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O Que Eo Tabaco?

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Qual a diferença tabaco e cigarro

A noção de que o cigarro nada mais é do que a folha de uma planta (o tabaco), picada e enrolada em papel, é simplista. O processo de produção do cigarro industrial envolve muitos passos e processos químicos e a adição de vários pro- dutos conhecidos mas, em geral, não associados com cigarros.

Qual é a origem do tabaco

História Os primeiros povos a plantar e fumar tabaco foram os nativos do continente americano. Parece que os índios Tainos, do Caribe, já fumavam folhas de tabaco há pelo menos 2 mil anos, costume que foi absorvido dos Maias da América Central. O fumo era utilizado por eles em rituais mágico-religiosos ou de cura.

  • Atribuía-se ao Tabaco poderes maravilhosos de purificação, contemplação, proteção, fortalecimento dos impulsos guerreiros e previsões do futuro.
  • Também era usado medicinalmente como vermífugo.
  • Com o início das viagens marítimas pela descoberta de novos continentes, o tabaco chega a Europa através da Inglaterra, França, Espanha e Portugal.

Os europeus ficam maravilhados com as propriedades curativas desta planta. O Capitão da tripulação de Colombo leva o tabaco para a Espanha e o donatário Português leva-o para Portugal.

  • Briga pelos direitos autorais
  • André Thévet, Frade Franciscano, leva a semente de tabaco para a França em 1555.
  • Jean Nicot era Embaixador da França em Portugal e tinha bom trânsito na Corte francesa e portuguesa, recebe o tabaco de presente e leva-o para a França em 1560.

Nicot tinha uma úlcera de perna, de difícil cicatrização, que milagrosamente é curada com o uso do tabaco macerado. Resolve experimentar essa mesma erva em um ferimento do seu cozinheiro que também fica curado. Nicot mostra a erva para a Rainha Catarina de Médicis que fica maravilhada, pois ao tomar as infusões de tabaco, suas fortes crises de enxaquecas melhoram.

Passa a usar o tabaco como dentifrício e relata clareamento dos dentes. O tabaco passa a ser chamado de “Erva Milagrosa”, “Erva da Rainha”, “Erva Catarinária” ou “Erva Medicéia”. Tal repercussão dos poderes de cura levam, a publicação pelos Tratado de Medicina da época a relacionarem 59 doenças que poderiam ser curadas com o tabaco, como por exemplo: Bronquite, asma, doenças do fígado, intestino, epilepsia, reumatismo, gota, hérnia, doença de pele, sarna, doenças venéreas, catarata,úlcera, ferimentos,

Poderia ser usado na forma de xarope, tisanas, estratos, suco, inalação, pomada, cataplasma. Em 1584, o dicionário francês- latim, inclui a palavra nicotina com o significado de erva curativa. Em 1737 Linneu publica a 1ª Classificação Científica dos Vegetais, classificando-a em 4 sub-tipos, ou seja, nicotiana tabaccum, rústica, glutinosa e penicilata.

Então nesse ano o tabaco passa a ser denominado Nicotiana tabaccum, perdendo Thévet definitivamente a batalha pelos direitos autorais. Como costumava dizer o saudoso Prof. Rosemberg, caso Thévet tivesse ganho, talvez estivéssemos nos referindo hoje a praga que é a tevetina e não a nicotina. O tabaco espalha-se por todos os continentes da época e torna-se fonte de renda dos cofres públicos, servindo de moeda (escambo).

No Brasil Colônia o tabaco é usado como moeda para o tráfico de escravos. Data dessa época a expressão “Converter fumaça em Ouro”. Nenhuma droga se expandiu com a rapidez do tabaco. Em 50 anos, início do séc.17, já estava difundida por toda a Europa com ramificações para a Ásia e em 1650, já havia conquistado todos os continentes.

  1. Foi utilizado de várias maneiras, na forma de cachimbo, charuto, rapé, mascado, e somente mais tarde no séc XIX na forma de cigarro.
  2. Pela sua importância na economia do Brasil, o Brasão Nacional, instituído em 1889, tem na sua composição um ramo de Tabaco, juntamente com outro de Café.
  3. Com o uso do Cachimbo nas Smoking Parties ficou até hoje associado o nome desse traje masculino elegante ao hábito de se fumar nessas festas,
  4. O cigarro foi muito associado a glamour, elegância e o seu uso fortemente incentivado pelo cinema e propaganda.
  5. Somente em 1950 aparecem os primeiros estudos alertando sobre os malefícios que o cigarro pode provocar.
  6. Fonte: ROSEMBERG, 2003.
  7. A, fundada em 1903, foi a primeira fábrica de cigarros do Brasil.

