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De Quem É A Frase O Inferno Sao Os Outros?

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Quem falou a frase o inferno são os outros

O inferno são os Outros’ ( SARTRE, 1970, p.75, tradução nossa)4. Com esta última frase o filósofo francês referia-se ao fato de que muito do que padecemos é o resultado do nosso encontro com a alteridade.

Porque Sartre afirma que o inferno são os outros?

Você sabe de onde é a expressão “O inferno são os outros”? Foto do escritor e filósofo A assertiva é dita por uma das personagens da peça de teatro Huis clos (Entre quatro paredes, na tradução brasileira), do francês Jean-Paul Sartre, escrita em 1945. Nela, duas mulheres e um homem encontram-se no inferno, condenados a permanecer para sempre juntos, “entre quatro paredes”.

Em uma entrevista, o dramaturgo e filósofo contou que a inspiração para a criação do texto surgiu de uma situação real: ele resolveu escrever uma peça para três amigos seus, atores, mas não queria que nenhum personagem tivesse mais destaque do que o outro. Então pensou: “Como mantê-los sempre juntos em cena?”, indagação que trouxe a idéia de colocá-los presos no inferno, de modo que cada uma das figuras cênicas agisse como carrasco das outras duas.

Ao trazer a célebre expressão, a peça sartriana pondera que o outro, na verdade, é fundamental para o conhecimento de si mesmo. Isto é, o ser humano necessita relacionar-se com o outro para construir a sua identidade, processo nem sempre tranqüilo e harmonioso.

O que significa dizer que o inferno são os outros

“O inferno são os outros.” Você concorda? “O inferno são os outros” é uma das frases célebres de Sartre, filósofo e escritor francês. Sempre achei que entendia mais ou menos o que Sartre queria dizer com essa frase. Mas descobri há algum tempo que não era bem o que eu imaginava, e agora tenho duas interpretações – a dele e a minha.

  • Não posso esquecer de nenhuma das duas, pois são lições que preciso aplicar na vida pessoal e na profissional (que, como sempre, andam juntas).
  • Depois de ler este texto, é possível que você também tenha novas interpretações.
  • Pessoas como Sartre falam coisas que carregam ensinamentos embutidos e infinitos.

Vamos para a interpretação de Sartre primeiro. Para isso, temos de conhecer outro pensamento dele: “Estamos condenados a ser livres” A liberdade como condenação é uma visão interessante. Estamos condenados a ser livres? A tomar decisões e a assumir os riscos.

  1. Para não assumi-los, terceirizamos as decisões, deixando alguém ter o controle da nossa vida.
  2. Mais cômodo.
  3. Se as decisões têm consequências, as indecisões têm mais ainda.
  4. E terceirizamos também as indecisões.
  5. Percebemos que há algo muito errado, sabemos que precisamos mudar, mas justificamos nossa covardia ou preguiça de fazer o que precisa ser feito, dizendo que não somos livres, que não há o que ser feito.

Dizemos que justo agora tem algo ou alguém que coíbe em nós a mudança. Dá trabalho encontrar um jeito de mudar, e ao mesmo tempo não ferir quem a gente ama, conseguindo ouvir o que grita nosso coração e que nem sempre estamos abertos para ouvir. Há quem queira se divorciar para ser feliz finalmente, mas não o faz por causa dos filhos.

Como se um ambiente nocivo de um casamento infeliz fosse melhor do que dois ambientes com pais felizes e separados. Há quem queira buscar outro trabalho, porque este o adoece física e mentalmente – mas não o faz porque ele pode ser promovido daqui a cinco anos. Há quem queira mudar de cidade, mas não o faz porque a família mora perto – família que ele nem vê muito ou nem gosta tanto assim.

Há quem queira economizar para poder viajar, mas não o faz porque tem uma casa grande que dá muitas despesas. “E o inferno são os outros” Às vezes nos paralisamos e não mudamos o que queremos, perpetuando a infelicidade de cada dia. Aí vemos que os outros tiveram coragem de fazer o que a gente só ensaiava e justificava: “quero muuuuito, mas agora é impossível” – e isso nos faz sentir uma profunda decepção com a gente mesmo.

  • Inferno. Inveja de quem fez. Inferno.
  • Mas pra ele é mais fácil porque Inferno.
  • Quando mudamos e o resultado não é o que esperávamos, a decepção é ainda maior.
  • Por que comigo? Por que fui mexer em time que estava ganhando? Estava ganhando mesmo? Seria melhor ter ficado onde estava.
  • Seria mesmo? Inferno.
  • Quando mudamos e ficamos felizes – com a coragem de ter feito e também com o resultado, aí vem a arrogância de achar que nossa escolha é a única boa e inteligente.

O inferno são os outros, porque o inferno é relativizar nossa inércia e nossas ações, sempre nos comparando, sempre nos sentindo piores ou melhores que alguém. O céu, por contraste, deve ser o uso da liberdade de mudar apenas pelo prazer da descoberta do novo, pelo aprendizado, pela evolução, por oportunidades de felicidade nunca antes desejadas.

O céu deve ser quando sentimos profundamente que nunca perdemos: ou ganhamos, ou aprendemos. É tudo sobre nossa evolução, não sobre conquistas. Mas eu achava que Sartre estava querendo dizer outra coisa. Pensava que “o inferno são os outros” era sobre nossa mania de usar nossas capacidades cognitivas para julgar qualquer pessoa diferente de nós, como uma espécie de vício da autoafirmação.

Sabe quando a dopamina é disparada na nossa corrente sanguínea quando criticamos alguém? Justificamos com palavras bonitas e pensamento inteligente, dizemos que somos melhores que a pessoa julgada, e nos sentimos “felizes” (?). Isso vicia. Aí começamos a achar que todos são o inferno, para podermos experimentar fragmentos de céu a cada crítica.

  • Que inferno é ter um vício.
  • Que inferno é se comparar.
  • No fundo, é tudo sobre comparação, competição, sobre o inferno de se perceber mais ou menos que alguém, oscilando entre os extremos da vaidade e do menosprezo a si mesmo.
  • Seguimos aprendendo – com Sartre, com o mundo e com o professor que mora em nós.

