Vista externa do prédio da sede da Petrobras no centro do Rio de Janeiro em 15 de outubro de 2021 no Rio de Janeiro, Brasil.

Depois de um pagamento recorde de dividendos em 2022, a Petrobras (PETR3;PETR4) distribuiu menos proventos neste ano e a ação preferencial perdeu o posto de maior pagadora da Bolsa. Para o ano que vem, a expectativa é de ainda mais redução no ritmo de pagamentos, mas especialistas são unânimes: o montante deverá seguir alto, e a estatal deverá se manter entre as que mais distribuem proventos em 2024.

A XP estima dividend yield de 11,2% para Petrobras no ano que vem. Mas há quem aposte em bem mais. “Por mais que seja esperada uma redução nos proventos pagos por Petrobras, a empresa ainda deverá ser uma das maiores pagadoras de dividendos do próximo ano, com um dividend yield entre 15% e 20%”, diz Wendell Finotti, CEO da Meu Dividendo. 

A projeção de 20% deixaria a ação PETR4 com dividend yield (DY, retorno de uma ação apenas com dividendos) similar ao visto até aqui em 2023. Em 2022, o DY da Petrobras foi de 59,8%, após uma distribuição de R$ 124,79 bilhões a acionistas. O patamar foi tão elevado que colocou a companhia no segundo lugar de maior pagadora de dividendos do mundo.

Os pagamentos do ano fiscal de 2023, referentes até o terceiro trimestre, somam R$ 62,8 bilhões. Trata-se de uma queda de 50% em relação ao ano anterior completo, mas ainda superior a 2021 (R$ 46,74 bilhões) e 2020 (R$ 4,48 bilhões), conforme dados levantados pela plataforma Meu Dividendo, a pedido do InfoMoney.

Ano Fiscal Dividendos + JCP (por ação) Preço médio do ano (PETR4)
2018R$ 0,9360R$ 20,15
2019R$ 0,9233R$ 26,56
2020R$ 0,7928R$ 17,72
2021R$ 7,8306R$ 16,03
2022R$ 16,5421R$ 25,46
2023R$ 4,3872*R$ 29,45
Fonte: Relações com investidores – Petrobras
*Dados compilados no site de RI até o segundo trimestre do ano.

Entretanto, os dados de 2023 ainda podem aumentar significativamente com os proventos do quarto trimestre e se a companhia anunciar pagamentos extraordinários. Neste ano, os dividendos da Petrobras devem fechar com um DY de 20%. Na apresentação do Plano Estratégico 2024-2028, a estatal manteve sua previsão de dividendos extraordinários pelos próximos cinco anos.  

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Risco x retorno  

Os dividendos continuam sendo um dos principais atrativos apontados por analistas na recomendação de compra de Petrobras. Porém, além disso, outros múltiplos indicam uma boa relação de risco x retorno para os papéis da estatal.  

André Vidal, analista de óleo e gás da XP Research, pondera que as ações da Petrobras negociam com bastante “desconto” em relação aos principais pares do setor. O múltiplo da estatal brasileira está em 2,7 vezes o valor estimado de mercado contra o lucro operacional de 2023 (EV/EBITDA). Para as empresas americanas, este múltiplo é de 10,5 vezes, e para as europeias é de 3,2 vezes.

“Além disso, a Petrobras deve apresentar um incremento de 24% na produção de óleo e gás nos próximos quatro anos”, diz Vidal. Para 2024, a meta de produção foi elevada em 5% em relação a 2023.

Já o Santander destaca o Capex próximo de US$ 18 bilhões no ano que vem, o que seria positivo para uma forte geração de caixa e pagamento de dividendos no curto prazo, “peça-chave para a tese de investimentos de Petrobras”, dizem analistas em relatório.

Apesar de estimar yield de 11,2% para o ano que vem, a XP destaca que a sinalização de recompra de ações da Petrobras pode impulsionar retornos para o investidor em 2024, e coloca preço-alvo de R$ 36,70 para as ações preferenciais (PETR4) no ano que vem. No Santander, a alocação está próxima à neutra em relação ao benchmark – isto é próximo dos 12% de peso que a empresa tem no Ibovespa.

The post Dividendos da Petrobras (PETR4): vale a pena manter a ação na carteira em 2024?   appeared first on InfoMoney.

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