamento de plantas só aparecem há cerca de 40.000 anos e aumentam de frequência na época da revolução agrícola. Antes disso, a maioria das ferramentas era projetada para caça, com os mesmos tipos de artefatos encontrados em todas as áreas habitadas por humanos.
De acordo com o autor do estudo, Miki Ben-Dor, ‘as evidências arqueológicas não ignoram o fato de que os humanos da idade da pedra também consumiam plantas. Mas, de acordo com as descobertas deste estudo, as plantas só se tornaram um componente importante da dieta humana no final da era’. Uma versão deste artigo foi publicada originalmente em abril de 2021.”
Conclusão:
Apesar de muitos humanos modernos optarem por uma dieta vegetariana ou vegana, pesquisas sugerem que nossos ancestrais primitivos eram principalmente hipercarnívoros e obtiveram a maior parte de sua nutrição a partir da carne. A dieta rica em proteínas e nutrientes desempenhou um papel importante na evolução e desenvolvimento de nossa espécie como hipercarnívoros. No entanto, ao longo do final da Idade da Pedra, os humanos começaram a diversificar sua dieta para incluir mais plantas. A mudança tardia para uma dieta mais onívora deu origem à agricultura e levou a uma mudança nos tipos de ferramentas de pedra usadas pelos humanos antigos.