Artigo escrito por Rosangela Souza e publicado no portal Carreira & Sucesso da Catho. Editado para o blog da Companhia de Idiomas. Rosangela Souza (ou Rose Souza) é fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas. Graduada em Letras/Tradução/Interpretação pela Unibero, Especialista em Gestão Empresarial, MBA pela FGV e PÓSMBA pela FIA/FEA/USP, além de cursos livres de Business English nos EUA.

  1. Quando morava em São Paulo, foi professora na Pós Graduação ADM da FGV.
  2. Desenvolveu projetos acadêmicos sobre segmento de idiomas, planejamento estratégico e indicadores de desempenho para MPMEs.
  3. Colunista dos portais Catho, RH.com, MundoRH, AboutMe e Exame.com.
  4. Desde 2016, escolheu administrar a Companhia de Idiomas à distância e morar em Canela/RS, aquela cidadezinha ao lado de Gramado =),

Quer falar com ela? [email protected] ou pelo Skype rose.f.souza : “O inferno são os outros.” Você concorda?

Qual a frase mais famosa de Sartre

O existencialismo de Sartre – Brasil Escola “Não somos aquilo que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de nós”, ou ainda; “O importante não é o que fazemos de nós, mas o que nós fazemos daquilo que fazem de nós.” JEAN PAUL SARTRE (1905-1980).

Antes de chegar nesta tão celebre frase, Sartre passou por toda uma construção anterior desse pensamento desembocando posteriormente no pensamento conhecido como existencialista. Em L´Imaginaire desenvolve um pensamento separativista da percepção e da imaginação, em L´Être et le néant contesta o subconsciente freudiano desvinculando-se do determinismo religioso,e no qual no decorrer da leitura vê-se o cerne da idéia posterior de responsabilizar o homem pelos seus próprios atos expondo a idéia de liberdade como um aprisionamento do ser (“Não somos livres de ser livres”) já que o homem é o único ser capaz de criar o nada: “Ao tomar uma decisão, percebo com angústia que nada me impede de voltar atrás.

Minha liberdade é o único fundamento dos valores.” Desta forma gera no homem a angustia de saber que nada o impede de voltar atrás, o medo de arcar com sua própria liberdade. Assim, condenados a uma liberdade insatisfatória, jamais alcançando o que realmente desejamos sendo, portanto, uma liberdade irrealizável.

A Existência precede a essência? Para o pensamento de Sartre Deus não existe, portanto o homem nasce despido de tudo, qual seja um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem, o que significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define.

Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para concebê-la, a única natureza pré-existente é a biológica, ou seja; a sobrevivência, o resto se adquire de tal forma que não vem do sujeito é ensinado a ele pelo mundo exterior. Se Deus não existe não encontramos, já prontos, valores ou ordens que possam legitimar a nossa conduta.

“Não somos aquilo que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de nós”.

O homem é aquilo que ele mesmo faz de si, é a isto que chamamos de subjetividade. Desse modo, o primeiro passo do existencialismo é de por todo o homem na posse do que ele é e de submetê-lo à responsabilidade total de sua existência. Para o existencialista não ter a quem culpar já que Deus não existe, e o subconsciente não existe é o que leva ao pensamento da liberdade não livre, pois, junto com eles, desaparecem toda e qualquer possibilidade de encontrar valores inteligíveis, nem um modelinho pré-definido a ser cumprido.

A fórmula “ser livre” não significa “obter o que se quer”, e sim “determinar-se a escolher”. Segundo Sartre o êxito não importa em absoluto à liberdade. Um prisioneiro não é livre para sair da prisão, nem sempre livre para desejar sua libertação, mas é sempre livre para tentar escapar. Sendo livres somos responsáveis por nossas ações consequentemente somos livres para pensar e conceber nossos próprios paradigmas, não sendo então aquilo que fizeram de nós e sim nos criando a partir do que fizeram de nós.

Somos o que escolhemos ser. http://orbita.starmedia.com/~jeanpaulsartre/ acesso em 23/03/06. Jean Paul Sartre, O ser e o nada. Leila Caroline Jaronski, graduanda em direito pela Faculdade de Direito de Curitiba. : O existencialismo de Sartre – Brasil Escola

O que Dante fala sobre o inferno?

1 – O inferno tem formato de cone – De acordo com a descrição de Dante, o inferno consiste em nove círculos concêntricos que se afunilam conforme ficam mais profundos, até chegarem ao centro da Terra. Para qual deles você é enviado depende do pecado cometido, com círculos destinados aos glutões, hereges e fraudadores.

Qual o significado de Deus para Sartre?

Para o pensamento de Sartre Deus não existe, portanto o homem nasce despido de tudo, qual seja um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem, o que significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define.

O que Sartre prega

Para Sartre, o ser humano vem ao mundo totalmente indeterminado, apenas com a possibilidade de ser. A partir da possibilidade de ser é possível ao ser humano construir a sua essência. O ser humano não tem nada sobre o que se apoiar, nem dentro nem fora de si.

Por que Sartre nega a existência de Deus?

Ao colocar o homem como responsá- vel por sua existência, Sartre afirma ser um existencialista ateu. Desse modo, conclui que não há uma natu- reza humana e que não há um Deus para originá-la.

Como dizia Sartre

O existencialismo de Sartre – Brasil Escola “Não somos aquilo que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de nós”, ou ainda; “O importante não é o que fazemos de nós, mas o que nós fazemos daquilo que fazem de nós.” JEAN PAUL SARTRE (1905-1980).

  • Antes de chegar nesta tão celebre frase, Sartre passou por toda uma construção anterior desse pensamento desembocando posteriormente no pensamento conhecido como existencialista.
  • Em L´Imaginaire desenvolve um pensamento separativista da percepção e da imaginação, em L´Être et le néant contesta o subconsciente freudiano desvinculando-se do determinismo religioso,e no qual no decorrer da leitura vê-se o cerne da idéia posterior de responsabilizar o homem pelos seus próprios atos expondo a idéia de liberdade como um aprisionamento do ser (“Não somos livres de ser livres”) já que o homem é o único ser capaz de criar o nada: “Ao tomar uma decisão, percebo com angústia que nada me impede de voltar atrás.

Minha liberdade é o único fundamento dos valores.” Desta forma gera no homem a angustia de saber que nada o impede de voltar atrás, o medo de arcar com sua própria liberdade. Assim, condenados a uma liberdade insatisfatória, jamais alcançando o que realmente desejamos sendo, portanto, uma liberdade irrealizável.

