O que é uma Dermatofagia
A dermatofagia é o ato de mastigar a própria pele de forma recorrente. Em geral, as crianças que sofrem com esse problema geralmente mastigam a pele da ponta dos dedos ou ao redor das cutículas, embora também possam mastigar a parte interna das bochechas ou a pele dos lábios.
Estou mordendo minha bochecha do siso
Se o dente está nascendo em posição lateral, o siso pode começar a ter atrito com a bochecha, ou seja, raspar na boca. Dessa forma, ferimentos e ulcerações podem aparecer e provocar muita dor no momento de mastigar os alimentos.
O que significa morder o lábio inferior?
3. A boca – Expressões e movimentos bucais também podem ser essenciais na leitura da linguagem corporal. Por exemplo, morder o lábio inferior pode indicar que o indivíduo está experimentando sentimentos de preocupação, medo ou insegurança. Cobrir a boca pode ser um esforço para ser educado se a pessoa estiver bocejando ou tossindo, mas também pode ser uma tentativa de esconder uma carranca de desaprovação. Um sorriso pode ser genuíno ou pode ser usado para expressar falsa felicidade, sarcasmo ou até mesmo cinismo.9 Ao avaliar a linguagem corporal, preste atenção aos seguintes sinais de boca e lábios:
Lábios franzidos: Apertar os lábios pode ser um indicador de aversão, desaprovação ou desconfiança; Mordendo o lábio: As pessoas às vezes mordem os lábios quando estão preocupadas, ansiosas ou estressadas; Cobrindo a boca: Quando as pessoas querem esconder uma reação emocional, elas podem cobrir a boca para evitar sorrisos ou sorrisos maliciosos; Aumentou ou diminuiu: Ligeiras mudanças na boca também podem ser indicadores sutis do que a pessoa está sentindo. Quando a boca está ligeiramente levantada, pode significar que a pessoa está se sentindo feliz ou otimista. Por outro lado, uma boca ligeiramente voltada para baixo pode ser um indicador de tristeza, desaprovação ou mesmo uma careta aberta.
Quando a pessoa fica mastigando nada?
Bruxismo é o transtorno em que a pessoa aperta, desliza ou bate os dentes, principalmente durante o sono. Acontece de modo involuntário, ou seja, sem que a pessoa queira. Além de dores de cabeça e nos músculos do rosto, o problema provoca também, desgaste dos dentes e doenças nas gengivas.
Porque se morde a bochecha?
Por que mordemos a bochecha? Saiba mais sobre os possíveis problemas na Mastigação. Vou explicar como ocorre a mastigação : O alimento precisa ser macerado nos dentes, mas não temos dentes em toda boca, nossos dentes estão alinhados em um arco e para que o alimento fique na região que estão os dentes temos a ação da língua e das bochechas que são músculos que empurram o alimento para a região que estão os dentes.
Agora em situações de stress e ansiedade a pessoa pode involuntariamente contrair os músculos da mastigação e morder as bochechas, Os Dentes do Siso muitas vezes não tem espaço para eles e quando a pessoa morde o músculo da bochecha fica sobre ele, machucando assim a bochecha. Esses machucados frequentes no mesmo local deixam a mucosa da bochecha mais grossa, é como se fosse um calo, forma um tecido fibroso, e em alguns casos faz com que a pessoa morda ainda mais as bochechas.
Em situações em que os dentes estão desalinhados, um dente sai da linha de oclusão pode também provocar uma injúria na bochecha. Assim como uma prótese mal adaptada também pode estar machucando a bochecha.
Por que mordemos a bochecha? Saiba mais sobre os possíveis problemas na Mastigação.: Dra. Lais Helena Frias Ferraz ParolariCirurgiã Dentista (CRO MT 3362) : Por que mordemos a bochecha? Saiba mais sobre os possíveis problemas na Mastigação.
Como se chama a mania de morder a bochecha
Morsicatio Buccarum é o termo científico empregado para a mastigação crônica da bochecha.
Quem tem bruxismo morde as bochechas?
Skip to content Bruxismo sergiodias 2022-08-17T02:27:11+00:00 O que é Bruxismo? Bruxismo é um hábito que afeta cerca de 8 a 10% da população. Basicamente, é o ranger dos dentes com ou sem o apertar dos mesmos. Ocorre em crianças e adultos entre 25 e 44 anos de idade. Entretanto, a maioria das pessoas range ou aperta seus dentes em algum grau ocasionalmente durante a vida.
- Pode haver bruxismo acordado ou dormindo.
- O bruxismo acordado é caracterizado pelo apertar dos dentes involuntariamente.
- Normalmente não há o ranger dos dentes.
- Já o bruxismo ao dormir se caracteriza pelo ranger dos dentes com ritmo e contrações, principalmente, dos músculos da mastigação.
- O bruxismo é dividido em primário (que ocorre sem qualquer condição médica prévia) e bruxismo secundário, onde uma condição médica ou psiquiátrica é conhecida.
O ranger de dentes observado durante a vigília e sono pode estar associado a determinados medicamentos como antidepressivos, drogas como cocaína e ecstasy, distúrbios como a depressão, a doença de Parkinson ou grande ansiedade. Muitos estudos descobriram que existem outras características associadas com bruxismo do sono, pois raramente ocorre isoladamente.
- Bruxismo do sono ocorre como uma resposta ao despertares durante o sono (períodos de despertar), indicando que ele também pode ser um sinal de um distúrbio do sono.
- Quase 80% dos episódios de bruxismo ocorrem em grupos durante o sono e está associado a estes despertares.
- A associação mais forte foi encontrada entre bruxismo do sono e Apnéia Obstrutiva do Sono (períodos de paragem respiratória durante o sono), que é uma condição muitas vezes acompanhada de sonolência diurna e sono não restaurador.
Os indivíduos com Apnéia têm muitos despertares durante a noite devido a dificuldades na respiração. O encerramento do evento de apnéia é freqüentemente acompanhado por uma variedade de outros eventos como ronco, respiração ofegante, murmuração e ranger de dentes.
- Quais as Causas do bruxismo? As causa ainda não são claras.
- No entanto, as possíveis causas variam de fatores como o estresse e ansiedade e a resposta excessiva ao despertares durante o sono.
- Estilo de vida: Fatores demográficos e estilo de vida, tais como idade, maior escolaridade, tabagismo, consumo de cafeína e o consumo pesado de álcool.
O uso de substâncias psicoativas (tabaco, álcool, cafeína ou medicamentos para dormir) Estresse, ansiedade e outros componentes psicológicos: Os transtornos mentais, ansiedade, estresse e fatores psicossociais adversos estão significativamente relacionadas com ranger de dentes durante o sono e descobriu-se que cerca de 70% do bruxismo ocorre como resultado de estresse ou ansiedade.
É bem documentado que o stress relacionado com o trabalho é prejudicial para um bom sono e como conseqüência pode ser responsável por sonolência diurna. Mas, também é o fator mais importante associada com bruxismo. Um estudo descobriu que trabalhadores em turnos que sofreram estresse devido à insatisfação com o seu horário de trabalho de turnos são mais susceptíveis ao bruxismo do que aqueles que estavam satisfeitos.
Quais os sinais e sintomas de bruxismo? Os sintomas físicos: dores de cabeça, dores na articulação temporomandibular (ATM) e desconforto muscular, mialgia facial (dores musculares), dor de ouvido, a tensão e a rigidez dos ombros, limitação de abertura da boca e distúrbios no sono do indivíduo.
- Dor de cabeça: parece ser a área mais comumente citada de dor.
- Sintomas orais: desgaste anormal dos dentes, fratura dos dentes, inflamação e recessão da gengiva, mobilidade dentária em excesso e perda prematura dos dentes, marca de dentes na língua, mordidas na parte interna das bochechas, sensibilidade nos dentes, etc.
Note-se que estes sintomas não indicam necessariamente um relacionamento direto de causa e efeito. Por exemplo, a depressão pode ter um efeito de desconforto na ATM mas não a sua causa. E o bruxismo nas crianças? O bruxismo, muitas vezes está associado com a obstrução nasal e sintomas respiratórios, devido a um aumento das amígdalas e adenóides. Bruxismo Infantil Quais são os efeitos do Bruxismo O bruxismo afeta de muitas maneiras. Alguns dos efeitos adversos são de curta duração e desaparecem quando o bruxismo cessa. Outros, infelizmente, são de longo prazo ou mesmo permanente. Os efeitos de curto prazo de bruxismo: Dor de cabeça – O bruxismo torna o paciente três vezes mais propenso a sofrer de dores de cabeça.
Mialgia facial (dores nos músculos faciais) Dor de ouvido Aperto rigidez / dos ombros Limitação de abertura bucal Perturbações do sono Perturbação do sono do parceiro de cama devido ao ruído O excesso de mobilidade dentária Inflamação e recessão gengival Os efeitos em longo prazo de bruxismo: Desordem Temporo-Mandibular (DTM ) – dores, estalos e outras alterações na articulação.
(ATM) Desgaste dos dentes e quebra Quem está mais propenso de bruxismo? Alguns grupos de pessoas são mais propensos a sofrer de bruxismo do que outras. Pessoas com outras desordens de sono, tais como: Ronco Apnéia obstrutiva do sono Comportamento violento durante o sono Pessoas com um estilo de vida estressante Fumantes Pessoas com um alto consumo de álcool Pessoas que bebem seis ou mais xícaras por dia de chá ou café Pessoas que tomam medicamentos para dormir, depressão e / ou ansiedade Qual o tratamento para o bruxismo? Tratamentos: 1-Intervenções oclusais: Geralmente envolvem o equilíbrio da oclusão dental, reabilitação e tratamento odontológico.
- O tratamento visa conseguir uma relação “harmoniosa” entre as superfícies de oclusão.
- No entanto, não há nenhuma evidência científica de qualidade para apoiar o uso dessas técnicas irreversíveis e, portanto, eles geralmente não são recomendados inicialmente.2-Aparelhos para ronco e apnéia: São geralmente utilizados para a gestão do ronco e apnéia do sono, mas os pesquisadores têm investigado o seu uso para a gestão do bruxismo do sono.
Muitos estudos relatam resultados altamente eficazes na redução do bruxismo do sono. Um estudo comparou a eficácia entre os aparelhos anti ronco e a placa oclusal. Uma redução moderada no bruxismo do sono foi encontrada com a placa oclusal, mas uma grande redução na atividade de bruxismo com o aparelho anti ronco.3-Abordagens Comportamentais: Psicanálise, hipnose, auto-sugestão, relaxamento progressivo, meditação e automonitorização, têm sido prescritos para a gestão de bruxismo 4-Placas oclusais: são feitas de acrílico ou silicone, dependendo da avaliação.
Elas protegem os dentes do desgaste prematuro, reduzem a atividade dos músculos da mandíbula e evitam o ruído de ranger os dentes que perturba seu parceiro de cama. É o tratamento mais comum e eficaz. Estas placas têm nomes diferentes (placa oclusal, aparelho de bruxismo, placa de mordida, placa noturna, etc.) variam em aparência e material, mas, na essência, são todas projetadas para evitar o movimento involuntário dos dentes.