Seu fundador foi o industrial Albino Souza Cruz (1869-1962), nascido em,, em 1869. Emigrou para o Brasil com 16 anos. Chegou ao Rio de Janeiro e trabalhou por 18 anos na Fabrica de Fumos Veado, propriedade do também emigrante português, Mais tarde a Fabrica de Fumos Veado seria absorvida pela sua própria indústria.

Com 33 anos de idade e com um sólido conhecimento no ramo e algumas economias, fundou em 25 de abril de 1903 a primeira fábrica de cigarros do país. Instalou-se num pequeno prédio do centro do Rio e começou a produzir cigarros enrolados em papel, uma novidade na época no Brasil, que em pouco tempo se espalhou pela sociedade.

Da produção artesanal, passou à industrial. Hoje, a Souza Cruz é subsidiária da inglesa British American Tabacco (BAT). Albino Souza Cruz faleceu em 1966, aos 97 anos, sem nunca ter provado um cigarro. : História

Qual é a importância do tabaco?

A importância econômica e social do Tabaco no Brasil. O cultivo de tabaco se destaca por sua relevância econômica e, especialmente, pela qualidade de vida que proporciona às populações das áreas produtoras. Comparativamente a outras atividades agrícolas de relevância nacional como trigo, feijão, batata, uva, cacau e tomate, o tabaco alcança altos níveis de geração de renda sem absorver grandes quantidades de terra.

Em comparação com o trigo, a produção de tabaco foi obtida em uma área plantada 82% menor, ao mesmo tempo em que gerou um valor bruto de produção 41,8% maior em 2016 (IBGE). Ainda em 2016, cerca da metade dos municípios da região Sul produziram alguma quantidade de tabaco. Das 566 cidades sulistas, mais de 10% derivavam sua renda agrícola majoritariamente do cultivo do produto.

A importância econômica e social do tabaco como principal produto agrícola gerador de renda local supera a de culturas como trigo, uva, laranja e cacau. A importância econômica e social do tabaco como principal produto agrícola gerador de renda local supera a de culturas como trigo, uva, laranja e cacau.

  • Análises comparativas de municípios altamente especializados na produção de tabaco também se aplicam a outros indicadores socioeconômicos que exibem melhores condições de vida nas regiões fumageiras.
  • Segundo o Datasus, a mortalidade infantil (0 a 4 anos) em 2015 não só era significativamente menor nas cidades das áreas produtoras de tabaco como apresentava redução mais intensa desde 2006 diante da relativa estagnação observada no cômputo geral dos três estados sulistas.

Já a taxa de homicídios em 2016, indicador bastante relacionado a outros indicadores de violência e criminalidade, também era significativamente menor entre as cidades onde o tabaco representava a maior parte da renda agrícola local. Na região Sul do Brasil, houve 24,3 homicídios por 100 mil habitantes (a menor taxa entre as regiões do país), ao passo que os municípios sulistas de alta especialização do tabaco registraram 4,2 óbitos por 100 mil habitantes, ou 82,7% menor do que a média regional.

  1. Além dessas métricas que sintetizam indicadores de bem-estar social, sobressai-se a taxa de evasão escolar das áreas de produção de tabaco.
  2. Segundo o Censo Escolar de 2016, que abrange tanto a rede pública quanto a privada, a proporção de alunos matriculados que abandonaram o ano letivo foi menor nos municípios caracterizados por alta especialização no cultivo de tabaco, relativamente à região Sul.

Os resultados mais favoráveis estão presentes em todos os ciclos de ensino (anos iniciais do ensino fundamental, os anos finais e o ensino médio). Em resumo, o cultivo de tabaco se destaca por sua relevância econômica e, especialmente, pela qualidade de vida que proporciona às populações das áreas produtoras, substancialmente melhor do que a observada nos estados da região Sul como um todo.

O que acontece quando fumamos tabaco

A fumaça pode irritar a gengiva e também facilitar o aparecimento de cáries. Além disso, o cigarro pode alterar as papilas gustativas e é um fator de risco para o câncer de boca. Já nos pulmões, o cigarro diminui a elasticidade e isso degrada a funcionalidade do órgão gradativamente.