A Existência precede a essência? Para o pensamento de Sartre Deus não existe, portanto o homem nasce despido de tudo, qual seja um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem, o que significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define.

Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para concebê-la, a única natureza pré-existente é a biológica, ou seja; a sobrevivência, o resto se adquire de tal forma que não vem do sujeito é ensinado a ele pelo mundo exterior. Se Deus não existe não encontramos, já prontos, valores ou ordens que possam legitimar a nossa conduta.

“Não somos aquilo que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de nós”.

O homem é aquilo que ele mesmo faz de si, é a isto que chamamos de subjetividade. Desse modo, o primeiro passo do existencialismo é de por todo o homem na posse do que ele é e de submetê-lo à responsabilidade total de sua existência. Para o existencialista não ter a quem culpar já que Deus não existe, e o subconsciente não existe é o que leva ao pensamento da liberdade não livre, pois, junto com eles, desaparecem toda e qualquer possibilidade de encontrar valores inteligíveis, nem um modelinho pré-definido a ser cumprido.

  1. A fórmula “ser livre” não significa “obter o que se quer”, e sim “determinar-se a escolher”.
  2. Segundo Sartre o êxito não importa em absoluto à liberdade.
  3. Um prisioneiro não é livre para sair da prisão, nem sempre livre para desejar sua libertação, mas é sempre livre para tentar escapar.
  4. Sendo livres somos responsáveis por nossas ações consequentemente somos livres para pensar e conceber nossos próprios paradigmas, não sendo então aquilo que fizeram de nós e sim nos criando a partir do que fizeram de nós.

Somos o que escolhemos ser. http://orbita.starmedia.com/~jeanpaulsartre/ acesso em 23/03/06. Jean Paul Sartre, O ser e o nada. Leila Caroline Jaronski, graduanda em direito pela Faculdade de Direito de Curitiba. : O existencialismo de Sartre – Brasil Escola

O que é o inferno segundo a Bíblia?

O Inferno existe? Uma amiga cristã e eu temos discutido sobre o conceito do inferno. Ela está amedrontada com a perspectiva de uma punição de fogo eterno. O que a Bíblia ensina a esse respeito? Há séculos, cristãos têm pregado sobre um inferno de fogo queimando continuamente e alguns têm uma imaginação fértil ao retratar horríveis descrições de pessoas sofrendo enorme dor sem terem, ao menos, a misericordiosa possibilidade de morrer.

  • O resultado é que alguns ficam apavorados e seguem a Deus por medo, enquanto outros se afastam dEle completamente.
  • O que a Bíblia realmente ensina sobre o inferno? Primeiro, as Escrituras falam sobre o inferno.
  • Porém, precisamos ouvir as Escrituras em seus próprios termos.
  • Quando Jesus falou sobre o inferno, estava Se referindo à punição para pecadores não arrependidos.

Uma punição que terminará em fogo eterno e destruição (João 3:16; Mateus 7:13, 14; 25:31, 32, 41). Destruição/fogo eterno é um evento futuro relacionado com a segunda vinda de Cristo. Então “inferno” é algo que ainda está por vir. Segundo, alguns tradutores da Bíblia têm traduzido várias palavras, que possuem na realidade outros significados, como sendo “inferno”.

O termo hebraico sheol e seu correlativo no grego hades significam o lugar dos mortos que estão na sepultura, Veja o uso do termo nos seguintes casos. Jacó esperava descer ao sheol – sepultura, junto com seu filho José. Ele não esperava que seu amado filho estivesse no inferno, ou que ele mesmo fosse para lá (Gênesis 37:35).

Deus faz descer à sepultura e faz subir de lá (I Samuel 2:6). Isto não se encaixa com o pensamento cristão popular sobre o inferno. No sheol – sepultura – não há atividade, planos e nenhum conhecimento (Eclesiastes 9:10). Não há fogo nem tormento. O justo e o injusto são encontrados lá.

No hades há deterioração. Jesus foi a exceção (Atos 2:27, 31). Sheol e hades são, portanto, o lugar dos mortos e não o inferno. “Lançar no tártaro ” aparece somente em 2 Pedro 2:4 e se refere ao domicílio dos anjos caídos. O termo não é usado para descrever o lugar dos mortos ou um inferno no qual pessoas são lançadas após a morte.

Gehenna é o inferno sobre o qual Jesus falou. Esse é o lugar de punição do injusto, também associado com fogo (Marcos 9:43). Esse fogo virá no fim dos tempos com um juízo divino contra o pecado, pecadores e Satanás (Mateus 25:41). Até lá, os mortos “dormem” em suas sepulturas.

Apocalipse 20:9, 10 e 15 fala sobre o lago de fogo no qual, depois do milênio, os injustos são queimados. Considerando que gehenna está relacionado com fogo e é um evento futuro associado com um julgamento, o melhor é entender o inferno no contexto de Apocalipse 20. Este é o inferno do qual Jesus nos advertiu.

Terceiro, durará o futuro inferno “para todo o sempre?” (Apocalipse 20:10 – NVI). O significado do termo para sempre/eterno/eternidade usado nas Escrituras é muito mais amplo do que entendemos. Pode descrever: (a) alguma coisa ou alguém existindo sem um início ou sem um fim (em conexão com Deus); (b) alguma coisa ou alguém com um início, mas sem um fim (a vida eterna dos redimidos, ver João 5:24; Apocalipse 21:3, 4); e (c) alguma coisa ou alguém com início e com um fim no sentido de “por algum tempo” (Êxodo 21:5, 6; Jonas 1:17; 2:6).

  • Em relação ao termo inferno, a expressão para todo o sempre deve ser compreendida de acordo com o terceiro caso.
  • Por quê? Embora o injusto sofra o inferno por um limitado período de tempo, seu resultado é eterno.
  • O fogo os “devora” (Apocalipse 10:9).
  • Essa é a segunda morte (Apocalipse 20:14, 15).
  • O inextinguível fogo de Mateus 3:12 não pode ser extinto até que seu trabalho esteja completo e tudo seja queimado (Mateus 13:40-42; Jeremias 17:27).

Finalmente, a vida eterna está disponível somente para os que pertencem a Jesus, e não para aqueles que fizeram uma decisão contra Ele e Deus. Além disso, Satanás também será destruído e eliminado completamente no fogo do inferno (Mateus 25:41; Apocalipse 20:10).