Estes dispositivos, assim como os aparelhos para ronco e apnéia do sono, são apenas um controle e não a cura. Placa para Bruxismo
O que significa morder a língua no mundo espiritual?
O que significa morder a língua no mundo espiritual? – Morder a língua é um castigo por falar demais. Morder as bochechas indica ansiedade e segredos ocultos.
O que significa morder o lábio superior?
Quando você morde os lábios. é um gesto pacificador pra controle emocional. quando uma pessoa tá tensa de alguma forma.
O que é linha alba na boca?
A linha alba é uma elevação linear e esbranquiçada na bochecha de forma bilateral e assintomática. Essa linha acompanha a linha do encontro entre os dentes superiores e inferiores. Ao realizarmos o fechamento da boca, a pressão e a sucção fazem com que as bochechas fiquem, em contato direto com os dentes.
O que é transtorno de escoriação?
RBTC Resumo: O transtorno de escoriação é caracterizado pelo comportamento de beliscar, espremer ou morder de forma recorrente a própria pele, produzindo lesões que causam sofrimento e prejuízos em áreas importantes da vida. O objetivo do presente artigo é realizar uma revisão não sistemática de literatura, a partir de um levantamento da prevalência, incidência, fatores relacionados ao transtorno, escalas utilizadas para avaliação e de intervenções empiricamente validadas para o transtorno de escoriação (skin picking), considerando o destaque recebido a partir da incorporação do diagnóstico ao DSM-5 e da carência de literatura nacional na área.
- De acordo com o levantamento teórico realizado, a literatura destaca que 1,4% da população adulta apresenta o transtorno e que este vem comumente associado ao transtorno obsessivo compulsivo, tricotilomania e transtorno depressivo maior.
- Dentre os fatores relacionados ao desenvolvimento e manutenção da referida psicopatologia podem ser citadas condições dermatológicas como a acne, fatores de personalidade, conflitos emocionais na história de vida e comorbidades psiquiátricas.
O tratamento envolve medicamentos:antidepressivos e antipsicóticos e psicoterapia: técnicas cognitivas e comportamentais. Abstract: The excoriation disorder is characterized by the behavior of pinching, squeezing or biting the skin in a recurring form, producing lesions that cause suffering and damages in important areas of life.
The aim of this article is to perform a non-systematic literature review, based on a survey of prevalence, incidence, factors related to the disorder, scales used for evaluation and empirically validated interventions for the excoriation disorder (skin picking ), considering the emphasis received from the incorporation of the diagnosis to DSM-5 and the lack of national literature in the area.
According to the theoretical survey, the literature shows that 1.4% of the adult population presents the disorder and that it is commonly associated with obsessive-compulsive disorder, trichotillomania and major depressive disorder. Among the factors related to the development and maintenance of the psychopathology can be cited dermatological conditions such as acne, personality factors, emotional conflicts in the history of life and psychiatric comorbidities.
Treatment involves drugs: antidepressants and antipsychotics and psychotherapy: cognitive and behavioral techniques. O transtorno de escoriação ( skin picking ) (TE) também conhecido por escoriação neurótica ( neurotic excoriation ), escoriação patológica, dermatotilexomania, acne escoriada ( acne excoriée ), ou escoriação psicogênica, é caracterizado pelo comportamento de arranhar, cutucar, cortar, escavar, realizar punção ou beliscar a pele normal ou com mínima irregularidade (Arnold, Auchenbach & McElroy, 2001).
O beliscar recorrente da própria pele, segundo os critérios descritos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) da American Psychiatric Association (APA, 2014) é a característica essencial no diagnóstico deste transtorno. São focos das escoriações, além da pele saudável, pequenas irregularidades da pele e lesões preexistentes como: espinhas, calosidades ou cascas de lesões anteriores (APA, 2014).
Também são focos das lesões as cicatrizes e mordidas de insetos (Arnold et al., 2001). A conduta de beliscar ocorre em resposta a prurido ou outras sensações na pele, como queimação, formigamento, ressecamento ou dor (Alves, Martelli, Prado & Fonseca, 2009). As partes do corpo mais comumente escoriadas são as de fácil acesso, principalmente o rosto, braços e mãos, mas podem ocorrer em qualquer outra região.
Além de beliscar com as unhas, conduta observada na maior parte dos casos, as lesões podem ser decorrentes de procedimentos como: morder, esfregar ou espremer a pele (APA, 2014). Quanto aos instrumentos utilizados para provocar os ferimentos, o mais comum é o emprego das próprias unhas e dedos, mas existem casos nos quais são utilizados os dentes ou objetos como: pinças, alfinetes, facas e lixas (Arnold et al., 2001).
- Envolvidos no comportamento de beliscar a pele, indivíduos com o transtorno podem empregar significativa quantidade de tempo, até diversas horas por dia, durante meses ou anos (APA, 2014).
- As escoriações ficam úmidas com crostas e cicatrizes (Arnold et al., 2001).
- Os indivíduos com o TE frequentemente utilizam-se de artifícios para disfarçar ou ocultar as lesões, cobrindo as áreas escoriadas com roupas ou maquiagem e relatam terem tentado diminuir ou cessar o comportamento de autolesão por diversos meios (APA, 2014).
Por encontrar-se intimamente relacionado a questões estéticas, o TE possivelmente tenha sido mais descrito e estudado na literatura dermatológica do que na psiquiátrica (Lovato, 2011). As escoriações autolesivas são conhecidas na área médica, pela denominação de dermatites factícias e classificadas em duas categorias: a dermatite paraartefacta e a dermatite artefacta.
Na primeira, quando questionado, o indivíduo reconhece que provocou as lesões, sendo parcialmente consciente do comportamento. Ocorre, nesse caso, uma dificuldade ou ausência no controle de impulsos (Shah & Fried, 2006, como citado em Richartz, 2013). Por sua vez, na dermatite artefacta, o indivíduo nega ter realizado as lesões (Araújo, Oliveira, Carvalho, Gamonal, & Gamonal, 2008) e, aparentemente, demonstra ausência de conhecimento sobre ter provocado a escoriação, estando como em um quadro dissociativo.
Este tipo de autolesão pode estar relacionado a transtornos psiquiátricos como: o transtorno de personalidade borderline, narcisista ou histriônico e a transtornos psicóticos (Harth et al., 2010, como citado em Richartz, 2013). O paciente reconhece que provoca as lesões sem que haja, na base do problema, nenhuma doença dermatológica significativa (Alves et al., 2009).
A psicodermatologia, que visa dentro da dermatologia integrativa agregar conhecimentos pertinentes entre campos diversos, tem buscado estudar dermatoses que apresentam na base determinantes mais psicológicos do que físicos. Doenças de pele provocam ansiedade, preocupação, medo, vergonha, sentimento de rejeição e outras emoções em seus portadores e, em contrapartida, a tensão psicológica é responsável pelo agravamento do curso destas doenças (Freitas, 2011).
Uma revisão sistemática de literatura constatou a escassez de produções científicas nacionais sobre o assunto na área da psicologia, apesar da correlação feita pela literatura dermatológica entre fatores afetivos e emocionais e as escoriações provocadas na pele, enquadrando-a como psicodermatose.
- A maior parte dos estudos foi encontrada em bases internacionais, tendo sido localizadas apenas duas publicações brasileiras sobre o TE.
- A diversidade de denominações atribuídas ao ato de escoriar a pele dificulta a busca por material, mas a denominação: ” skin picking” tem sido a mais utilizada (Freitas, 2011).
Considerando o destaque recebido pelo TE a partir da incorporação do diagnóstico ao DSM-5 (APA, 2014), da carência de literatura na área e de poucas intervenções empiricamente validadas para o transtorno, o objetivo do presente artigo é realizar uma revisão não sistemática de literatura que visa apresentar critérios diagnósticos para o transtorno, de acordo com o DSM-5 (APA, 2014), investigar os fatores relacionados, as técnicas utilizadas para avaliação e protocolos de tratamento.
DEFINIÇÃO, PREVALÊNCIA E CONSEQUÊNCIAS DO TRANSTORNO DE ESCORIAÇÃO No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR) da American Psychiatric Association (APA, 2002) o TE não era formalmente reconhecido, sendo apenas citado dentro do capítulo de transtorno de controle de impulsos sem outra especificação, e que não satisfazem os critérios apresentados no manual para qualquer outro transtorno de controle de impulsos.
Era mencionado no DSM-IV TR (APA, 2002) como o ato de “beliscar a pele” que ocorre diante do fracasso de resistir a um impulso ou tentação de executá-lo. O ato de escoriar a pele acontece em resposta a um sentimento de tensão aumentada ou associada às tentativas de resistir a este sentimento.
Apesar de encontrar-se classificado como transtorno de controle de impulsos, conclusões de estudos levaram os autores Ferrão, Ferrão e Cunha (1999) a incluir o TE dentro do espectro obsessivo compulsivo. O DSM-5 (APA, 2014), incluiu o diagnóstico do Transtorno de Escoriação ( skin picking ) como parte do capítulo do Transtorno Obsessivo Compulsivo e outros transtornos relacionados, descrevendo critérios diagnósticos que consistem em: comportamento de beliscar a pele recorrentemente causando lesões, sendo relatadas diversas tentativas de parar ou reduzir o comportamento autolesivo.
Este comportamento causa sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas da vida e não se apresenta como consequência fisiológica do uso de uma substância (por exemplo, cocaína), ou a outra condição médica que justifique (por exemplo, escabiose).
O comportamento de beliscar a pele, não pode ser mais bem enquadrado como sintoma de outro transtorno mental, como: transtorno psicótico (delírios ou alucinações táteis), transtorno dismórfico corporal (tentativa de melhorar aparência corrigindo um defeito ou falha percebida), transtorno de movimento estereotipado (estereotipias) ou autolesão não suicida (intenção de causar danos a si mesmo).
No DSM-5 (APA, 2014), o critério A (beliscar de forma recorrente a própria pele) é citado como a característica essencial deste transtorno. Para Kapczinski, Isquierdo e Quevedo (2011), o ato de escoriar-se passa a ser considerado patológico quando se torna habitual, recorrente ou atinge grandes extensões da pele, acarretando situações de embaraço, comportamentos disfuncionais ou prejuízo social.
Dentre as particularidades do transtorno, encontra-se o fato de que o ato de beliscar normalmente não acontece na presença de outras pessoas, ou apenas na presença de familiares. Pode envolver uma série de comportamentos ou rituais direcionados a um tipo específico de crosta ou irregularidade. Para alguns indivíduos o comportamento ocorre de forma mais focada (quando busca o alívio da tensão).
Para outros, de forma automática (não é perceptível a tensão precedente). Ou ainda, pode ocorrer de forma mista. Os sentimentos relatados como desencadeantes relacionam-se ao tédio ou ansiedade e a uma tensão crescente que antecede o comportamento de beliscar ou de resistir a este impulso.
- São também relatadas lesões desencadeadas por uma sensação corporal desagradável, mas, na maior parte dos casos não é relatada dor em decorrência da escoriação (APA, 2014).