Por que o cigarro não é proibido?

A fumaça do tabaco danifica as artérias do coração, causando o acúmulo de placas e o desenvolvimento de coágulos sanguíneos, restringindo o fluxo sanguíneo e levando a ataques cardíacos e derrames. O uso de nicotina e outros produtos de tabaco aumentam o risco de doenças cardiovasculares.

Por que o uso do tabaco é um problema de saúde pública?

Também aumenta o risco das pessoas desenvolverem e morrerem por tuberculose. Mata 5 milhões de pessoas anualmente no mundo. No Brasil são 200 mil mortes anuais. Se a atual tendência de consumo se mantiver, em 2020, serão 10 milhões de mortes por ano e 70% delas acontece- rão em países em desenvolvimento.

O que é a cultura do fumo?

A fumicultura é uma atividade agrícola de grande relevância no Rio Grande do Sul, que se destaca como maior produtor de fumo em folha do país, sobretudo, na região do Vale do Rio Pardo, por sua representatividade na indústria fumageira do Brasil, sendo responsável por cerca de 20% da produção nacional de fumo.

Qual a sensação de mascar fumo?

Ttulo: ‘Caubis’ do asfalto mascam fumo Autor: Simone Iwasso, Cludia Ferraz Fonte: O Estado de So Paulo, 30/01/2005, Vida &, p. A18 Fora do alcance das campanhas antitabagistas movidas pelos rgos de sade e inspirado na cultura country americana, o hbito de mascar tabaco se dissemina silenciosamente entre uma parcela especfica da populao brasileira.

Comum em geraes passadas que viviam na rea rural e esquecido por dcadas, o costume agora moda entre adolescentes e jovens que freqentam rodeios, hpicas, danceterias e bares vestidos com chapu, cinto e botas de caubi. Assim como as msicas e os acessrios classificados atualmente como country, o tabaco desses jovens no tem o mesmo formato e aparncia dos consumidos antigamente pelos moradores mais simples do campo.

A substncia usada hoje vendida em pequenas latas importadas, compradas em tabacarias e lojas de produtos especializados. Custam cerca de R$ 25 e duram, em mdia, uma ou duas semanas. As latinhas so exibidas no bolso da camisa ou no cinto da cala e viraram smbolo de status.

  • Quem no tem dinheiro para compr-las acaba preparando uma mistura caseira e levando-a em latinhas usadas.
  • De tempos em tempos, retiram o tabaco, pegam um pouco com os dedos e colocam entre os dentes e a gengiva.
  • Mascam por minutos, s vezes horas, e depois cospem – dependendo do local, em recipientes vendidos especificamente para essa finalidade.

Multiplicam, na maioria das vezes sem saber, o risco de desenvolver problemas nos dentes, na lngua, gengivas e, principalmente, cncer de boca. Alm disso, comprometem a sade ao ingerir as mesmas 4.700 substncias txicas presentes no cigarro, inclusive nicotina – responsvel pela dependncia -, monxido de carbono e alcatro.

No entanto, como fazem parte de um mercado menos expressivo, as embalagens desses derivados do tabaco no so obrigadas por lei a trazer os avisos que so estampados nos maos de cigarro. FORA DAS ESTATSTICAS “Esse consumidor no entra nas estatsticas do cigarro, mas est crescendo, resultado de uma moda importada dos Estados Unidos, onde o hbito bastante popular entre jogadores de beisebol e freqentadores dos ambientes country.

Aqui no interior, observamos at em shopping meninos de 12 e 13 anos mascando tabaco. Nos ltimos anos virou uma coisa comum”, diz a dentista Suzana Luzia Coelho Figliolia, autora de uma pesquisa sobre o consumo e o perfil dos consumidores de tabaco sem fumaa, feita na Universidade de So Paulo (USP).

  • Aps observar o costume, Suzana entrevistou e examinou 129 jovens freqentadores de rodeios e hpicas na regio de Bauru, interior do Estado.
  • Pelo seu levantamento, 67% deles tinham entre 15 e 19 anos e 46% eram consumidores do tabaco entre um e trs anos.
  • Como conseqncia, 38% j tinham alteraes na boca, como leses, manchas e recesso gengival, um deslocamento da gengiva que deixa parte da raiz do dente mostra.