  • Assim, as Escrituras falam sobre o inferno, mas isto está ainda no futuro e terá duração limitada.
  • Deus não é tirano.
  • Pelo contrário, Ele é um Deus de amor e justiça e em Seu reino não haverá mais sofrimento, dor, tristeza ou morte (Apocalipse 21:3, 4).
  • Ekkehardt Mueller (Th.D., D.Min., Universidade Andrews).

: O Inferno existe?

O que significa a palavra inferno segundo a Bíblia?

Examinando 1 Coríntios 3: 15, os versículos em torno e outros textos da Bíblia, conclui-se que o inferno não é um lugar, que ele e seu fogo são figurados e que ele é mesmo temporário.

O que Sartre crítica

Existencialismo de Sartre – Antes de Sartre, o existencialismo já encontrava seus ecos nas artes, na sociedade e na filosofia heideggeriana desde o fim da Primeira Guerra Mundial, Desolados com o horror da guerra, os europeus começaram a pensar em sua situação e em sua condição enquanto seres finitos.

É nesse aspecto que Heidegger identifica o ser humano como um ser-para-a-morte, o que nos levaria à angústia, pois temos consciência de nossa finitude. O existencialismo sartriano parte das ideias de Heidegger, mas vai além, pois o filósofo francês identifica a liberdade, o abandono, a primazia da existência e o não reconhecimento de si como fatores para a angústia.

Em primeiro lugar, estamos condenados a ser livres. Isso implica nossa atitude, qualquer que seja ela, como fruto de nossa escolha, e também significa que estamos vivendo uma condenação, pois, por mais que queiramos livrar-nos de nossa liberdade, não é possível fazê-lo.

  1. Também há a questão do abandono.
  2. O ser humano, para Sartre, está abandonado, largado no mundo, pois, ao contrário do que diz a religião e as concepções metafísicas medievais, não há um Deus que nos guie.
  3. Outro fator de angústia é a falta de essência que nos determine.
  4. Para Sartre, existência precede a essência, e “se realmente a existência precede a essência, o homem é responsável pelo que é”|3|.

O ser humano tem responsabilidade total por si e, ao mesmo tempo, não tem uma essência predefinida. Sartre critica toda a filosofia desde Platão até Kant, que tentou enquadrar o ser humano num conceito de humanidade, numa essência que precedia a existência e dava à vida humana uma forma.

Sartre é contra qualquer maneira de determinismo, e o fato de a existência preceder a essência, para o filósofo, é fator de angústia. Existência preceder a essência significa que não há algo totalizante que defina todos os espécimes humanos. Não há um conceito de humano pronto e acabado que abarque todos, indiscriminadamente.

Para Sartre, as pessoas fazem-se, constroem-se, na medida em que vivem e exercem a sua liberdade, pela qual estão condenadas. Dessa maneira, não há uma essência humana, mas uma condição humana. Isso é angustiante porque tira do ser humano uma de suas certezas otimistas: a de que ele é, necessariamente, um ser dotado de características que o distinguem dos outros.

O ser-em-si: é o que Heidegger chamou de Dasein (ser-aí). São as coisas do mundo, os fenômenos. É o modo como as coisas mostram-se, aparecem para nós. A fenomenologia de Husserl e Heidegger é importante para Sartre porque ela entra nesse primeiro aspecto: das coisas materiais e fenomênicas. O ser-para-si: é a consciência e o modo como ela se relaciona com o ser-em-sí. É a nossa mente, é o imaterial que reconhece o nosso corpo (material e ser-em-sí) — encontra-se em conflito ao contrastar-se com o outro ser e reconhecer que não há uma forma definida como ele. Isso nos leva à angústia.

Sartre, ao defender-se das acusações de marxistas, de que ele não teria consciência de classe (pois à primeira vista, parece que o existencialismo é individualista), e dos cristãos, por parecer demasiado pessimista e sem esperança, escreve o ensaio O existencialismo é um humanismo,

Nesse texto, o filósofo defende que o ser humano faz-se por suas escolhas, mas coloca uma dimensão ética ao dizer que “escolhendo-se, ele escolhe todos os homens”. De fato, não há um único de nossos atos que, criando o ser humano que queremos ser, não esteja criando, simultaneamente, uma imagem do homem tal como julgamos que ele deva ser”|3|.

Isso significa dizer que o ser humano, ao fazer as suas escolhas, projeta nelas a imagem que ele quer passar para a humanidade e que define, para si, o que é humanidade. Desse modo, cada escolha singular não é egoísta e individual, mesmo que prejudique a humanidade.

O que é a felicidade para Sartre

Se como nos diz Sartre (1980), ‘A existência precede a essência’, é o próprio homem quem constrói os sentidos da vida, e, por conseguinte da própria felicidade. Assim, não podemos ignorar o sofrimento humano, a angústia interior, a exploração social.

Como Sartre era conhecido?

‘O Ser e o Nada’ foi o seu principal trabalho filosófico, no qual formulou seus pressupostos existencialistas. Jean-Paul Charles Aymard Sartre, conhecido como Jean-Paul Sartre, nasceu em Paris, França, no dia 21 de junho de 1905.

Como Sartre explica o absurdo

Com efeito, para Sartre, o absurdo, no sentido camusiano, desvela uma face da nossa condição enquanto seres finitos diante da infinitude do mundo. Estar no mundo é também aceitar esta condição. Entretanto, diante desta ‘lucidez sem esperança’ (SARTRE, 1968, p.

Quem criou a doutrina do inferno

O pensador francês Jean-Paul Sartre dizia que o inferno são os outros, mas antes disso, a ideia do inferno como um subterrâneo de chamas ardentes, governado por seres do mal e o próprio Satã, já havia se estabelecido no imaginário popular. Engana-se, porém, quem acha que foi a Bíblia que introduziu esse conceito à cultura ocidental,

As origens datam de muito antes do surgimento das letras gregas e latinas. Foi com a intenção de explorar essas raízes que um time de especialistas passou a oferecer a disciplina “Representações do inferno: de Homero aos contemporâneos” no curso de pós-graduação em Estudos Literários da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Desde quando se fala em inferno? O conceito de “outro mundo”, antes mesmo de ser nomeado assim, era explorado a partir da ideia da viagem ao mundo dos mortos. Na “Odisseia” (século 7 a.C.), há a menção à katábasis de Ulisses no canto XI. No livro VI da “Eneida” (século 1 a.C.), também acompanhamos o descensus de Eneias. No romance ‘Fim da Infância’, adaptado para a TV a Terra é invadida por alienígenas que se assemelham ao diabo cristão Imagem: Reprodução E o que era o lugar dos mortos? No poema mesopotâmico “Ana Kurnugê, qaqqari la târi” (“Ao Kurnugu, terra sem retorno: descida de Ishtar ao mundo dos mortos”), traduzido do acádio para o português por Jacyntho Lins Brandão, em 2019, o mundo dos que partiram é um “lugar de inanição, reclusão, silêncio e escuridão, do qual ninguém pode retornar”, explicam os professores da Unifesp.

