No final do episódio 1 de “True Detective Night Country”, um bloco congelado de cadáveres nus – sete para ser preciso, é descoberto. Seus rostos e alguns membros estão saindo do gelo e suas expressões são de puro terror.

A chefe do Departamento de Polícia de Ennis, Liz Danvers (Jodie Foster), que vem investigando o desaparecimento de vários pesquisadores da Estação de Pesquisa Ártica de Tsalal, chama a descoberta de “corpsículo”. No Episódio 2, o corpsículo é escavado e transferido para uma pista de gelo. Os designers de próteses Lou e Dave Elsey foram encarregados de construir o cenário gigante, inspirando-se no grupo de ratos conhecido como “rei dos ratos”, esculturas e ilustrações como as de “Inferno de Dante”.

Começou com discussões com a showrunner Issa López sobre como seria o conglomerado e qual seria a posição dos corpos. Ela não queria uma pilha de cadáveres. “Tratava-se de contar a história do que esses caras passaram. Ela (Issa) queria histórias individuais contadas dentro desta massa de carne”, diz Lou Elsey.

Para que López tivesse uma noção visual da narrativa, a dupla de fabricantes de próteses fez um modelo aproximado com bonecos em diversas posições e alturas. Depois da aprovação de López, o conceito foi desenhado em um computador. “Poderíamos fazer o iceberg e ver através do gelo onde seus corpos estavam posicionados dentro dele”, explica Dan Elsey.

Dave e Lou Elsey/HBO

Em seguida, os atores tiveram que vir ao Pinewood Studios, em Londres.

Dan Elsey explica: “Fizemos com que ficassem apenas de cueca e começamos a colocá-los em posições complicadas e bizarras – individualmente”.

Dave e Lou Elsey/HBO

Os Elseys fizeram varreduras detalhadas do corpo dos atores. As cabeças, mãos e pés foram feitos em moldes de gesso tradicionais para que pudessem obter aquele nível de detalhe mais preciso.

“Cada nível teve que ser verificado”, explica Lou Elsey. Isso significava fotografar sobrancelhas, cílios, pelos do nariz e das orelhas e capturar a maneira como os cabelos cresciam. “A direção de onde o cabelo está crescendo, até a barba por fazer foi perfurada e raspada para trás. Fizemos olhos e dentes para eles. Tudo.”

Dave e Lou Elsey/HBO

Os corpos eram feitos de espuma rígida e “colocamos um quarto de polegada sobre a escultura para que pudéssemos refazer a textura da pele e adicionar detalhes”, explica Dan Elsey. “Fizemos moldes e depois produzimos os corpos em silicone.”

Lou Elsey acrescenta: “Poderíamos acrescentar seus ferimentos, mordidas, arranhões e queimaduras pelo frio”.

Dave e Lou Elsey/HBO

Além de projetar os corpos, eles tiveram que criar a massa de gelo circundante. Como isso seria mostrado em diferentes estágios de derretimento, os Elseys construíram um iceberg modular. Dan Elsey diz: “Fizemos o núcleo do iceberg e analisamos como os corpos caberiam nele. Tínhamos peças que podíamos colocar e tirar, para que à medida que derretesse ficasse menor e, se precisássemos, poderíamos fazê-lo voltar a ser como era antes.”

Dave e Lou Elsey/HBO

O desenhista de produção Dan Taylor revela que a primeira vez que teve que lidar com o corpsículo foi nas cenas da pista de patinação no gelo do segundo episódio, porque o show foi filmado fora de sequência. “Acabou sendo uma ótima maneira de ver como os corpos se comportariam em um ambiente mais quente e hospitaleiro.”

O exterior foi filmado em locações na Islândia e, para isso, Taylor cavou um buraco de quase três metros no chão para acomodar o corpúsculo gigante. Diz Taylor: “Trouxemos sopradores de neve para fazer parecer que a neve estava intocada. A ideia é que esses corpos sejam encontrados e que ninguém tenha estado lá.”

Quanto à língua descoberta na estação de pesquisa, os detetives confirmaram que pertencia a Annie, uma mulher nativa que havia sido brutalmente assassinada seis anos antes.

Para criar a língua de Annie, os Elseys tiveram acesso a fotografias de línguas decepadas. “Você pode obter línguas de vaca e de animais que as pessoas comem e ver como são e como elas descolorem”, diz Dan Elsey. O adereço foi feito de silicone. “Há pistas na língua que deveriam estar ali, pequenos sulcos que ajudaram a contar a história”, diz ele.

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