- Pessoas de diferentes idades podem apresentar o TE.
- O início ocorre com maior frequência na adolescência e vinculado a uma condição dermatológica como a acne (APA, 2014).
O curso geralmente é crônico e quando não tratado pode ser direcionado a partes alternadas do corpo e apresentar remissões e exacerbações durante a vida (Kapzinski et al., 2011). O diagnóstico dermatológico é dispensável, tendo em vista que os indivíduos admitem provocar as lesões, mas o quadro pode ser desencadeado ou acentuado por uma condição dermatológica já existente, situação que requer aprofundamento na avaliação para determinar a ocorrência ou não de comorbidade (APA, 2014).
- O ato de beliscar a pele frequentemente resulta em danos aos tecidos e em cicatrizes, podendo necessitar de tratamento antibiótico para infecções em decorrência de complicações médicas e da gravidade das lesões.
- O tempo despendido diariamente no comportamento é significativo (cerca de uma hora) e abrange o ato em si ou o tempo gasto pensando em beliscar e resistindo ao impulso.
As áreas sociais e profissionais da vida do indivíduo tendem a serem prejudicadas, apesar das constantes tentativas de disfarçar ou ocultar as lesões com roupas ou maquiagem. É comum a presença de afetos negativos como: sensação de perda de controle, constrangimento e embaraço que pode desencadear significativo sofrimento.
Na área acadêmica, são encontrados relatos de prejuízos decorrentes de faltas à escola, dificuldade no manejo de atribuições escolares e problemas nos estudos, em virtude do tempo empregado no ato de escoriar a pele (APA, 2014). Os prejuízos mais significativos sofridos pelos pacientes que provocam escoriações na pele são decorrentes da perceptível desfiguração relacionada às lesões (Freitas, 2011).
São relatadas situações de evitação de sair em público, e recusa de comparecer em eventos sociais e de entretenimento, além de interferências semanais ou diárias na assiduidade profissional dos indivíduos diagnosticados com o transtorno (APA, 2014). Indivíduos com a pele escoriada, principalmente em áreas descobertas do corpo, relatam vergonha, ansiedade e tristeza pelo distanciamento das pessoas provocado pelo impacto negativo da aparência, que desperta sensação de sujeira, imperfeição e possibilidade de contágio (Azulay & Azulay, 1992).
Proporcionalmente ao grau de comprometimento da aparência, pessoas com a pele escoriada despertam sentimentos de repulsa, que geram prejuízos nas relações afetivas e profissionais. Em casos mais graves são observados impedimentos em situações cotidianas como: vestir-se, tomar banho ou olhar-se no espelho (Jorge, Muller, Ferreira & Cassal, 2004).
Para Richartz (2013) as marcas provocadas na pele repercutem negativamente na imagem corporal, podendo ocasionar preconceito e levar o indivíduo ao isolamento social, desencadeando um processo recorrente, uma vez que que comportamentos autolesivos tem relação com sentimentos de inadequação social, insegurança, sensação de vazio e solidão.
Práticas semelhantes à escoriação têm sido designadas coletivamente como grooming disorders, pois lembram comportamentos repetitivos observados em animais ao lamber as patas ou arrancar penas. O grooming é entendido como um comportamento inato, presente na maioria dos animas, inclusive no ser humano.
Entre os animais caracteriza-se por uma tendência natural de enfeitar e arrumar as pelagens, podendo tornar-se patológico ao apresentar-se como excessivo ou compulsivo, causando lesões. O grooming patológico em animais foi estudado e os resultados constataram alterações genéticas e deficiência nos níveis de serotonina, dopamina e glutamato (Lovato, 2011).
- O DSM-5 expõe que a prevalência do TE em adultos é de aproximadamente 1,4%, sendo que mais de três quartos dos indivíduos diagnosticados são do sexo feminino (APA, 2014).
- Este fato pode estar intimamente relacionado a preocupações estéticas, fatores socioculturais e níveis hormonais (Ferrão et al., 1999).
Quando não existem lesões prévias, as escoriações apresentam-se com maior frequência em pessoas do sexo feminino, na faixa dos 40 a 50 anos, e estão normalmente relacionadas a períodos de estresse emocional. Já a escoriação de lesões preexistentes, conhecida por acne escoriada, tende a aparecer mais frequentemente em mulheres jovens (Freitas, 2011).
Lovato (2011) defendeu a hipótese de que muitos casos de TE encontram-se subdiagnosticados ou pouco compreendidos, tendo em vista que o ato de beliscar a pele era classificado entre os transtornos de controle de impulso. Segundo o autor, quando considerados de forma individual na prática clínica, os transtornos de controle de impulso podem ser vistos como raros, mas quando agrupados apresentam-se de modo expressivo.
COMORBIDADES E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL As condições psicopatológicas mais comuns, subjacentes ao TE, estão vinculadas a sintomas de depressão, ansiedade, transtorno de personalidade borderline, transtorno dismórfico corporal (TDC), transtorno de uso de substâncias, transtornos alimentares, tricotilomania e cleptomania.
Normalmente são identificados comportamentos autodestrutivos, dificuldade em expressar raiva e sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo (Alves et al., 2009). O TE é mais encontrado em indivíduos diagnosticados com transtorno obsessivo-compulsivo e em membros de primeiro grau da família destes, do que na população em geral.
É comum ainda, haver comorbidade diagnóstica com o transtorno depressivo maior, a tricotilomania (transtorno de arrancar o cabelo) e outros sintomas repetitivos focados no corpo, como roer unhas (APA, 2014). As escoriações patológicas da pele aparecem como sintoma de diversos transtornos psiquiátricos (APA, 2014).
- Dos pacientes que apresentam o TDC, 27% provocavam escoriações na própria pele.
- O diagnóstico diferencial deve levar em consideração que portadores do TDC não têm intenção de machucar-se, mas sim de melhorar a aparência.
- A motivação para o comportamento autolesivo é a queixa referente a um suposto defeito na aparência e a perspectiva de corrigi-lo (Conrado, 2009).
Em pacientes com transtornos obsessivo-compulsivos podem ocorrer lesões semelhantes àquelas provocadas pelo ato de beliscar a pele, em decorrência de compulsões que envolvam lavagens excessivas, nas obsessões com contaminações. Indivíduos com síndrome de Prader-Willi, transtorno de Tourette e outros transtornos do neurodesenvolvimento podem apresentar comportamentos de automutilação.
A diferenciação encontra-se nas características do comportamento e pelo início em período precoce do desenvolvimento. No transtorno de automutilação não suicida e nos transtornos factícios, a lesão provocada é decorrente da intenção de ferir-se, condição diferente da que ocorre no TE (APA, 2014). Odlaug e Grant (2010), além de relacionarem o TE com o transtorno obsessivo compulsivo, descrevem semelhanças com a condição de dependência de substâncias.
Como nos casos de dependência, os indivíduos que produzem escoriações na pele, apesar das consequências aversivas, continuam a emitir os comportamentos autolesivos. Estes indivíduos têm o controle reduzido sobre o comportamento de lesionar a pele, sentem necessidade de fazê-lo e apresentam sentimentos de prazer durante a emissão.
- FATORES DESENCADEADORES
- AVALIAÇÃO
- ENTREVISTA MOTIVACIONAL.
- ESCALAS.
A pele é reconhecida por representar a camada reguladora da temperatura do organismo e o órgão responsável pelo tato. Os primeiros contatos do corpo humano com o mundo externo ocorrem a partir da pele tornando-a uma barreira protetora, individual e responsável pela apresentação do indivíduo nas relações sociais.
- Por meio de comunicadores químicos do sistema neuroendócrino, do sistema imunológico e dos órgãos e seus receptores celulares, mente e corpo se encontram em interação permanente, justificando a participação da pele nesse grande sistema, como órgão avançado de imunovigilância.
- A pele, sendo o maior órgão do corpo humano e tendo a mesma origem embrionária que o sistema nervoso central, apresenta-se altamente sensível às emoções.
Tanto os problemas cutâneos podem ter impacto emocional sobre o indivíduo, quanto a pele pode manter um contato estreito com os medos profundos, necessidades e desejos (Freitas, 2011; Montagu,1988). O ato de escoriar a própria pele representa uma manifestação simbólica de conteúdos psíquicos e uma manifestação somática de expressões verbais não formalizadas.
Pode representar ainda a reação a um desequilíbrio psicofisiológico, funcionando como canalizador da energia do estresse gerado por tensões e adversidades, levando a pessoa a buscar alívio por meio do gesto repetitivo de esfregar, coçar, arranhar ou arrancar a pele (Alves et al., 2009; Azambuja, 2009).
Freitas (2011) em sua revisão sistemática da literatura sobre o TE relata a dificuldade dos indivíduos que autolesionam a pele, em lidar com os impulsos e a compulsão. O paciente admite ser o causador das lesões, mas descreve o comportamento como sendo involuntário.
- A autora constatou conflitos emocionais na história de vida destas pessoas, geralmente vinculados à violência e agressões, tanto na família de origem quanto na atual.
- Estudo desenvolvido por Alves et al.
- 2009) concluiu que, quando a escoriação da pele se apresenta como sintoma, ainda que diante de diagnósticos diferentes de transtornos psiquiátricos, foram observados problemas emocionais comuns na história de vida dos pacientes, envolvendo traumas emocionais como: violência e agressões, abandono durante o desenvolvimento infantil; adolescência mal adaptada, vínculos afetivos prejudicados, bem como falhas na maturidade emocional.
Misery et al. (2011) concluíram que o início do comportamento de escoriação, na maior parte dos casos, está associado a problemas pessoais decorrentes de abuso na infância ou adolescência. Em mulheres jovens, o comportamento autolesivo pode estar relacionado a abuso sexual ou estupro na infância.
- O ato de lesionar a pele aparece como um gesto involuntário, para remover algo que é percebido como sujeira, sendo que a pele representa este conteúdo interno.
- Segundo Freitas (2011) os portadores do TE apresentam uma tendência a conduzirem suas vidas por uma perspectiva emocional e possuem dificuldades extremas em dosar o vínculo afetivo, gerando conflitos nas relações afetivas em geral.
Evidenciam o desejo de serem vistos e elevada necessidade, não atendida, de receberem apoio emocional. Tendem a oferecer maior suporte e proteção às pessoas com as quais convivem, mas por outro lado, apresentam uma tendência a controlar o comportamento dos pares, em busca de suprir as próprias carências.
O ato de escoriação apresenta-se diversas vezes associado a vivências de solidão, ansiedade e angústia. São comuns, nas pessoas com TE, sentimento de culpa e inferioridade, bem como traços obsessivos, expressos por necessidade de manter a ordem e persistência incansável nas tarefas, da mesma forma que fazem com o processo de escoriar a pele.
O estudo piloto com estudantes de medicina realizado por Ferrão et al. (1999) demonstrou que a maior parte dos entrevistados considerava a escoriação da pele um mau hábito, comum entre os jovens e que não deveria acontecer. Interessante destacar, que os participantes do estudo que já haviam apresentado comportamento autolesivo ou continuavam apresentando, não consideravam o ato de lesionar a pele como uma doença.