Mas o que acontecia lá? Ao descer no submundo, Ishtar provocou um abalo cósmico e causou o fim do ciclo de renovação da vida que se dá por meio da fecundação. Em outras palavras, a condição própria dos mortos (a impossibilidade de procriação) se estendeu aos vivos, afetando, inclusive, a tranquilidade dos deuses.

Aos nossos olhos, calcados na cosmologia cristã, em que há uma separação entre o mundo sensível e o transcendental (isto é, o plano divino e o plano mortal), o poema pode parecer estranho, mas ele traz à tona algo que ainda aparece na literatura, nas artes e na religião, até hoje.

E o inferno, onde é que entra? A ideia de um lugar ruim, para onde serão levados os que foram maus em vida, é fruto de um intenso sincretismo de ideias e concepções religiosas anteriores ao surgimento do cristianismo — especialmente o Zoroastrismo, religião dualista da região da Antiga Pérsia. Guiados por Nabucodonosor, os babilônios foram parar em Jerusalém (587 a.C.), onde realizaram saques, destruíram o templo e deportaram parte da população local.

Nesse período, israelitas vivendo na Babilônia tiveram contato com diferentes lendas e tradições mesopotâmicas, como as encontradas na “Epopeia de Gilgamesh”. Na obra, o mundo dos mortos é descrito como um reino de pó e das trevas, o que lembra a caracterização do Sheol judaico, apresentado como uma grande tumba cavernosa situada nas profundezas da Terra.

  1. Mas “mundo dos mortos” é inferno? A partir desse momento, não.
  2. Segundo os professores do curso da Unifesp, antes do exílio babilônico, os judeus provavelmente não concebiam uma divisão entre céu e inferno.
  3. Só depois alguns deles passaram a crer na ideia de um juízo final, defendido principalmente pelos fariseus (nome dado a um grupo de judeus surgido no século 2 a.C,

que defendia a Torá, os ensinamentos contidos nos cinco primeiros livros da Bíblia). O Zoroastrismo influenciou fortemente o judaísmo no que se refere a ressureição, juízo final, a vinda de um Messias e a dualidade e luta entre o Bem (Aúra-Masda) e Mal (Arimã).

A doutrina sobre a divisão entre os bons e os maus após a morte, e até de uma espécie de purgatório (entre os zoroastristas, “Hamestagan”) para os que cometem bons e maus feitos, também vem daí. Essa é a ideia que os cristãos absorveram? Sim. O conceito de inferno como lugar de castigo é bastante delineado a partir do Novo Testamento bíblico, e de maneira ainda mais intensa nos textos apócrifos.

Nos evangelhos e cartas dos apóstolos, aparece a ideia de um lugar de fogo, tormentos e de “choro e ranger de dentes”. O inferno também passa a ser associado à figura de Lúcifer, que, expulso do ambiente celestial, acabou se tornando o maior inimigo dos cristãos e o responsável por precipitá-los no fogo eterno.

Então ele é uma construção narrativa plural? Sim. Inferno e o demônio se tornaram assunto de interesse entre importantes autores cristãos na Idade Média, como São Jerônimo, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Tentações do Maligno se tornaram lugar-comum nos textos hagiográficos que narram, em prosa e verso, a vida dos santos.

Apesar de todo esse histórico, o escritor italiano Dante Alighieri (1265-1321) foi um dos primeiros autores a criar um quadro mais bem acabado do inferno. Isso, no entanto, só foi possível porque o escritor, de fato, revisitou obras e tradições variadas e sincréticas. O diabo (interpretado por Luis Melo), em “O Auto da Compadecida” (2000) Imagem: Reprodução Falando no diabo. Foi também nesse período que a figura do diabo se estabeleceu de vez, como mostra o historiador Robert Muchembled em “Uma História do Diabo” (2000).

A partir do século 12, a figura continuou sendo aperfeiçoada aos olhares cristãos. Isso se deu porque a Igreja viu necessidade de criar figuras mais ou menos críveis e uniformes de Lúcifer, bem como centenas de outros seres que o sucedem na hierarquia infernal — que nada mais é do que uma herança do Hades grego e do Mundo Inferior latino, na Antiguidade.

Como ele ganhou chifres e rabo? Miscelânia explica. Gravuras e textos da Igreja acabaram criando uma estética específica da criatura do mal com cauda, chifres, garfo e características que dialogam também com o credo de povos pagãos, como celtas, latinos e nórdicos.

Buscou-se, com êxito, dar uma forma mais ou menos invariável a Satã e aos muitos nomes da legião demoníaca como alvo a ser combatido com maior energia e precisão pela fé, evitando a dispersão dos fiéis e o eventual enfraquecimento e perda de poder, prestígio, terras e dinheiro pela Igreja”, explicam os professores.

Como a cultura pop absorveu esse imaginário? Artistas como Black Sabbath, Iron Maiden, Marilyn Manson, ou mesmo filmes como “O Sétimo Selo”, “O Exorcista”, “O Bebê de Rosemary” ou ainda o recente seriado “Lúcifer” trouxeram maior “carnadura” ao diabo. Cena de “O Exorcista” (1973) Imagem: IMDb/Reprodução O inferno é aqui, mesmo? A representação do inferno ou do mundo dos mortos nunca foi definitiva. Assim como a concepção atual de inferno não existia antes do cristianismo, o futuro está em aberto: Arthur C.

Clarke, na ficção científica “O fim da infância” (1953), fala de uma Terra invadida por alienígenas que, curiosamente, se assemelham à figura do diabo — a novidade é que eles trazem paz e prosperidade ao mundo. Em “A Invasão Divina” (1981), de Philip K. Dick, a humanidade é governada por um demônio e Deus está exilado em outro sistema planetário, de onde busca resgatar sua soberania original.

