Em ano de início da queda da taxa Selic, o Ibovespa acelerou e renovou máxima histórica, mas não foi suficiente para ser o grande protagonista entre os investimentos mais rentáveis. Em 2023, quem ocupa com folga a primeira posição na lista dos maiores retornos é o Bitcoin (Bitcoin), com forte alta de 164% (em dólares), aponta levantamento realizado pelo consultor de dados sobre o mercado financeiro Einar Rivero, a pedido do InfoMoney.
O Ibovespa – principal índice da Bolsa brasileira – soma ganhos de 20,9% e ficou na quarta posição no ranking dos maiores retornos do ano, atrás também do BDRX (índice dos BDRs) e do Idiv (índice de dividendos).
Confira o desempenho dos principais investimentos em 2023:
Investimento | Retorno em 2023 (%) |
Bitcoin (US$) | 164,67 |
BDRX (BDR) | 26,36 |
IDIV (Dividendos) | 25,09 |
Ibovespa | 20,98 |
Versalete | 16,76 |
IMA Geral (Títulos públicos) | 14,50 |
Ifix (fundos imobiliários) | 13,72 |
CDI | 12,79 |
IHFA (fundos de hedge) | 8,61 |
Poupança | 8,21 |
Euro Ptaxa | -3,87 |
Ouro | –3,91 |
Dólar Ptax | -6,82 |
Ibovespa tem melhor desempenho desde 2019
Considerando os dados até a sessão do dia 22 de dezembro, o Ibovespa registra o melhor desempenho desde 2019, detalha Rivero. O indicador fechou a semana com 132.753 pontos e atingiu novo recorde.
Entre as razões para o resultado do índice está o ciclo de cortes da Selic, iniciado em agosto. De lá para cá, o Banco Central realizou quatro cortes de 0,50 ponto no indicador – que passou de 13,75% para os atuais 11,75% ao ano.
Quanto menor a taxa de juros, menos rentável se torna a renda fixa, que utiliza o indicador como referência. Desta forma, o movimento faz com que o investidor busque ativos de maior risco em troca de retornos maiores – o que aumenta a atratividade dos produtos de renda variável, como as ações do Ibovespa.
“Observamos esse início de ciclo (de queda da Selic) como positivo para as ações brasileiras na medida em que finalmente caminhamos para sair de níveis de juros tão restritivos”, afirmam Fernando Ferreira e Jennie Li, em recente relatório da XP. “Caso os bancos centrais globais comecem a cortar juros, isso deve tirar um pouco da pressão para manter a taxa Selic em níveis elevados e, consequentemente, ajudar ativos de risco brasileiros”, projetam o estrategista-chefe e a estrategista de ações da casa.
Apesar do desempenho em 2023, Rivero lembra que o Ibovespa ainda está a 40% do seu pico histórico, registrado em maio de 2008, com valores ajustados pela inflação e pelo dólar. Considerando o IPCA do período, o indicador ainda está 26% abaixo do patamar registrado há 15 anos.
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Bitcoin ressurgiu em 2023
Especializada em criptoativos e criadora do HASH11 – segundo maior ETF da B3 em quantidade de cotistas –, a Hashdex avalia que 2023 se revelou um ano de ressurgimento para as criptomoedas. Os números não mentem: o Bitcoin saiu da casa dos US$ 16,6 mil para os atuais US$ 43,5 mil. Entre os gatilhos para a forte valorização está o possível lançamento de um ETF à vista de BTC nos Estados Unidos, capitaneado por gigantes como a BlackRock.
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Além disso, reforça a Hashdex, o Bitcoin demonstrou em 2023 um comportamento resiliente em meio a uma série de eventos adversos ao longo do ano – o que teria ajudado no otimismo em relação a esta classe de ativo, reforçando seu papel em uma carteira diversificada.
“Enquanto a crise bancária dos EUA se desenrolava, liderada pelo colapso do Silicon Valley Bank no início de marçoo Bitcoin emergiu como um porto seguro, refletindo seu crescente papel como um ativo de proteção em tempos de turbulência financeira”, relembra a gestora.
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Títulos públicos também brilharam em 2023
O cenário de queda dos juros não foi suficiente para tirar o brilho do Índice de Mercado Anbima (IMA), que cravou a sexta colocação no ranking dos investimentos mais rentáveis do ano. O indicador reflete o comportamento dos títulos públicos que compõem a dívida interna do País.
Mas para quem optou por negociar os papéis do Tesouro Direto antes do vencimento, o ganho pode ter sido ainda maior. Títulos públicos entregaram rentabilidade acima de 20% desde janeiro – e um chegou perto de 27%, quase o dobro do maior patamar da Selic no ano.
A dinâmica é explicada pela marcação a mercado de alguns títulos. Quando a taxa de juros cai – como ocorreu ao longo de 2023 – o preço dos papéis sobe. Quem aplicou R$ 10 mil no início de 2023 no Tesouro Prefixado 2029, por exemplo, e vendeu o papel nesta quarta-feira (20), teve retorno bruto de R$ 12.689 (26,89%).
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A retomada dos fundos imobiliários
O ano também foi positivo para os fundos imobiliários, mas a valorização apresentada pelo segmento ainda está aquém do seu potencial, avalia Leonardo Garcia, analista do Trix – plataforma que monitora o mercado de FIIs. Apesar da queda dos juros, essa classe de ativo viveu uma série de desafios ao longo do ano, acrescenta o especialista. O cenário limitou a retomada dos fundos, sinaliza.
“Tivemos em 2023 um verdadeiro cenário de guerra dentro dos FIIs”, afirma. “Fundos de ‘papel’ sofreram com inadimplência e queda nos rendimentos, além de casos de inquilinos em recuperação judicial ou entregando imóveis para os FIIs de ‘tijolo’”, relembra Garcia.
Mesmo com os problemas, o analista reforça que o Ifix – índice dos FIIs mais negociados na B3 – fecha o ano com grande valorização e mostrando que possui espaço para novas altas em 2024.
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A postagem Ibovespa e renda fixa ficam para trás em lista dos investimentos mais rentáveis do ano; veja ranking apareceu primeiro em InfoMoney.