- Aqueles que nunca haviam apresentado comportamentos de escoriação consideraram a escoriação da pele como sintoma de um possível transtorno psiquiátrico.
- Indivíduos com TE raramente buscam tratamento dermatológico ou psiquiátrico para resolverem sua condição.
- Esta evitação da busca de tratamento deve-se ao constrangimento social, ou à crença de que sua condição não é tratável ou é apenas um mau hábito.
Decorre deste fato, a necessidade de serem adotadas estratégias pelos profissionais das diversas áreas, ao atenderem indivíduos com sintomas do transtorno: obter uma avaliação psiquiátrica completa para estabelecimento do diagnóstico e comorbidades; buscar avaliação dermatológica, com a finalidade de avaliar condições subjacentes que possam estar causando ou piorando o TE; indicar psicoterapia e medicamentos (Grant et al., 2012; Misery et al., 2011).
Para Misery et al. (2011) a experiência clínica evidenciou a importância de questionar os pacientes acerca da possível relação entre as escoriações e eventos pessoais difíceis, especialmente abuso (sexual ou não-sexual), propiciando na maior parte dos casos, a primeira oportunidade de falarem sobre estes eventos e poderem ser encaminhados para a psicoterapia.
Richartz (2013) salientou a necessidade da interação do trabalho profissional de psiquiatras, dermatologistas e psicólogos ao identificarem comportamentos autolesivos, visando à melhora nas condições do paciente. As divergências nestas áreas acerca de definições e tratamentos não devem ser consideradas impeditivas de um trabalho multidisciplinar, mas sim como possibilidade de ampliar o conhecimento dos profissionais envolvidos.
- Segundo Meyer et al.
- 2010), o êxito do tratamento depende de serem geradas alterações no ritual do comportamento, mas as dificuldades geradas por estas alterações resultam no aumento da ansiedade.
- A entrevista motivacional mostra-se como um eficaz instrumento no sentido de incrementar a motivação no processo de mudança, ao utilizar-se das estratégias descritas por Miller e Rollnick (2002, como citado em Meyer et al., 2010) como: expressão de empatia: compreensão dos sentimentos do paciente de forma neutra, sem julgamentos ou avaliações; clarificação das diferenças entre a situação atual e aquela que se pretende alcançar; flexibilização das tarefas, de forma a se adaptar às necessidades do paciente; persistência diante de resistências que forem surgindo, com a finalidade de provocar auto questionamentos; fortalecimento da autoeficácia (convicção do paciente de ser capaz de realizar as mudanças necessárias).
Segundo o DSM-5 (APA, 2014), indivíduos com o TE, de forma geral reconhecem que provocam as lesões, mas relatam dificuldade em deixar de efetuá-las. Este reconhecimento dispensa uma avaliação mais criteriosa para detectar o transtorno. Para avaliar a frequência dos comportamentos autolesivos podem ser utilizadas técnicas de autoregistro e fotografias.
Foram desenvolvidas ainda, diversas escalas com a finalidade de avaliar a frequência, intensidade e os impactos psicossociais da escoriação (Çalikusu & Tecer, 2010). The Yale-Brown Obsessive Compulsive Scale Modified for Neurotic Excoriation (NE-YBOCS) foi desenvolvida à partir da Yale-Brown Obsessive Compulsive Scale (Y-BOCS) (Goodman et al., 1989 como citado em Siev, Reese, Timpano & Wilhelm, 2011).
Esta adaptação da escala é composta por 10 itens semiestruturados, sendo que os cinco primeiros avaliam o impulso de provocar a escoriação ou pensamentos sobre escoriar a pele. Os demais itens avaliam o comportamento de escoriar a pele durante a última semana.
Cada item recebe uma classificação de zero a quatro e mensura, entre outras variáveis, o tempo gasto, a aflição e a interferência funcional. Embora não tenham sido produzidos estudos mais aprofundados, a utilização da escala vem demonstrando níveis confiáveis de aceitação, a partir de retestes e boa validade dos constructos quando comparada com resultados de estudos semelhantes (Siev et al., 2011).
The Skin Picking Scale (SPS) elaborada por Keuthen et al. (2001, como citados em Siev et al., 2011) é composta por um questionário com seis itens de medidas descritivas, que visam avaliar a frequência do impulso de escoriar a pele, a intensidade, o tempo dispendido, interferências funcionais, aflição e sofrimento associados aos danos produzidos.
- Para cada item, o respondente atribui um escore de zero (comportamento nulo) a quatro (comportamento extremo).
- A validade do construto foi demonstrada por correlações significativas entre os escores da escala e o autorrelato da duração média e intensidade emocional percebida nos episódios de escoriação.
A Skin Picking Impact Scale (SPIS) (Keuthen et al., 2001) composta por 10 itens concebidos para avaliar, a partir do autorrelato, as consequências emocionais, sociais e comportamentais das escoriações provocadas na pele. Avalia ainda, comportamentos de vergonha, evitação e sequelas comportamentais.
O respondente indica o quanto cada item se aproxima mais dos indicadores da última semana numa escala de zero a cinco (Siev et al., 2011). Snorrason et al. (2013) adaptaram esta escala para uma versão mais curta, composta por quatro itens, visando a utilização em situações nas quais haja necessidade de avaliações mais rápidas, como o uso clínico e em grandes pesquisas.
Os autores avaliaram as propriedades psicométricas de ambas as versões, com uma amostra significativa de indivíduos e concluíram alta consistência interna e confiabilidade. De acordo com Siev et al. (2011), tanto a SPS quanto a SPIS ao apresentarem resultado de sete pontos ou mais, definem a presença de sintomas do TE.
A Skin Picking Treatment Scale (Simeon et al., 1997 como citado em Çalikusu & Tecer, 2010) também foi desenvolvida a partir da modificação da Y-BOCS, reduzindo-a para cinco itens que mensuram a frequência e a duração do ato de escoriar, a severidade da escoriação, a intensidade do impulso, o grau de percepção do controle sobre a o ato de escoriação, as consequências e interferências da escoriação da pele.
Cada item recebe uma classificação de zero a quatro. Para esta escala não foram desenvolvidos estudos psicométricos, porém sua utilização encontra-se descrita em resultados de dois ensaios clínicos (Çalikusu & Tecer, 2010). Teng et al. (2002, como citado em Siev et al., 2011) desenvolveram The habit Questionnaire o qual, a partir de autorrelato avalia a presença de diversos impulsos.
Para cada impulso confirmado, o paciente é questionado sobre a frequência e a duração do impulso. A escala mais recente, criada por Walther, Flessner, Conelea e Woods (2009) com a finalidade de mensurar o TE é a The Milwaukee Inventory For The Dimensions of Adult Skin Picking (MIDAS) composta por seis itens, que visam distinguir entre a escoriação automática e a focalizada.
Cada item recebe uma classificação de um a cinco. Testes iniciais desenvolvidos demonstraram consistência interna e validade de construtos adequados.
- TRATAMENTO
- Medicamentos.
- Psicoterapia.
Alves et al. (2009) constataram que indivíduos que provocam escoriação na pele apresentam, como característica comum, a dificuldade de adesão ao tratamento medicamentoso. Este fato limita a possibilidade de avaliar a eficácia dos medicamentos por meio de estudos e sugere que, para a escolha do medicamento a ser prescrito, sejam observadas as particularidades de cada paciente referentes às comorbidades e fatores desencadeadores do transtorno.
- Os autores enfatizam ainda, a importância da realização de estudos de caso em equipe interdisciplinar para definição do tratamento mais adequado para cada indivíduo.
- Quanto ao tipo de medicação prescrita, antidepressivos e antipsicóticos têm sido amplamente utilizados.
- Freitas (2011) analisou estudos que investigavam, a partir da análise de relatos, estudos de casos e estudos controlados com utilização de placebos, a redução dos sintomas do TE, quando utilizados os seguintes medicamentos: fluoxetina, fluvoxamina, escitalopram e paroxetina (fármacos da classe dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina); aripiprazol e olanzapina (antipsicóticos); lamotrigina (medicação antiepilética); riluzol (medicamento proposto para atuar na regulação dos processos relacionados ao glutamato) e inositol (suplemento de vitamina do complexo B).
A maior parte destes estudos comprovou que o uso da fluoxetina trouxe benefício significativamente superior a placebos, na redução dos comportamentos de escoriar a pele, porém alertaram para o retorno dos sintomas, após algumas semanas da suspensão do tratamento.
- Somente foi relatada a remissão total dos sintomas, quando a fluoxetina foi associada a psicoterapia, com técnicas cognitivas e comportamentais.
- Pacientes que apresentavam o TE em comorbidade com outros transtornos psiquiátricos, ao utilizarem Fluvoxamina, escitalopram ou paroxetina relataram melhora na avaliação global dos sintomas, sugerindo que a presença destes transtornos favorece o surgimento de comportamentos autolesivos, ocorrendo a redução proporcional da escoriação, quando tratados.
Em casos nos quais também havia comorbidade com outros transtornos psiquiátricos e não houve resposta ao uso de inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina, foi observada melhora significativa, quando antipsicóticos como aripiprazol e olanzapina foram adicionados ao tratamento.
Em um único estudo com o antiepilético lamotrigina, após 12 semanas de uso, pacientes relataram redução no tempo gasto com a escoriação e melhora no funcionamento social. O riluzol, mostrou-se efetivo no tratamento da escoriação apresentada em comorbidade com TOC e transtorno do humor. Efeitos do uso de inositol no tratamento dos sintomas do TE e tricotilomania sugeriram a eficácia deste medicamento, para pacientes que apresentam efeitos colaterais ou rejeição ao uso de medicamentos psicotrópicos (Freitas,2011).
Freitas (2011) sugere a necessidade de serem desenvolvidos mais estudos controlados com uso de placebos, avaliando a real eficácia dos inúmeros medicamentos indicados para o tratamento do TE. Richartz (2013) destacou a importância do atendimento psicoterapêutico para pacientes diagnosticados com o TE.
O indivíduo, ao buscar tratamento, reconhece sua incapacidade de mudar por si mesmo os comportamentos inconvenientes e perigosos, vendo no terapeuta um agente desta mudança. Algumas técnicas têm sido empregadas no tratamento para o TE e serão descritas na sequência. Long, Long, Grillo e Marshman (2006) descreveram um programa de intervenção para pacientes com doenças de pele que geram pruridos.
Foram selecionados indivíduos que apresentavam algum problema de pele, incluindo o TE, sem que houvesse uma condição orgânica de base. Trata-se de um programa estruturado de intervenção, que utiliza técnicas de reversão de hábito combinada com uma avaliação psiquiátrica preliminar.
São propostas quatro sessões (uma de follow-up ). Fazem parte das técnicas utilizadas: o treino de conscientização, no qual o paciente recebe informações sobre a terapia; instruções sobre o ciclo coceira-coçar e é incentivado a construir seu próprio ciclo que envolve: descrever antecedentes, resposta e consequências do comportamento de escoriação.