Obras distópicas como “O Conto da Aia” (1985), de Margaret Atwood, exploram o inferno no sentido de uma realidade infernal. Talvez nosso inferno contemporâneo não esteja em um outro plano astral, mas nos bots das redes sociais e nas caixas de comentários.

Como dizia Sartre

O existencialismo de Sartre – Brasil Escola “Não somos aquilo que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de nós”, ou ainda; “O importante não é o que fazemos de nós, mas o que nós fazemos daquilo que fazem de nós.” JEAN PAUL SARTRE (1905-1980).

  • Antes de chegar nesta tão celebre frase, Sartre passou por toda uma construção anterior desse pensamento desembocando posteriormente no pensamento conhecido como existencialista.
  • Em L´Imaginaire desenvolve um pensamento separativista da percepção e da imaginação, em L´Être et le néant contesta o subconsciente freudiano desvinculando-se do determinismo religioso,e no qual no decorrer da leitura vê-se o cerne da idéia posterior de responsabilizar o homem pelos seus próprios atos expondo a idéia de liberdade como um aprisionamento do ser (“Não somos livres de ser livres”) já que o homem é o único ser capaz de criar o nada: “Ao tomar uma decisão, percebo com angústia que nada me impede de voltar atrás.

Minha liberdade é o único fundamento dos valores.” Desta forma gera no homem a angustia de saber que nada o impede de voltar atrás, o medo de arcar com sua própria liberdade. Assim, condenados a uma liberdade insatisfatória, jamais alcançando o que realmente desejamos sendo, portanto, uma liberdade irrealizável.

A Existência precede a essência? Para o pensamento de Sartre Deus não existe, portanto o homem nasce despido de tudo, qual seja um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem, o que significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define.

Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para concebê-la, a única natureza pré-existente é a biológica, ou seja; a sobrevivência, o resto se adquire de tal forma que não vem do sujeito é ensinado a ele pelo mundo exterior. Se Deus não existe não encontramos, já prontos, valores ou ordens que possam legitimar a nossa conduta.

“Não somos aquilo que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de nós”.

O homem é aquilo que ele mesmo faz de si, é a isto que chamamos de subjetividade. Desse modo, o primeiro passo do existencialismo é de por todo o homem na posse do que ele é e de submetê-lo à responsabilidade total de sua existência. Para o existencialista não ter a quem culpar já que Deus não existe, e o subconsciente não existe é o que leva ao pensamento da liberdade não livre, pois, junto com eles, desaparecem toda e qualquer possibilidade de encontrar valores inteligíveis, nem um modelinho pré-definido a ser cumprido.

  • A fórmula “ser livre” não significa “obter o que se quer”, e sim “determinar-se a escolher”.
  • Segundo Sartre o êxito não importa em absoluto à liberdade.
  • Um prisioneiro não é livre para sair da prisão, nem sempre livre para desejar sua libertação, mas é sempre livre para tentar escapar.
  • Sendo livres somos responsáveis por nossas ações consequentemente somos livres para pensar e conceber nossos próprios paradigmas, não sendo então aquilo que fizeram de nós e sim nos criando a partir do que fizeram de nós.

Somos o que escolhemos ser. http://orbita.starmedia.com/~jeanpaulsartre/ acesso em 23/03/06. Jean Paul Sartre, O ser e o nada. Leila Caroline Jaronski, graduanda em direito pela Faculdade de Direito de Curitiba. : O existencialismo de Sartre – Brasil Escola

Quem descreveu o inferno

Continua após publicidade Juliana Moreira (/) Continua após publicidade Livro: A Divina Comédia Autor: Dante Alighieri Ano: 1308-1321 Por que ler? Faz pensar sobre a morte – e a vida. O que acontece após a morte? Essa inquietação acompanha o homem desde que ele começou a refletir sobre a própria existência.

tão antiga quanto é a ideia de um submundo no além – um lugar de dor, ódio e medo. Há mais de 4 mil anos, os sumérios já falavam em um vasto abismo sob a Terra onde moravam os mortos. Os gregos descreveram um precipício tão profundo que uma alma poderia cair por mais de um ano sem que atingisse o fim.

O Livro de Jó, escrito do Antigo Testamento que leva o nome de seu protagonista, vítima de uma aposta cruel entre Deus e o Diabo, fala do Sheol (túmulo, cova ou abismo, em hebraico), um lugar de purificação espiritual ou punição para os mortos. Na Bíblia, Jesus Cristo avisa seus discípulos sobre a Geena de Fogo, um depósito de lixo além dos muros de Jerusalém em que as chamas são mantidas sempre acesas com enxofre.

Ainda que bastante vivo no imaginário popular, até o século 14 o inferno havia sido abordado apenas em termos muito vagos. Em 1308, no entanto, um homem descreveu-o em detalhes. O autor da proeza foi Dante Alighieri, poeta italiano que fez uma viagem imaginária pelos três reinos do além-túmulo – inferno, purgatório e paraíso.

Cada um desses mundos é descrito em um longo poema. Juntos, eles formam a Comédia, décadas depois renomeada pelo poeta e crítico literário italiano Giovanni Boccaccio como Divina Comédia, Embora os capítulos dedicados ao purgatório e ao paraíso contenham passagens de uma elaborada poesia – a obra inteira é composta por estrofes tríades (de três versos), em uma alusão à Santíssima Trindade -, são os primeiros 34 cantos, que narram a viagem dantesca por um lugar de sofrimento eterno, antro de pecado, desespero e punições, que compõem o maior legado do bardo italiano.

A obra começa com um encontro de Dante com três feras: o leão, o leopardo e a loba. Perdido em uma selva escura – interpretada pelos estudiosos da obra como uma representação simbólica da perdição no pecado -, Dante se reúne com um dos grandes poetas da Antiguidade, Virgílio (que viveu de 70 a 19 a.C.).

Autor do épico A Eneida, Virgílio é quem convida Dante para realizar uma espécie de “itinerário da salvação”: “Convém fazeres nova viagem / Disse-me, então, ao ver-me soluçando / E escaparás deste lugar selvagem”. Frente aos portões do inferno, Dante e Virgílio dão de cara com uma mensagem não muito animadora: “Deixai toda esperança, ó vós que entrais”.

