As ações do Magazine Luiza (MGLU3) operaram em forte disparada nos primeiros momentos do pregão de hoje (29) e, apesar de perder força, mantém tendência de alta até o início da tarde.

Pela manhã, chegou a salta quase 6%, em reação ao anúncio de aumento de capital de até R$ 1,25 bilhão feito pela empresa na noite de ontem. Por volta de 15h, a alta é mais modesta, de 1%, negociada a 2,10, mas ainda figurando entre as maiores valorizações do dia no Ibovespa, que opera em queda.

Confira, abaixo, as avaliações de analistas do mercado sobre a operação, que envolve a família Trajano, controladora da varejista, e o BTG Pactual, e as perspectivas para os papéis da empresa na bolsa:

O Magazine Luiza faz uma operação bem-vinda com o um aumento de capital de R$ 1,25 bilhão garantido por alguns de seus principais acionistas, diz o J.P. Morgan.

Os analistas Joseph Giordano, Nicolas Larrain e Guilherme Vilela escrevem que a entrada dos recursos vai impulsionar o lucro por ação nos próximos aos dois anos ao reforçar a estrutura de capital e reduzir alavancagem.

O banco nota que a alavancagem ao fim de 2024 é projetada para ficar em 5,7 vezes ao fim de 2024 com o aumento de capital, ainda elevada, mas dará maior flexibilidade à companhia para investimentos em iniciativas de alto crescimento.

O J.P. Morgan tem recomendação neutra para Magazine Luiza, sem definir preço-alvo.

O aumento de capital anunciado pelo Magazine Luiza (MGLU3) na noite de domingo (28) é positivo porque tem bom volume e ajudará a reduzir de forma substancial a alavancagem da companhia, diz o Citi.

O analista João Pedro Soares escreve que a injeção de R$ 1,25 bilhão vai reduzir a alavancagem da empresa, medida pela razão entre a dívida líquida e o Ebitda, de 1,9 vez para 1,3 vez.

O compromisso da família Trajano e do BTG Pactual, dois acionistas de referência, também é um bom sinal, afirma, mostrando confiança nas operações da companhia mesmo no ambiente atual de juros elevados e competição no varejo.

“Com foco renovado na lucratividade, o Magazine Luiza deve expandir sua margem Ebitda, atualmente em 6% a 7%, e diluir ainda mais as despesas financeiras”, comenta o banco.

Na avaliação do Bradesco BBI, a injeção de capital no valor de R$ 1,25 bilhão que a família Trajano e o BTG Pactual farão no Magazine Luiza vai trazer alívio ao balanço da empresa e mostra o compromisso dos acionistas referência com a empresa.

O analista Pedro Pinto escreve que a estrutura de capital da companhia é onerosa, com as despesas financeiras sendo enorme entrave na geração de fluxo de caixa. O aumento de capital surge em um momento favorável, com redução nos juros e aumento no crédito.

“Este movimento, aliado à tendência contínua de expansão de margem, poderá levar o Magalu a reverter suas perdas e finalmente apresentar lucro líquido em 2024”, comenta o banco.

Eles aguardam para ver como o perfil de geração de caixa da companhia evoluirá nos próximos trimestres respaldado por uma estrutura de capital mais robusta e com a melhoria nos indicadores macroeconômicos.

O Bradesco BBI tem recomendação neutra para Magazine Luiza, com preço-alvo em R$ 5. Já o Citi tem recomendação de compra para as ações da varejista, com preço-alvo em R$ 3,40.

Com informações do Valor PRO, serviço de notícia em tempo real do Valor Econômico.

 — Foto: Getty Images
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