No treino de resposta concorrente o paciente estabelece uma resposta a ser emitida quando surgir o impulso ou o comportamento de escoriação; treina a resposta concorrente na sessão e é instruído a realizá-la durante três sessões de dez minutos por dia e emitir esta resposta durante três a cinco segundos sempre que sentir o impulso.
- Finalmente, incentiva-se o paciente a persistir, ainda que a pele demore um tempo para curar, e revisam-se os procedimentos.
- Os autores sugerem análise empírica da intervenção, para determinar se o tratamento agrega benefícios no controle global dos sintomas de forma superior ao tratamento dermatológico isolado.
Grillo, Long, e Long (2007) elaboraram um protocolo de intervenção para o TE ou outras doenças da pele, utilizando a técnica da reversão de hábito. A premissa para a proposta da intervenção baseia-se na hipótese de que um velho hábito pode ser substituído por um novo, mais desejável, bem como de que enfermeiros na área da dermatologia, quando treinados em terapia de reversão de hábitos, podem colaborar na melhoria da gestão do sistema e qualidade de vida dos pacientes.
O programa de tratamento foi elaborado a partir da experiência prática dos autores no tratamento de doenças de pele e do atendimento de 17 pacientes com problemas de prurido cutâneo, dez do sexo feminino, com idade entre 30 e 70 anos, dentre os quais um com diagnóstico de TE. A proposta utiliza escalas para avaliação e quatro sessões com follow-up utilizando técnicas de reversão de hábito, treino de conscientização, autoregistro e treino de resposta concorrente.
O programa visa proporcionar ao paciente, oportunidade de contar seus episódios concomitantemente à execução de uma resposta concorrente. Ao término dos encontros é proposta a realização de revisão do procedimento e uma sessão de follow up, um ou dois meses após a última sessão de tratamento.
Flessner, Busch, Heideman e Woods (2008) elaboraram estudo no qual foi utilizada a técnica da terapia de aceitação e compromisso combinada com procedimentos de reversão de hábito para tratamento de tricotilomania e TE. Esta pesquisa consistiu na análise individual de seis participantes, com idade maior ou igual a 18 anos, QI acima de 80 e desenvolvimento típico.
Totalizaram-se dez sessões de 50 minutos de duração cada uma. Dentro dos procedimentos de reversão de hábito são propostos: treino de conscientização: instrução do participante para mudar de atividade e realizar atividades prazerosas e treino de suporte social, no qual o paciente é instruído a pedir ajuda, escolhendo uma pessoa próxima para auxiliar na manutenção do tratamento.
Dentro dos procedimentos da terapia de aceitação e compromisso, é estimulada a busca de identificação dos próprios valores e a compreensão da forma como o comportamento repetitivo afeta a capacidade de alcançar metas; exame das tentativas de controlar os impulsos e experiências negativas envolvidas com o comportamento de escoriação e desenvolvimento de novas estratégias de controle.
Os participantes foram divididos em dois grupos, sendo que o primeiro grupo recebeu inicialmente a técnica de reversão de hábito, seguido pela técnica de terapia de aceitação e compromisso. O segundo grupo recebeu as técnicas na sequência inversa, de modo a verificar o impacto da alteração da ordem de apresentação das técnicas.
Os autores concluíram que a ordem de apresentação dos procedimentos de ACT e reversão de hábito, não influenciou na efetividade da intervenção. A reversão de hábito isoladamente mostrou-se relativamente mais eficiente, proporcionando redução na frequência dos comportamentos autolesivos e melhoras visuais na pele.
Deckersbach, Wilhelm, Keuthen, Baer e Jenike (2002) desenvolveram trabalho que consistiu na apresentação de três estudos de caso com delineamento AB e avaliação de seguimento, nos quais foram utilizados técnicas de terapia cognitivo-comportamental e componentes da terapia de reversão de hábito para tratamento de pacientes que apresentavam TE em comorbidades psiquiátricas.
- Os participantes: dois do sexo feminino e um masculino, com idades de 57, 26 e 51 anos, participaram de quatro, seis ou sete sessões após avaliações funcionais do comportamento de escoriação.
- Foram utilizadas escalas para avaliação e a reversão de hábito foi combinada com técnicas de terapia cognitiva.
Procedimentos utilizados incluíram o treino de conscientização com autorregistro; treino de resposta concorrente; instrução a praticar exercícios visando redução de ansiedade e estresse; manejo de consequências reforçadoras: instrução de engajar-se em atividades reforçadoras (evento social, comprar algo após um período sem escoriação e promover reestruturação cognitiva).
- De acordo com os autores, constatou-se melhora da condição a partir da diminuição de escores das escalas SPS e Beck Depression Inventory entre as fases de pré-tratamento e pós-tratamento e manutenção da melhora constatada em avaliação de follow up,
- O estudo desenvolvido por Flessner, Mouton-Odum, Stocker, e Keuthen (2007) StopPicking.com:Internet- based treatment for self-injurius skin picking contou com 372 participantes com TE, que relataram dois episódios de comportamento auto lesivo durante o uso de um programa de intervenção on line,
Entre os participantes, 83,6% eram do sexo feminino; com idade maior ou igual a 19 anos. Os autores utilizaram como medida indireta para avaliação: o autorregistro. Foi utilizada técnica de reversão de hábito combinada com um tratamento autoaplicável pela internet em três módulos (avaliação, intervenção e manutenção), com duração variável entre os participantes.
No treino de conscientização, foi proposto aos participantes que tomassem conhecimento do seu comportamento de autoescoriação (antecedente, resposta e consequência). No treino de resposta concorrente foi proposto estabelecer uma resposta concorrente ao ato de escoriar a pele, para ser emitida durante a escoriação ou ante o impulso de escoriação (por exemplo, manter as mãos afastadas dos locais que costuma escoriar; mudar a postura e instruir as pessoas que utilizavam a boca para emitir o comportamento, a mascar chicletes).
A intervenção empregou ainda relaxamento e reestruturação cognitiva, sendo que esta enfocou pensamentos sobre o comportamento de escoriação da pele (por exemplo, “eu sou um fracasso porque eu não posso parar” e “Minha pele está horrível”) bem como para as situações estressoras da vida.
Após a intervenção, os autores verificaram redução significativa na frequência dos episódios de escoriação. Nos participantes que utilizaram o programa por maiores períodos de tempo, apesar de não ter sido constatada redução na severidade dos sintomas, observou-se redução na frequência do ato de escoriar a pele, quando comparados àqueles que o utilizaram por períodos menores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS O TE pode ser definido como o ato de lesionar a própria pele através de comportamentos de beliscar, arranhar ou espremer compulsivamente. Os pacientes admitem provocar as escoriações e relatam dificuldades em conter o hábito. O transtorno acomete principalmente mulheres, desde a adolescência até a vida adulta.
- Durante anos o comportamento de escoriação e suas consequências foram mais amplamente estudados na área dermatológica, por terem sido enquadradas entre as psicodermatoses.
- Na área da psicologia é grande a carência de estudos nacionais sobre o assunto.
- Destaca-se a íntima relação do comportamento autolesivo da pele com questões emocionais não elaboradas, traumas na infância e fatores de personalidade, bem como os prejuízos decorrentes da escoriação para a vida do indivíduo.
Quanto aos medicamentos, a fluoxetina ainda é o mais utilizado, embora seja recomendada a necessidade de estudos mais aprofundados acerca da eficácia deste e de outros medicamentos. Acerca do tratamento específico para o TE, na área de psicoterapia, existem raras intervenções empiricamente validadas e pouco se sabe sobre a eficácia das técnicas comportamentais ou tratamentos cognitivo-comportamentais neste campo.
Os estudos já desenvolvidos demonstraram maior eficácia dos protocolos que empregam técnicas comportamentais, sendo a reversão de hábitos e terapia de aceitação e compromisso as mais utilizadas. Estudo que associou técnica comportamental com reestruturação cognitiva, e outros procedimentos da terapia cognitivo-comportamental, demonstrou a importância dessa combinação para a eficácia do tratamento.
Destaca-se a necessidade de um trabalho interdisciplinar objetivando diagnóstico e tratamento, bem como a condução de pesquisas que verifiquem a eficácia de protocolos de intervenção na TCC para o TE e a adaptação, validação e normatização de escalas internacionais que mensurem o transtorno para a população brasileira.
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Journal of Behavior Therapy and Experimental Psychiatry 40(1), 127-135. doi:10.1016/j.jbtep.2008.07.002 1. Especialista – (Psicóloga) – Cascavel – SP – Brasil 2. Doutora pelo Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. – (Professora Adjunta do curso de Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Correspondência: Av.
O que é transtorno de comportamento repetitivo?
A pessoa com o transtorno de comportamento repetitivo focado no corpo cutuca, arranca ou puxa compulsivamente uma ou mais partes do corpo. A pessoa pode roer as unhas, morder o lábio ou a bochecha ou ficar cutucando as unhas. e cutucar a pele.
O que é Dermatotilexomania?