Qual é a passagem da Bíblia que fala sobre o inferno?

O Inferno existe? Uma amiga cristã e eu temos discutido sobre o conceito do inferno. Ela está amedrontada com a perspectiva de uma punição de fogo eterno. O que a Bíblia ensina a esse respeito? Há séculos, cristãos têm pregado sobre um inferno de fogo queimando continuamente e alguns têm uma imaginação fértil ao retratar horríveis descrições de pessoas sofrendo enorme dor sem terem, ao menos, a misericordiosa possibilidade de morrer.

  1. O resultado é que alguns ficam apavorados e seguem a Deus por medo, enquanto outros se afastam dEle completamente.
  2. O que a Bíblia realmente ensina sobre o inferno? Primeiro, as Escrituras falam sobre o inferno.
  3. Porém, precisamos ouvir as Escrituras em seus próprios termos.
  4. Quando Jesus falou sobre o inferno, estava Se referindo à punição para pecadores não arrependidos.

Uma punição que terminará em fogo eterno e destruição (João 3:16; Mateus 7:13, 14; 25:31, 32, 41). Destruição/fogo eterno é um evento futuro relacionado com a segunda vinda de Cristo. Então “inferno” é algo que ainda está por vir. Segundo, alguns tradutores da Bíblia têm traduzido várias palavras, que possuem na realidade outros significados, como sendo “inferno”.

  1. O termo hebraico sheol e seu correlativo no grego hades significam o lugar dos mortos que estão na sepultura,
  2. Veja o uso do termo nos seguintes casos.
  3. Jacó esperava descer ao sheol – sepultura, junto com seu filho José.
  4. Ele não esperava que seu amado filho estivesse no inferno, ou que ele mesmo fosse para lá (Gênesis 37:35).

Deus faz descer à sepultura e faz subir de lá (I Samuel 2:6). Isto não se encaixa com o pensamento cristão popular sobre o inferno. No sheol – sepultura – não há atividade, planos e nenhum conhecimento (Eclesiastes 9:10). Não há fogo nem tormento. O justo e o injusto são encontrados lá.

  • No hades há deterioração.
  • Jesus foi a exceção (Atos 2:27, 31).
  • Sheol e hades são, portanto, o lugar dos mortos e não o inferno.
  • Lançar no tártaro ” aparece somente em 2 Pedro 2:4 e se refere ao domicílio dos anjos caídos.
  • O termo não é usado para descrever o lugar dos mortos ou um inferno no qual pessoas são lançadas após a morte.

Gehenna é o inferno sobre o qual Jesus falou. Esse é o lugar de punição do injusto, também associado com fogo (Marcos 9:43). Esse fogo virá no fim dos tempos com um juízo divino contra o pecado, pecadores e Satanás (Mateus 25:41). Até lá, os mortos “dormem” em suas sepulturas.

  • Apocalipse 20:9, 10 e 15 fala sobre o lago de fogo no qual, depois do milênio, os injustos são queimados.
  • Considerando que gehenna está relacionado com fogo e é um evento futuro associado com um julgamento, o melhor é entender o inferno no contexto de Apocalipse 20.
  • Este é o inferno do qual Jesus nos advertiu.

Terceiro, durará o futuro inferno “para todo o sempre?” (Apocalipse 20:10 – NVI). O significado do termo para sempre/eterno/eternidade usado nas Escrituras é muito mais amplo do que entendemos. Pode descrever: (a) alguma coisa ou alguém existindo sem um início ou sem um fim (em conexão com Deus); (b) alguma coisa ou alguém com um início, mas sem um fim (a vida eterna dos redimidos, ver João 5:24; Apocalipse 21:3, 4); e (c) alguma coisa ou alguém com início e com um fim no sentido de “por algum tempo” (Êxodo 21:5, 6; Jonas 1:17; 2:6).

Em relação ao termo inferno, a expressão para todo o sempre deve ser compreendida de acordo com o terceiro caso. Por quê? Embora o injusto sofra o inferno por um limitado período de tempo, seu resultado é eterno. O fogo os “devora” (Apocalipse 10:9). Essa é a segunda morte (Apocalipse 20:14, 15). O inextinguível fogo de Mateus 3:12 não pode ser extinto até que seu trabalho esteja completo e tudo seja queimado (Mateus 13:40-42; Jeremias 17:27).

Finalmente, a vida eterna está disponível somente para os que pertencem a Jesus, e não para aqueles que fizeram uma decisão contra Ele e Deus. Além disso, Satanás também será destruído e eliminado completamente no fogo do inferno (Mateus 25:41; Apocalipse 20:10).

  • Assim, as Escrituras falam sobre o inferno, mas isto está ainda no futuro e terá duração limitada.
  • Deus não é tirano.
  • Pelo contrário, Ele é um Deus de amor e justiça e em Seu reino não haverá mais sofrimento, dor, tristeza ou morte (Apocalipse 21:3, 4).
  • Ekkehardt Mueller (Th.D., D.Min., Universidade Andrews).

: O Inferno existe?

Quando surgiu a ideia de inferno?

O pensador francês Jean-Paul Sartre dizia que o inferno são os outros, mas antes disso, a ideia do inferno como um subterrâneo de chamas ardentes, governado por seres do mal e o próprio Satã, já havia se estabelecido no imaginário popular. Engana-se, porém, quem acha que foi a Bíblia que introduziu esse conceito à cultura ocidental,

  • As origens datam de muito antes do surgimento das letras gregas e latinas.
  • Foi com a intenção de explorar essas raízes que um time de especialistas passou a oferecer a disciplina “Representações do inferno: de Homero aos contemporâneos” no curso de pós-graduação em Estudos Literários da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Desde quando se fala em inferno? O conceito de “outro mundo”, antes mesmo de ser nomeado assim, era explorado a partir da ideia da viagem ao mundo dos mortos. Na “Odisseia” (século 7 a.C.), há a menção à katábasis de Ulisses no canto XI. No livro VI da “Eneida” (século 1 a.C.), também acompanhamos o descensus de Eneias. No romance ‘Fim da Infância’, adaptado para a TV a Terra é invadida por alienígenas que se assemelham ao diabo cristão Imagem: Reprodução E o que era o lugar dos mortos? No poema mesopotâmico “Ana Kurnugê, qaqqari la târi” (“Ao Kurnugu, terra sem retorno: descida de Ishtar ao mundo dos mortos”), traduzido do acádio para o português por Jacyntho Lins Brandão, em 2019, o mundo dos que partiram é um “lugar de inanição, reclusão, silêncio e escuridão, do qual ninguém pode retornar”, explicam os professores da Unifesp.