Resumindo, a pesquisa mostrou um consumidor jovem, em sua maioria de classe mdia, cursando ensino mdio ou superior e que j consumia a substncia fazia tempo suficiente para desenvolver a dependncia. Outro fator que o levantamento apontou foi que em 80% dos casos os pais sabiam do hbito e no se preocupavam por no o considerarem prejudicial sade.

  • Quanto aos motivos, as frases mais comuns ditas pelos jovens foram “todo mundo usa”, “faz parte da vida de peo”, ” sertanejo”.
  • Para o gerente de uma loja de artigos country Kinho Marques, de 27 anos, que comeou a mascar tabaco aos 18, as explicaes para comear com o vcio so bem parecidas.
  • O adolescente v o peo usando chapu, bota e mascando fumo e vai querer ser igual”, diz.

Segundo ele, um ex-fumante, mascar tabaco tambm no deixa cheiro nas mos, roupas e cabelos, “alm de no fazer mal nem incomodar quem est ao lado”. Para ele uma caixa com 34 gramas dura uma semana e meia – Kinho chega a mascar um punhado de tabaco por 20 minutos.

  1. Na loja em que trabalha, em Perdizes, na zona oeste de So Paulo, so vendidas cerca de 200 latas por semana, com sabores e concentraes variadas.
  2. Tem gente que cruza a cidade para comprar apenas uma caixa aqui e depois volta sempre.” Entre os adolescentes, a moda tem grias prprias.
  3. Eles se encontram “nos bailes” para danar e “laquear” (mascar) o fumo.

O estudante de administrao Joo Agripino de Rodrigues, de 20 anos, masca tabaco com sabor de menta. “O que no tem sabor muito forte, deixa ‘tucado’ (abobado), relaxado e tonto”, explica. Seu amigo Douglas Parreira, de 25 anos, que o acompanhava em uma casa noturna de So Paulo voltada para a msica country e sertaneja, conta que a moda veio dos americanos.

  1. Eu me espelho no povo americano, gosto do jeito deles e do estilo de se vestir.” As meninas tambm no ficam fora desse hbito.
  2. O costume, que antes era repugnado por elas, ganhou fora e hoje a turma toda “laqueia” tabaco junto.
  3. Comecei a mascar quando a moda das meninas comeou.
  4. Antes, menina no mascava, achvamos nojento”, disse Anne Thalhammer, de 22 anos, estudante de biomedicina.

“Eu beijei um cara uma vez e achei horrvel. Ele me disse que estava mascando fumo e ento eu experimentei”, conta Snia Regina Lopes, de 30 anos. A amiga Daniela de Castro, de 22, administradora financeira, confessa: “S masco quando estou com o pessoal.” So meninos e meninas que tambm esto na internet, em sites e grupos de discusso onde trocam informaes sobre marcas de tabaco, receitas de fabricao caseira, usando fumos mais baratos, e locais mais freqentados.

  • Nos grupos, jovens de vrias regies do Pas mandam mensagens e marcam encontros.
  • Sempre exibindo a famosa latinha em alguma parte visvel da roupa.
  • FALTA DE INFORMAO “Falta muita informao sobre esses produtos, at mesmo entre mdicos e dentistas.
  • Na pesquisa, entrevistei um estudante de odontologia, filho de dentistas, que mascava tabaco e no sabia dos riscos para a sade”, conta Suzana.

“Como as campanhas focam bastante na fumaa, os jovens pensam que se no tiver fumaa no tem tanto perigo. E as empresas se aproveitam disso e vendem os produtos em embalagens atraentes para os jovens”, complementa. Mas a impresso falsa e mascar tabaco tambm apresenta riscos sade, assim como fumar.

De acordo com o Instituto Nacional do Cncer (Inca), ligado ao Ministrio da Sade, a diferena que o tabaco vendido para mascar, assim como o usado em charutos e cachimbos, alcalino, o que faz com que seja absorvido pela mucosa da boca – ao contrrio do cigarro, em que preciso inalar a fumaa. “Os males existem, mas so pouco divulgados.

Nos Estados Unidos um hbito popular, que comea agora a ser adotado por executivos e bancrios para substituir o cigarro em ambientes fechados. Com isso, os ndices de cncer de boca esto aumentando”, explica Fbio Alves, diretor do Departamento de Estomatologia do Hospital do Cncer.

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