comunicação breve Dermatotilexomania em estudantes de medicina: um estudo piloto Dermatotilexomania in medical students: a pilot study Ygor Arzeno Ferrão 1 1, Serviço de Psiquiatria do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas/Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre.2, Acadêmico de medicina da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre.3, Acadêmico de medicina da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre., Tiago Arzeno Ferrão 2 1, Serviço de Psiquiatria do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas/Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre.2, Acadêmico de medicina da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre.3, Acadêmico de medicina da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre. e Diego da Cunha 3 1, Serviço de Psiquiatria do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas/Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre.2, Acadêmico de medicina da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre.3, Acadêmico de medicina da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre. RESUMO INTRODUÇÃO : Dermatotilexomania pode ser classificada, segundo o DSM-IV, dentro do capítulo de transtornos de controle de impulsos não classificados em outro lugar. Autores têm incluído o distúrbio dentro do espectro obsessivo-compulsivo. O objetivo deste trabalho é identificar a prevalência de dermatotilexomania em estudantes de medicina de uma faculdade de Porto Alegre (RS). MATERIAL E MÉTODO: Os autores realizaram um levantamento das características clínicas e demográficas dessa população. Um questionário adaptado foi aplicado a 144 estudantes de medicina. RESULTADOS: Destes, 89 (61,8%) já haviam causado ou agravado lesões à pele no passado ou ainda o fazem; 12 (8,3%) responderam que lesionam mais a pele do que a maioria das pessoas e 1 (0,7%) classificou sua dermatotilexomania como extrema. Mais da metade dos estudantes (n=80, 55,6%) consideraram o ato como um mau hábito. CONCLUSÕES: O estudo sugere que a o ato de causar ou agravar lesões à pele parece ser comum entre jovens, mas não necessariamente deve ser considerado como patológico. Para os casos mais graves, entretanto, a condição poderia ser classificada como um transtorno: dermatotilexomania. DESCRITORES Dermatotilexomania; escoriação neurótica; espectro obsessivo-compulsivo; estudantes de medicina; epidemiologia. ABSTRACT BACKGROUND: Dermatotilexomania is classified, according to DSM-IV, as an impulse control disorder not otherwise classified. Some authors have included the disorder on the obsessive-compulsive spectrum”. The aim of this article is to identify the prevalence of dermatotilexomania in medical students in Porto Alegre, Rio Grande do Sul. METHODS: The authors studied clinical and demographic characteristics of this population. A questionnaire was applied to 144 medical students. RESULTS: Of this total, 89 (61,8%) have already produced or deteriorated skin lesions in the past or were still doing; 12 (8,3%) answered that they injure the skin more often than usual and 1 (0,7%) considered his own dermatotilexomania as extreme. More than half of the sample (n=80, 55,6%) classified it as a bad habit. CONCLUSIONS: The study suggests that producing or deteriorating lesions on the skin may be a frequent practice among young people, but not necessarily defined as pathological. For most severe cases, however, the condition could be classified as a disorder: dermatotilexomania. KEYWORDS Dermatotilexomania; neurotic excoriation; obsessive-compulsive spectrum; medical students; epidemiology. Introdução Dermatotilexomania ( dermato = pele, tillexis = picar algo, mania = preocupação obsessiva com algo) ou “escoriação neurótica” é um transtorno que pode ser classificado, segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fourth edition (DSM-IV), 1 dentro do capítulo de transtornos de controle de impulsos não classificados em outro lugar.2 Definimos dermatotilexomania como uma “compulsão ou dificuldade de resistir ao impulso de causar ou agravar lesões à própria pele (coçar, arranhar, picar), usando para tal as unhas ou outros objetos”. Classificar dermatotilexomania como um sintoma compulsivo não necessariamente implica diagnóstico de patologia. Para tal, deve ser uma síndrome ou um padrão comportamental ou psicológico clinicamente importante e que está associado com sofrimento, incapacitação ou com risco significativamente aumentado de sofrimento atual, morte, dor, deficiência ou uma perda importante da liberdade. Deve ser considerada no momento como uma manifestação de uma disfunção comportamental, psicológica ou biológica no indivíduo. Nem o comportamento que apresenta desvios, nem conflitos primariamente entre o indivíduo e a sociedade são necessariamente transtornos mentais, a menos que isso seja uma disfunção no indivíduo.1 A dermatotilexomania pode ocorrer sobre lesões já existentes ( acne excoriée ) ou sobre a pele sadia.3-5 As interações entre pele e mente parecem classificar-se em duas formas de abordagem: a primeira envolveria as reações emocionais às alterações dermatológicas (imaginárias ou reais), e a segunda envolveria os efeitos das emoções na pele.3 Considerada como um tipo de escoriação neurótica e estando muitas vezes associada ao transtorno dismórfico corporal, a dermatotilexomania tem sido pouco investigada do ponto de vista epidemiológico e fenomenológico.6-8 O transtorno dismórfico corporal é descrito pelo DSM-IV como uma “preocupação” com um suposto defeito na aparência e, mesmo que uma ligeira anormalidade física esteja presente, a preocupação do indivíduo é excessiva, causando-lhe sofrimento ou prejuízo significativo.1 A relação entre transtorno dismórfico corporal e dermatotilexomania está fundamentada nas semelhanças nos aspectos etiológicos; epidemiológicos; fenomenológicos; e de resposta ao tratamento (inibidores da recaptação seletiva da serotonina e psicoterapias cognitivo-comportamentais).9,10 Além disso, ambas condições parecem não atingir um grau delirante como o que ocorre no transtorno delirante somático, podendo esta última, como sugerido por alguns autores, ser apenas uma apresentação mais grave do transtorno dismórfico corporal.11 Algumas diferenças, entretanto, são relevantes. Phillips e colaboradores, estudando 123 indivíduos com diagnóstico de transtornos dismórfico corporal (TDC) chegaram à conclusão de que os indivíduos com TDC e que também escoriavam a pele tinham várias diferenças fenomenológicas em relação àqueles que não escoriavam a pele: suas preocupações centrais eram com a pele, embora também houvesse preocupações com defeitos de outras partes do corpo, considerados mínimos pelos pacientes; costumavam usar maquiagem para camuflar as lesões; respondiam melhor aos inibidores seletivos da recaptação da serotonina; tinham maior prejuízo no funcionamento social e profissional, maior número de hospitalizações e tentativas de suicídio,12 A intencionalidade do ato de causar lesões à própria pele poderia ocasionar confusão diagnóstica com transtornos factícios, mas fica evidente a diferença a partir do momento que um dos critérios para este último é o de assumir o papel do enfermo, característica que não está presente na dermatotilexomania.1 Os autores, contudo, não excluem a hipótese de que um transtorno factício possa manifestar-se através de lesões dermatológicas autoprovocadas. Considerações epidemiológicas Pacientes com doenças dermatológicas apresentam maior prevalência de transtornos psiquiátricos do que a população comum.3 Aproximadamente um terço dos pacientes de clínicas dermatológicas apresentam alguma forma de patologia psiquiátrica, variando desde transtornos de ansiedade e humor até as várias apresentações de transtornos do espectro obsessivo-compulsivo.13 As escoriações neuróticas em pacientes que não apresentavam lesões prévias são mais comumente encontradas em mulheres da quarta à quinta década e aparecem mais ativamente durante períodos de estresse emocional. Já a escoriação de lesões preexistentes (acne escoriada) ocorre com maior freqüência em mulheres jovens. A maior prevalência no sexo feminino pode estar relacionada com a preocupação estética, níveis hormonais e fatores socioculturais.3-5 Escoriar-se compulsivamente tem sido relatado em 2% dos pacientes nas clínicas dermatológicas.14 No Brasil a condição ainda é pouco abordada. Alguns centros têm incluído o distúrbio dentro do espectro obsessivo-compulsivo e, dessa forma, vem sendo pouco diagnosticado. O objetivo deste trabalho é identificar a prevalência de dermatotilexomania em estudantes de medicina em Porto Alegre. Procurou-se fazer um levantamento das características clínicas e demográficas mais prevalentes de dermatotilexomania e fazer um levantamento das co-morbidades com dermatotilexomania mais prevalentes em nosso meio, divulgar e estimular o conhecimento desse diagnóstico através do fornecimento de informações e esclarecimentos a respeito da patologia. Presumimos que para a maior parte das pessoas a dermatotilexomania seja um hábito benigno e realizado em âmbito privado, e que seja uma condição relativamente comum, mas ainda pouco diagnosticada e tratada. Espera-se que uma pequena parcela de pessoas tenha uma forma mais grave dessa condição, que ocorre quando consome grande quantidade de tempo, causa sofrimento à pessoa ou dificuldades de interação social e interpessoal, leva as pessoas ao desconforto ou causa danos importantes à saúde. Material e método Jefferson e Thompson construíram um instrumento capaz de identificar, na comunidade, desde casos leves a graves de escoriação nasal, o Rhinotillexomania Questionnaire. Além dos dados de identificação (idade, sexo, raça, estado civil, condições de vida, de educação e de profissão), o questionário possui 25 perguntas de escolha única ou múltipla que aborda aspectos sobre o ato de escoriar o nariz.15 De acordo com esse trabalho, elaboramos, de forma adaptada, um questionário sobre dermatotilexomania (disponível mediante solicitação aos autores), constando de 23 perguntas relativas a dados demográficos e a aspectos clínicos sobre o transtorno. O questionário foi entregue e recolhido pelos autores a 144 estudantes de medicina de uma faculdade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no período de maio a julho de 1997. Os alunos foram selecionados aleatoriamente de uma lista de alunos cursando regularmente as disciplinas previstas. Os respondentes eram avisados quanto à confidencialidade e que era desnecessária a identificação nos questionários. Resultados Os questionários foram respondidos por 144 (24,3%) dos 592 estudantes de medicina de uma faculdade de Porto Alegre. A média de idade foi de 21,1 anos (idade mínima: 17 anos; máxima: 37 anos); 82 (56,9%) dos alunos eram do sexo masculino; 138 (95,8%) eram de raça branca, 5 (3,5%) de raça mista e 1 (0,7%) era da raça negra; 138 (95,8%) eram solteiros e apenas 6 (4,2%) eram casados ou tinham união estável. Do total, 7 alunos (4,9%), além de estudarem, também trabalhavam e 6 (4,2%) tinham outra forma de renda (bolsas de pesquisa). Aproximadamente 38% (N=55) dos alunos relataram que nunca causaram ou agravaram lesões à própria pele. Vinte e um por cento dos respondentes (N=30) admitiram que já o fizeram em algum momento de suas vidas, mas que não o fazem atualmente. Aproximadamente 41% (N=59) dos estudantes responderam que permanecem causando ou agravando lesões à pele. Dos que pararam de lesionar a pele, o fizeram com a idade média de 13,2 anos. A maior parte dos alunos que apresentavam ou ainda apresentam sintomas de dermatotilexomania (82%, N=73) classificou seus sintomas com intensidade igual ou menor do que a maioria das pessoas, mas 13,5% (N=12) responderam que lesionam a pele mais do que a maioria das pessoas, e apenas 1,1% (N=1) classificou sua dermatotilexomania como extrema. Quarenta e um (46,1%) dos acadêmicos afirmaram que costumam ou costumavam causar lesões à própria pele em lugares públicos. Desses 41 alunos, 16 (39%) admitiram que tentavam evitar serem vistos durante o ato, e 23 (56%) admitiram que não se importavam em ser vistos. Quinze alunos listaram locais onde mais comumente realizavam as lesões: sala de aula (N=11, 73%), qualquer lugar (N=9, 60%), na faculdade (N=3, 20%) ou em casa (N=3, 20%). Outros locais citados foram: bares e restaurantes; danceterias; cinema; transporte coletivo; banheiro; na frente do