O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado pelo FGV/Ibre subiu 0,7 ponto em dezembro, para 93,7 pontos, após duas quedas consecutivas. Mas em médias móveis trimestrais, o indicador recuou pelo terceiro mês consecutivo, em 1,1 ponto, para 93,3 pontos.
Geórgia Veloso, economista do FGV/Ibre, comentou em nota que a melhora no mês foi exclusivamente influenciada por uma reavaliação das perspectivas futura, apesar de uma insatisfação em relação ao momento atual.
“A melhora das perspectivas ocorre principalmente nas famílias de menor poder aquisitivo, que voltam a enxergar a possibilidade de melhora no mercado de trabalho e continuidade de queda da inflação em 2024”, explica Geórgia.
Ele destaca ainda que, apesar da recente deterioração, o ano encerra com saldo positivo, embora ainda abaixo do nível de 100 pontos, indicando um grande caminho de recuperação a ser percorrido.
Expectativas x situação atual
Em dezembro, o Índice de Expectativas (IE) subiu 2,5 pontos, alcançando 103,3 pontos após três quedas consecutivas, enquanto o Índice da Situação Atual (ISA) caiu pelo terceiro mês consecutivo, agora mais intensamente, em 1,7 ponto, para 80,4 pontos.
Entre os quesitos que compõem o ICC, o que mede as perspectivas para as finanças familiares futuras foi o que apresentou a maior contribuição para o aumento da confiança no mês, ao avançar 6,9 pontos, para 100,6 pontos – isso após acumular 13,9 pontos de queda nos últimos três meses.
A melhora também foi observada no indicador que mede as perspectivas sobre a situação futura da economia, que subiu 2,0 pontos, para 112,9 pontos.
Apenas o ímpeto de compras de bens duráveis apresentou resultado negativo no mês ao recuar 1,6 ponto, para 96,1 pontos.
Em relação aos indicadores que avaliam a situação atual, o que mede a satisfação sobre a situação econômica subiu 0,6 ponto, para 91,2 pontos, enquanto a percepção dos consumidores sobre a situação financeira das famílias caiu 4,0 pontos, para 69,9 pontos, o menor nível desde julho deste ano (67,0 pontos).
Entre as faixas de renda, os consumidores de menor poder aquisitivo (com renda até R$ 2.100,00) foram os que apresentaram maior resultado positivo esse mês, recuperando 55% das perdas dos últimos dois meses influenciados principalmente pelas perspectivas em relação ao futuro.
Na contramão, os consumidores com renda entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00 tiveram queda na confiança de 2,3 pontos.
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