Um confronto violento entre grupos rivais numa disputada região fronteiriça entre o Sudão e o Sudão do Sul deixou cerca de 40 mortos, incluindo civis e trabalhadores humanitários, no fim de semana.
O conflito eclodiu em Abyei, uma região rica em petróleo reivindicada por ambos os países e atualmente sob administração conjunta. A região tem sido um ponto crítico durante décadas, uma vez que se encontra numa importante rota comercial e gera receitas fiscais significativas.
Os combates envolveram membros do grupo étnico Dinka, que estão divididos quanto à localização de uma fronteira administrativa que determina a que lado da fronteira pertencem.
Ataques a mercados e civis
Segundo Bulis Koch, ministro da Informação de Abyei, os ataques ocorreram nos dias 2 e 3 de fevereiro e atingiram vários mercados da região. Os agressores incendiaram os mercados, saquearam propriedades e mataram 19 civis, ferindo outros 18.
Koch disse que outras 18 pessoas, incluindo três crianças, foram mortas em ataques separados no domingo. Ele não especificou quem foi o responsável pelos ataques, mas disse que a situação era tensa e que as forças de segurança foram mobilizadas para restaurar a ordem.
Trabalhadores humanitários entre as vítimas
A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) confirmou que dois dos seus funcionários, ambos cidadãos do Sudão do Sul, estavam entre as vítimas da violência.
Num comunicado, MSF afirmou estar “profundamente entristecida pela trágica perda de dois dos nossos colegas sul-sudaneses” e que estava “extremamente preocupada com a segurança da população e do nosso pessoal em Abyei”.
MSF disse que presta cuidados médicos em Abyei desde 2006 e que atualmente apoia dois hospitais e quatro centros de saúde na região. Exortou todas as partes a respeitarem a neutralidade das suas instalações e pessoal e a permitirem o acesso seguro aos cuidados de saúde para aqueles que dela necessitam.