espelho; na rua; durante a realização de leitura ou esporte; e na igreja. Quando questionados sobre a média de tempo que cada um despendia ou despende diariamente causando ou agravando lesões à pele, 70 (78,7%) disseram que gastam menos de 10 minutos por dia, 10 (11,2%) disseram gastar de 10 a 30 minutos ao dia e 9 (10,1%) não responderam a essa questão. Nenhum estudante respondeu que gastava mais de 30 minutos ao dia com o ato de lesar a pele. Em relação ao incômodo ou sofrimento que a dermatotilexomania causa ou causava ao estudante, a maioria relatou que o ato não causava nenhum desconforto ou sofrimento (N=42, 47,2%), 27 alunos (30,3%) disseram ser pouco incômodo ou sofrível. Contudo, 4 (4,5%) disseram que o incômodo era moderado, mas suportável; 9 (10,1%) relataram sentir muito incômodo com a condição e 1 (1,1%) disse que a dermatotilexomania era insuportável. Seis estudantes (6,7%) não responderam à questão. Ao serem questionados sobre o incômodo que a dermatotilexomania por eles apresentada causava em outras pessoas, 50 (56,2%) acham que não causa incômodo, 21 (23,6%) acham que causa pouco incômodo, 7 (7,9%) acham que o incômodo é moderado, mas que as pessoas suportam, 3 (3,4%) acham que o desconforto causado em outro é importante, e 1 (1,1%) acha que é insuportável para outras pessoas. Ao classificarem o quanto a dermatotilexomania interferia no funcionamento no trabalho, estudo, interações sociais, relacionamentos interpessoais e em atividades diárias, o grupo daqueles que apresentaram a condição no passado (N=30) foi unânime em afirmar que não havia interferência da dermatotilexomania no funcionamento cotidiano (N=25, 83,3%). Por outro lado, no grupo que apresenta a condição atualmente (N=59), 43 (72,9%) concordaram que não havia prejuízo no funcionamento, mas 8 (13,6%) acharam ter um pouco de prejuízo de seu funcionamento diário; 6 (10,2%) relataram prejuízo moderado e 1 (1,7%) relatou prejuízo importante. Ninguém relatou incapacidade por causa da dermatotilexomania. Em relação às complicações decorrentes da dermatotilexomania, 52 (58,4%) afirmaram que não têm ou nunca tiveram maiores problemas com a condição, 7 (7,9%) disseram que já apresentaram alguma complicação e 26 (29,2%) afirmam que apresentam atualmente alguma complicação. As complicações mais comumente encontradas incluem: infecções, 36,4% (N=12); sangramentos, 69,7% (N=23); e embaraço social, 9,1% (N=3). A dermatotilexomania em locais públicos ou privados Pode-se observar que, ao serem questionados sobre o que pensam de outras pessoas causando ou agravando lesões à própria pele em público ou em local privado, os estudantes respondem de forma diferente, conforme o grupo a que pertencem: grupo daqueles que apresentaram dermatotilexomania no passado, o grupo dos que apresentam a condição atualmente e o grupo daqueles que nunca apresentaram (tabela 1). Aqueles que apresentam ou apresentaram a condição, acham que a dermatotilexomania não é uma doença, enquanto que aqueles que nunca apresentaram a condição acham com maior freqüência que tais pessoas são doentes mentais (X 2 =15,89, p<0,001). Outras opiniões sobre os dermatotilexomaníacos em público incluíram diagnósticos sindrômicos psiquiátricos específicos como ansiedade (N=6) e depressão. Outras opiniões podem ser citadas: "cacoete"; insegurança; problemas estéticos; compulsão; doenças dermatológicas; para chamar a atenção. Para dermatotilexomaníacos que realizam o ato em locais privados outras opiniões foram sugeridas: aliviar incômodo, baixa auto-estima, gostam da dor, entre outras. A opinião sobre dermatotilexomania mostrou que mais da metade dos entrevistados (n=80) considera-a como um mau hábito; aproximadamente um terço (n=50) considera um ato comum entre jovens, mas que não deve ser realizada; 49 estudantes acharam ser comum entre os jovens e 40 alunos acharam que poderia ser um modo de provocar doenças. Razões para dermatotilexomania As principais razões relatadas pelos 89 respondentes para justificar o ato de lesar ou agravar lesões à pele foram: aliviar um desconforto ou uma coceira, 59,6% (N=53); hábito, 36% (N=32); aliviar ansiedade, 31,5% (N=28); higiene pessoal, 23,6% (N=21); uma sensação de ter que fazer (por impulso), 23,6 % (N=21); 2,2% (N=2) citaram outros motivos (como por exemplo, para curar a lesão) e 5,6% (N=5) não responderam à questão. Hábitos e transtornos associados à dermatotilexomania Os hábitos relacionados à dermatotilexomania, como onicofagia (roer unhas), roer cutículas e arrancar cabelos ou pêlos, têm os resultados apresentados na tabela 2, comparando o grupo de estudantes que têm ou tiveram dermatotilexomania e o grupo que nunca apresentou a condição. Como pode-se observar, estudantes que atualmente roem unhas têm uma maior razão de chances de apresentar dermatotilexomania em algum momento de suas vidas. Da mesma forma, a ocorrência de dermatotilexomania está associada à condição atual de arrancar cabelos ou pelos do corpo. Nos demais aspectos os grupos não diferiram com significância estatística. Em relação à ocorrência de transtornos psiquiátricos nos estudantes, 5 (3,5%) já haviam recebido algum diagnóstico psiquiátrico: ansiedade (N=2), depressão (N=3) e transtorno afetivo bipolar (N=1). Contudo, se levarmos em conta a presença da dermatotilexomania ou não, observa-se que dos estudantes que apresentam ou apresentavam a condição (N=89), 4 (4,5%) tiveram algum diagnóstico, enquanto que daqueles que nunca apresentaram a condição (N=55), 1 (1,8%) tinha diagnóstico de transtorno psiquiátrico (ansiedade). Quanto ao diagnóstico de transtornos psiquiátricos em familiares, observa-se que 14 (15,7%) dos dermatotilexomaníacos possuíam familiares com algum diagnóstico psiquiátrico (esquizofrenia, depressão, ansiedade, transtorno afetivo bipolar), enquanto que daqueles que nunca apresentaram a condição, 8 (14,5%) tinham familiares com algum tipo de doença mental (depressão, transtorno afetivo bipolar e doença de Alzheimer). Não parece haver associação entre desenvolver dermatotilexomania e história familiar de algum transtorno psiquiátrico (p=0,76) em nosso estudo. Diferença entre os sexos Dos 89 estudantes que afirmaram que têm ou tiveram dermatotilexomania, 51 (57,3%) eram do sexo masculino, 37 (41,6%) eram do sexo feminino e 1 (1,1%) não indicou o sexo. Contudo não parece existir em nossa amostra associação entre o sexo e o desenvolvimento do transtorno (p=0,85). Aproximadamente 43% (N=35) dos homens e 31% (N=19) das mulheres consideram normal o ato de lesar a própria pele em público. Apenas 8,2% (N=5) das mulheres e 11% (N=9) dos homens consideram a dermatotilexomania em público como doença mental. Outras informações Ao realizar o ato impulsivo, 75 (84,3%) admitiram usar as unhas, 4 (4,5%) usam ou usavam outros objetos (como dentes e polpa digital), 6 (6,7%) usavam unhas e outros objetos, e 4 (4,5%) não responderam à questão. Discussão Acreditamos que o fato de termos utilizado um questionário respondido na presença do pesquisador - ao contrário do estudo de Jefferson e Thompson, 15 em que o questionário foi enviado por carta - fez com que a proporção de respondentes que não apresentavam a condição fosse maior (38% vs.8,7%). A dermatotilexomania em estudantes de medicina de Porto Alegre parece ser uma condição comum, pois 62% (N=89) apresentam ou apresentavam algum grau do sintoma. Contudo, a maior parte desses não considera o ato como uma patologia, mas como um mau hábito (N=80, 55,6%), principalmente se realizado em público. Isso pode dever-se ao fato de a condição não ser reconhecida pela maior parte dos estudantes como uma possível afecção psicodermatológica. Quando a dermatotilexomania é associada a transtornos de ansiedade ou do espectro obsessivo-compulsivo, os sintomas tendem a ser mais graves e então reconhecidos como secundários.16 A população escolhida para o estudo foi uma população jovem (média de idade de 21,1 anos) e que provavelmente ainda passa por alterações hormonais pós-púberes, o que pode influenciar nas manifestações de algumas dermatopatias (como na acne). Outra possível explicação para a prevalência elevada da condição em nossa amostra é que, uma vez estando a dermatotilexomania relacionada à ansiedade, 17-21 o ambiente ansiogênico de uma faculdade de medicina (onde as exigências e responsabilidades são consideravelmente grandes) é propício ao desenvolvimento de transtornos relacionados. Apesar de grande parte (82%) dos respondentes considerar a intensidade de seus sintomas como igual ou menor do que a maioria das pessoas, observamos que 14,6% apresentaram sintomas com intensidade de moderada a grave, uma parcela considerável da amostra se comparada a outras condições psiquiátricas. Por exemplo, em estudo de morbidades psiquiátricas realizado em Porto Alegre, em 1991, Busnello e colaboradores encontraram prevalência estimada de 23% para transtornos ansiosos, 10,7% para transtornos afetivos, 0,9% para esquizofrenia e 1,6% para transtorno obsessivo-compulsivo.22 Mesmo sendo prevalente em estudantes de medicina, não podemos generalizar os dados. Para isso seria necessário um estudo mais abrangente da população. Para uma minoria, o fato de causarem lesão à própria pele causou incômodo ou sofrimento de moderado a insuportável em 12 indivíduos, o que sustenta a idéia de que a dermatotilexomania pode existir como condição patológica. Fato que corrobora isso é o prejuízo no funcionamento de atividades diárias e relacionais considerado de moderado a grave por sete estudantes. Além disso, complicações decorrentes do ato lesional, como sangramentos, infecções e embaraço social podem chegar a graus comprometedores, embora não incapacitantes em nossa amostra. Para reforçar a idéia de que a dermatotilexomania pode ser incluída nos transtornos de controle dos impulsos, constatamos que 21 indivíduos causavam lesões simplesmente "por ter que fazer, motivados por um impulso". A tricotilomania parece ocorrer com maior freqüência naqueles indivíduos que apresentam ou apresentaram sintomas compatíveis com dermatotilexomania em relação aos que nunca evidenciaram tal transtorno.3 Isso vem reforçar a compatibilidade da dermatotilexomania com o espectro impulsivo de psicopatologias. A ansiedade, considerada pelos estudantes como a causa mais comum do transtorno pode, por outro prisma, ser presumida como uma condição facilitadora da manifestação da impulsividade.17 Considerações finais Não pretendemos que os resultados encontrados nesta amostra espelhem a condição da população em geral. Pretendemos estimular o interesse de outros pesquisadores para esta afecção psicodermatológica. A dermatotilexomania, se considerada dentro de um continuum, pode ser um transtorno comum, sendo que apenas os casos mais graves chegam ao atendimento médico adequado, permanecendo os demais casos sem diagnóstico ou até mesmo sem o conhecimento dos próprios afetados. As sugestões dadas por alguns dos respondentes poderão ser utilizadas como aperfeiçoadoras do instrumento de pesquisa (Questionário de dermatotilexomania) em futuros estudos em populações diversas. O interesse recente em transtornos ditos "secretos", como a dermatotilexomania, tem aumentado gradualmente, tornando o entendimento de tais condições mais abrangente. O conhecimento mais detalhado do ponto de vista fenomenológico tem por objetivo incrementar as alternativas terapêuticas. Este estudo sugere que o ato de causar ou agravar lesões à pele parece ser comum entre estudantes de medicina, mas não necessariamente deve ser considerado como patológico. Para os casos mais graves, entretanto, a condição poderia ser classificada como um transtorno: dermatotilexomania. Estudos mais pormenorizados e com metodologia mais adequada de aspectos fenomenológicos, epidemiológicos, etiológicos (incluindo causas biológicas, psicológicas e sociais) e terapêuticos seriam necessários para o adequado estabelecimento da dermatotilexomania como uma entidade nosológica. Correspondência Ygor A.Ferrão Rua Padre Chagas, 147/1002. Moinhos de Vento Porto Alegre, RS, Brasil CEP: 90570-080 Fone:(051)3461077 email: [email protected]
O que é uma mordida cruzada
15 out Mordida Cruzada: Conheça as causas, sintomas e formas de tratamento – Postado às 18:31h em Notícias Distúrbio pode ser causado por razões genéticas ou fatores externos Problema bucal relativamente comum, a mordida cruzada consiste no desencontro entre os dentes da arcada superior e os da arcada inferior.