Mas o que acontecia lá? Ao descer no submundo, Ishtar provocou um abalo cósmico e causou o fim do ciclo de renovação da vida que se dá por meio da fecundação. Em outras palavras, a condição própria dos mortos (a impossibilidade de procriação) se estendeu aos vivos, afetando, inclusive, a tranquilidade dos deuses.

Aos nossos olhos, calcados na cosmologia cristã, em que há uma separação entre o mundo sensível e o transcendental (isto é, o plano divino e o plano mortal), o poema pode parecer estranho, mas ele traz à tona algo que ainda aparece na literatura, nas artes e na religião, até hoje.

  • E o inferno, onde é que entra? A ideia de um lugar ruim, para onde serão levados os que foram maus em vida, é fruto de um intenso sincretismo de ideias e concepções religiosas anteriores ao surgimento do cristianismo — especialmente o Zoroastrismo, religião dualista da região da Antiga Pérsia.
  • Guiados por Nabucodonosor, os babilônios foram parar em Jerusalém (587 a.C.), onde realizaram saques, destruíram o templo e deportaram parte da população local.

Nesse período, israelitas vivendo na Babilônia tiveram contato com diferentes lendas e tradições mesopotâmicas, como as encontradas na “Epopeia de Gilgamesh”. Na obra, o mundo dos mortos é descrito como um reino de pó e das trevas, o que lembra a caracterização do Sheol judaico, apresentado como uma grande tumba cavernosa situada nas profundezas da Terra.

  • Mas “mundo dos mortos” é inferno? A partir desse momento, não.
  • Segundo os professores do curso da Unifesp, antes do exílio babilônico, os judeus provavelmente não concebiam uma divisão entre céu e inferno.
  • Só depois alguns deles passaram a crer na ideia de um juízo final, defendido principalmente pelos fariseus (nome dado a um grupo de judeus surgido no século 2 a.C,

que defendia a Torá, os ensinamentos contidos nos cinco primeiros livros da Bíblia). O Zoroastrismo influenciou fortemente o judaísmo no que se refere a ressureição, juízo final, a vinda de um Messias e a dualidade e luta entre o Bem (Aúra-Masda) e Mal (Arimã).

A doutrina sobre a divisão entre os bons e os maus após a morte, e até de uma espécie de purgatório (entre os zoroastristas, “Hamestagan”) para os que cometem bons e maus feitos, também vem daí. Essa é a ideia que os cristãos absorveram? Sim. O conceito de inferno como lugar de castigo é bastante delineado a partir do Novo Testamento bíblico, e de maneira ainda mais intensa nos textos apócrifos.

Nos evangelhos e cartas dos apóstolos, aparece a ideia de um lugar de fogo, tormentos e de “choro e ranger de dentes”. O inferno também passa a ser associado à figura de Lúcifer, que, expulso do ambiente celestial, acabou se tornando o maior inimigo dos cristãos e o responsável por precipitá-los no fogo eterno.

  • Então ele é uma construção narrativa plural? Sim.
  • Inferno e o demônio se tornaram assunto de interesse entre importantes autores cristãos na Idade Média, como São Jerônimo, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.
  • Tentações do Maligno se tornaram lugar-comum nos textos hagiográficos que narram, em prosa e verso, a vida dos santos.

Apesar de todo esse histórico, o escritor italiano Dante Alighieri (1265-1321) foi um dos primeiros autores a criar um quadro mais bem acabado do inferno. Isso, no entanto, só foi possível porque o escritor, de fato, revisitou obras e tradições variadas e sincréticas. O diabo (interpretado por Luis Melo), em “O Auto da Compadecida” (2000) Imagem: Reprodução Falando no diabo. Foi também nesse período que a figura do diabo se estabeleceu de vez, como mostra o historiador Robert Muchembled em “Uma História do Diabo” (2000).

A partir do século 12, a figura continuou sendo aperfeiçoada aos olhares cristãos. Isso se deu porque a Igreja viu necessidade de criar figuras mais ou menos críveis e uniformes de Lúcifer, bem como centenas de outros seres que o sucedem na hierarquia infernal — que nada mais é do que uma herança do Hades grego e do Mundo Inferior latino, na Antiguidade.

Como ele ganhou chifres e rabo? Miscelânia explica. Gravuras e textos da Igreja acabaram criando uma estética específica da criatura do mal com cauda, chifres, garfo e características que dialogam também com o credo de povos pagãos, como celtas, latinos e nórdicos.

“Buscou-se, com êxito, dar uma forma mais ou menos invariável a Satã e aos muitos nomes da legião demoníaca como alvo a ser combatido com maior energia e precisão pela fé, evitando a dispersão dos fiéis e o eventual enfraquecimento e perda de poder, prestígio, terras e dinheiro pela Igreja”, explicam os professores.

Como a cultura pop absorveu esse imaginário? Artistas como Black Sabbath, Iron Maiden, Marilyn Manson, ou mesmo filmes como “O Sétimo Selo”, “O Exorcista”, “O Bebê de Rosemary” ou ainda o recente seriado “Lúcifer” trouxeram maior “carnadura” ao diabo. Cena de “O Exorcista” (1973) Imagem: IMDb/Reprodução O inferno é aqui, mesmo? A representação do inferno ou do mundo dos mortos nunca foi definitiva. Assim como a concepção atual de inferno não existia antes do cristianismo, o futuro está em aberto: Arthur C.

  • Clarke, na ficção científica “O fim da infância” (1953), fala de uma Terra invadida por alienígenas que, curiosamente, se assemelham à figura do diabo — a novidade é que eles trazem paz e prosperidade ao mundo.
  • Em “A Invasão Divina” (1981), de Philip K.
  • Dick, a humanidade é governada por um demônio e Deus está exilado em outro sistema planetário, de onde busca resgatar sua soberania original.

Obras distópicas como “O Conto da Aia” (1985), de Margaret Atwood, exploram o inferno no sentido de uma realidade infernal. Talvez nosso inferno contemporâneo não esteja em um outro plano astral, mas nos bots das redes sociais e nas caixas de comentários.

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