Ice Spice levou o Bronx a Los Angeles para seu primeiro show como atração principal no Hollywood Palladium ontem à noite, apresentando a considerável onda de sucessos que ela acumulou desde que atingiu o auge da viralidade com seu hit de sucesso “Munch (Feelin’ U)” no final de 2022.
A Y2K! World Tour, que começou na Dinamarca em 4 de julho, vem lentamente fazendo seu caminho pelo mundo, com duas noites já marcadas no Terminal 5 da cidade de Nova York, além de shows em Chicago e Filadélfia. Sua noite no Palladium seguiu um exemplo semelhante aos clipes de performance que circulam nas mídias sociais, desde o cenário do vagão do metrô pichado até a enorme caricatura inflável dela na lateral do palco.
Mas testemunhar a magia do Ice Spice é ter acesso a ela em tempo real. Nos últimos anos, Spice enfrentou todas as críticas imagináveis: músicas muito curtas, fluxo monótono, excesso de referências scat. O que ela trouxe para seu show ao vivo no Palladium foi palpabilidade, um poder de estrela tangível que, embora reconhecidamente em desenvolvimento, está presente e poderoso.
A regressão de Spice aos cantos mais seguros da drill music em seu álbum de estreia recentemente lançado “Y2K!” pareceu um mecanismo de defesa para todas as críticas. Desde que ela começou a ganhar força nas mídias sociais, ela provou sua propensão a adaptar o drill para singles brilhantes prontos para o rádio com Taylor Swift e PinkPantheress. A promessa do estrelato pop estava na balança de “Y2K!” Ela se tornaria pop ou não?
Ela não fez isso, mas isso não importou durante seu set no Palladium. “Rap bitch em uma parada pop”, ela zombou em “Phat Butt” perto do começo de seu show. Esse foi o lema da noite, em que Spice estava no comando total de sua arte e público, uma aspirante a estrela pop com as ferramentas brutas para alcançá-lo. Durante a apresentação de 50 minutos, ela exalou conhecimento pop, da coreografia de “Barbie World” ao frenesi de “Deli”. A brincadeira foi quase totalmente mantida no mínimo — um sorriso apareceu aqui e ali — mas o foco estava em fazer o máximo, e com intenção.
Os sucessos foram abundantes, abrangendo “In Ha Mood” e “Princess Diana” a “Gimme a Light” e, sim, “Think U the Shit (Fart)”. Certamente houve um efeito chicote, já que a maioria das músicas durava um ou dois minutos de cada vez, mas ela de alguma forma manteve o ritmo, trazendo um punhado de convidados para preencher as lacunas. Gunna surgiu para fazer um dueto em “Bitch I’m Packin'” e dar uma rápida amostra de seu hit “Fukumean”, enquanto Bktherula manteve a corte para algumas músicas solo. Cash Cobain, que está abrindo a turnê, apareceu perto do final para fazer um dueto no remix de “Fisherrr”, uma oportunidade perdida para Song of Summer.
Mas Spice manteve os holofotes, como aqueles momentos virais magnéticos iniciais prometiam. É difícil para um artista definir sua identidade em sintonia com sua ascensão repentina à fama, mas Spice parece ter lidado com isso com conhecimento, como se tudo fosse parte de um plano mestre. No Palladium, Spice era uma estrela pop na prática, capaz de cumprir a tarefa em mãos, mas com uma ambição clara de superdimensioná-la.