- Em boa parte dos casos, ela é bem perceptível, principalmente quando os dentes de baixo se sobrepõem sobre os de cima, deixando o queixo com uma proeminência para frente.
- No entanto, existe a possibilidade de o problema passar despercebido, pois pode ser mascarado por dentes aparentemente alinhados, mas que se deslocam de maneira incorreta durante a mastigação.
“Geralmente, a mordida cruzada tem razões genéticas, mas também pode ser ocasionada por fatores externos, como o hábito de chupar o dedo ou chupeta, uso prolongado de mamadeiras, perda precoce de dentes, entre outros. Essas condições levam a alterações musculares e funcionais do organismo, o que causa esse desalinhamento”, explica Rosane Menezes Faria, dentista da Odonto Empresas, do grupo Caixa Seguradora.
- Consequências da mordida cruzada Segundo a profissional, na infância, a mordida cruzada atrapalha o correto crescimento dos ossos da face.
- Isso reflete no desenvolvimento fonoaudiólogo, mastigação e respiração da criança.
- Posteriormente, na vida adulta, o desalinhamento pode trazer problemas como o bruxismo, fratura e perda de dentes, retração gengival e comprometimento das articulações da boca”, alerta.
Tratamento Sobre o tratamento, a especialista conta que quando a enfermidade tem causas genéticas, a solução é utilizar aparelhos específicos, que estimulam o crescimento da maxila para que ela se ajuste corretamente à arcada inferior. “Esses aparelhos não causam dor e trabalham com o objetivo de estimular o sistema nervoso central a remodelar as estruturas ósseas, musculares e articulares da boca.
E mesmo que esses aparelhos possam ser usados em qualquer idade, quanto mais cedo forem utilizados, melhor”, discorre. Também é possível tratar a mordida cruzada com Pistas Diretas Planas. “Neste tratamento, o formato dos dentes de leite é alterado com o uso de resina para que os dentes superiores toquem corretamente os inferiores”.
Vale destacar que quando a diferença entre os arcos das duas arcadas for muito grande, o tratamento é cirúrgico, no entanto, ela só pode acontecer na fase adulta. “A cirurgia corrige o posicionamento incorreto dos ossos dos terços médio e inferior da face.
A necessidade de realização do procedimento será sempre determinada com base na avaliação do dentista”. Por fim, a dentista ressalta que o ideal é que a mordida cruzada seja diagnosticada ainda na infância. “Assim, fica mais simples de corrigir o desalinhamento e evitar problemas futuros. Portanto, como ela pode passar despercebida em alguns casos, é fundamental que os pais levem a criança ao dentista regularmente, mesmo que o pequeno não esteja com nenhum problema aparente”, finaliza.
Sobre a Odonto Empresas A Odonto Empresas, do grupo Caixa Seguradora, é uma das maiores operadoras de planos odontológicos do Brasil. Com mais de 20 anos de experiência no segmento, a empresa oferece diversas opções de planos individuais e corporativos.
Atualmente conta com 550 mil beneficiários, 7.500 pontos de atendimento e mais de 25 mil opções de atendimento em todo o Brasil. A empresa faz parte da Caixa Seguradora, uma união bem-sucedida entre duas instituições: a CNP Assurances, líder do mercado francês em seguros de pessoas, e a Caixa Econômica Federal.
www.odontoempresas.com.br
É possível nascer dentes depois dos 40 anos
Quando ocorre e quais os sintomas? – O nascimento do dente siso ocorre, geralmente, após os 18 anos e, desta forma, são popularmente conhecidos como “dentes do juízo”. Todavia, isto pode variar muito entre os indivíduos. “Já presenciei casos de pacientes meus que começaram a perceber a erupção do siso após os 40 anos, como já tive casos de indivíduos com 16 anos já com siso surgindo na boca.”, conta o dentista.
O que acontece se eu não tirar o dente do siso?
As consequências – Dependendo de como o siso esteja posicionado, problemas maiores podem surgir futuramente. “Surgimento de cáries, doenças gengivais, devido à dificuldade de higienização no local, reabsorção da raiz do dente vizinho e até o desenvolvimento de cistos e tumores”, atenta.
O que é o Morsicatio Buccarum?
Resumo – Morsicatio Buccarum é o termo científico empregado para a mastigação crônica da bochecha. A apresentação clínica normalmente é suficiente para um diagnóstico definitivo e a biópsia raramente é realizada. Não é necessário tratamento e em alguns casos pode ser indicada placa acrílica.
- A mucosa apresenta um aspecto branco-acinzentado de maceração ou fragmentação, caracterizado por áreas irregulares de descamação e pequenas erosões.
- As lesões são mais frequentes encontradas na mucosa jugal bilateralmente, podendo ser unilaterais, combinadas com lesões nos lábios ou na língua.
- A ocorrência é maior em mulheres e é constantemente encontrado em pacientes jovens.
Uma maior prevalência é encontrada em pessoas que estão estressadas ou que exibem quadros psicológicos. Alguns autores sugerem a psicoterapia como tratamento alternativo, porém nenhum estudo extenso mostrou benefícios. O presente trabalho teve o objetivo de relatar um caso clínico de Morsicatio Buccarum em mucosa jugal bilateral dando ênfase no diagnóstico e tratamento.
Paciente do sexo masculino, 31 anos de idade, que procurou atendimento no Serviço de Estomatologia do (CEO) de Fernandópolis/SP, com queixa de lesão do lado esquerdo da boca. Ao exame clínico intrabucal observou-se placas brancas não destacáveis dispersas em mucosa jugal bilateral. Em anamnese direcionada, o paciente relatou o hábito de “mordiscar as bochechas”, favorecendo o diagnóstico clínico de Morsicatio Buccarum.
Dessa forma, o paciente foi orientado a cessar o hábito e usar placa de mordida. Diante desse relato, pode-se concluir que o cirurgião dentista deve possuir conhecimento profundo de tal doença, já que é uma realidade cada vez mais comum nos consultórios, sendo importante o correto diagnóstico para que haja tratamento adequado.
Porque se morde a bochecha?
Por que mordemos a bochecha? Saiba mais sobre os possíveis problemas na Mastigação. Vou explicar como ocorre a mastigação : O alimento precisa ser macerado nos dentes, mas não temos dentes em toda boca, nossos dentes estão alinhados em um arco e para que o alimento fique na região que estão os dentes temos a ação da língua e das bochechas que são músculos que empurram o alimento para a região que estão os dentes.
Agora em situações de stress e ansiedade a pessoa pode involuntariamente contrair os músculos da mastigação e morder as bochechas, Os Dentes do Siso muitas vezes não tem espaço para eles e quando a pessoa morde o músculo da bochecha fica sobre ele, machucando assim a bochecha. Esses machucados frequentes no mesmo local deixam a mucosa da bochecha mais grossa, é como se fosse um calo, forma um tecido fibroso, e em alguns casos faz com que a pessoa morda ainda mais as bochechas.
Em situações em que os dentes estão desalinhados, um dente sai da linha de oclusão pode também provocar uma injúria na bochecha. Assim como uma prótese mal adaptada também pode estar machucando a bochecha.
Por que mordemos a bochecha? Saiba mais sobre os possíveis problemas na Mastigação.: Dra. Lais Helena Frias Ferraz ParolariCirurgiã Dentista (CRO MT 3362) : Por que mordemos a bochecha? Saiba mais sobre os possíveis problemas na Mastigação.
O que é uma mordida cruzada?
15 out Mordida Cruzada: Conheça as causas, sintomas e formas de tratamento – Postado às 18:31h em Notícias Distúrbio pode ser causado por razões genéticas ou fatores externos Problema bucal relativamente comum, a mordida cruzada consiste no desencontro entre os dentes da arcada superior e os da arcada inferior.
Em boa parte dos casos, ela é bem perceptível, principalmente quando os dentes de baixo se sobrepõem sobre os de cima, deixando o queixo com uma proeminência para frente. No entanto, existe a possibilidade de o problema passar despercebido, pois pode ser mascarado por dentes aparentemente alinhados, mas que se deslocam de maneira incorreta durante a mastigação.
“Geralmente, a mordida cruzada tem razões genéticas, mas também pode ser ocasionada por fatores externos, como o hábito de chupar o dedo ou chupeta, uso prolongado de mamadeiras, perda precoce de dentes, entre outros. Essas condições levam a alterações musculares e funcionais do organismo, o que causa esse desalinhamento”, explica Rosane Menezes Faria, dentista da Odonto Empresas, do grupo Caixa Seguradora.
Consequências da mordida cruzada Segundo a profissional, na infância, a mordida cruzada atrapalha o correto crescimento dos ossos da face. “Isso reflete no desenvolvimento fonoaudiólogo, mastigação e respiração da criança. Posteriormente, na vida adulta, o desalinhamento pode trazer problemas como o bruxismo, fratura e perda de dentes, retração gengival e comprometimento das articulações da boca”, alerta.
Tratamento Sobre o tratamento, a especialista conta que quando a enfermidade tem causas genéticas, a solução é utilizar aparelhos específicos, que estimulam o crescimento da maxila para que ela se ajuste corretamente à arcada inferior. “Esses aparelhos não causam dor e trabalham com o objetivo de estimular o sistema nervoso central a remodelar as estruturas ósseas, musculares e articulares da boca.
E mesmo que esses aparelhos possam ser usados em qualquer idade, quanto mais cedo forem utilizados, melhor”, discorre. Também é possível tratar a mordida cruzada com Pistas Diretas Planas. “Neste tratamento, o formato dos dentes de leite é alterado com o uso de resina para que os dentes superiores toquem corretamente os inferiores”.
Vale destacar que quando a diferença entre os arcos das duas arcadas for muito grande, o tratamento é cirúrgico, no entanto, ela só pode acontecer na fase adulta. “A cirurgia corrige o posicionamento incorreto dos ossos dos terços médio e inferior da face.
- A necessidade de realização do procedimento será sempre determinada com base na avaliação do dentista”.
- Por fim, a dentista ressalta que o ideal é que a mordida cruzada seja diagnosticada ainda na infância.
- Assim, fica mais simples de corrigir o desalinhamento e evitar problemas futuros.
- Portanto, como ela pode passar despercebida em alguns casos, é fundamental que os pais levem a criança ao dentista regularmente, mesmo que o pequeno não esteja com nenhum problema aparente”, finaliza.
Sobre a Odonto Empresas A Odonto Empresas, do grupo Caixa Seguradora, é uma das maiores operadoras de planos odontológicos do Brasil. Com mais de 20 anos de experiência no segmento, a empresa oferece diversas opções de planos individuais e corporativos.
- Atualmente conta com 550 mil beneficiários, 7.500 pontos de atendimento e mais de 25 mil opções de atendimento em todo o Brasil.
- A empresa faz parte da Caixa Seguradora, uma união bem-sucedida entre duas instituições: a CNP Assurances, líder do mercado francês em seguros de pessoas, e a Caixa Econômica Federal.
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