(Direto de São Paulo) O conglomerado Meta realizou um grande evento nesta semana no qual anunciou novidades do WhatsApp para empresas: desde as transações com Pix até o selo de verificado. Alguns recursos custam dinheiro. E apesar da sua potência enquanto habilitador de negócios, o aplicativo continuará de graça para o usuário final – esta é a promessa de Guilherme Horn, diretor do app em mercados estratégicos.
O executivo reflete sobre o tanto de ferramentas que facilitam a vida de lojistas e comerciantes. Tudo isso faz do WhatsApp um ecossistema completo que caiu no gosto do brasileiro, a ponto de Mark Zuckerberg surgiu num vídeo chamando o app por seu apelido. Confira os destaques da conversa concedida por Horn a mim com exclusividade. O material foi editado para fins de clareza e brevidade.
Thássius Veloso – Quanto custa e qual é a estratégia por trás do Meta Verified no WhatsApp?
Guilherme Horn (WhatsApp) – O serviço começa em R$ 55 por mês. Esta será a faixa de preço mais interessante para a maioria dos negócios, na nossa visão. Os demais valores serão propostos de acordo com os recursos incluídos nos planos. Empresas que quiserem mais possibilidades vão poder mudar para modalidades mais caras. Nós começamos com essa novidade agora no Brasil e em alguns outros países, depois de testes na Colômbia.
Os testes foram bem-sucedidos?
Foram sim. Estes experimentos acontecem sempre com grupos muito pequenos, mas a gente decidiu trazer para o Brasil porque foi bem-sucedido.
Há influenciadores, profissionais liberais e autônomos que atuam por meio do MEI. Essas pessoas vão poder contratar o selo de verificado?
Qualquer CNPJ estará apto a solicitar a verificação do Meta Verified no WhatsApp.
Lá no comecinho, os fundadores batiam na tecla de que a plataforma seria gratuita para sempre. Ele vai continuar de graça para as pessoas físicas? Noto que algumas empresas já têm custo vinculado ao WhatsApp, dependendo do que querem fazer na plataforma.
A gente não tem nenhum plano de cobrar do usuário final. A forma como as empresas usam o WhatsApp (e elas usam cada vez mais para diferentes coisas) naturalmente traz um custo para elas. Nós somos uma plataforma tecnológica e vemos com muita naturalidade que negócios paguem para usar certos recursos.
Me pareceu que o Pix via WhatsApp vai funcionar como o que o Banco Central categoriza como iniciador de pagamentos. O aplicativo virou banco?
Na verdade não é nem uma iniciação de pagamento. Nós estamos usando uma integração com a API do Banco Central para exibir o código Pix na tela. É aquele código dinâmico que já inclui o valor da transação. Nós estamos simplesmente divulgando esta informação. O cliente pega o código e vai para o app da instituição de pagamento ou do banco para concluir a transação.
O que o WhatsApp ganha com isso? O WhatsApp Pagamentos inicialmente era vinculado a certas bandeiras e certos bancos, então rolava alguma grana neste arranjo. E no caso do Pix?
Não tem custo nenhum. A gente já vê transações comerciais deste tipo acontecendo dentro do WhatsApp. Tem quem compre produtos ou contrate serviços pela plataforma. Ouvíamos dos pequenos negócios que parte dos potenciais consumidores abandonava a compra no momento do pagamento. Havia uma perda deste cliente.
Algum motivo específico?
É um comportamento natural quando existe uma fricção na jornada do consumidor. No momento em que você tem que parar e ir para um outro aplicativo fazer uma outra coisa, é natural que exista uma ruptura. A função de pagamentos foi criada para reduzir ou talvez eliminar essa fricção. A integração com o Pix é um complemento que estava faltando.
Minha impressão é de que o WhatsApp Pagamentos nunca deslanchou. Tinha gente que tinha medo de golpe, por exemplo. Qual a sua visão sobre a ferramenta?
As pessoas que usam adoram.
E quem usa?
A gente não divulga os números. Mas assim, tanto os usuários finais quanto as empresas adoram o Pagamentos. Ele resolve o problema da fricção e cria um novo hábito. O Brasil tem um sistema financeiro extremamente sofisticado, com muita pulverização e inúmeras formas de fazer qualquer transação. Talvez exista a expectativa de que o WhatsApp vá se tornar o principal meio, mas essa não é a ideia.
Thássius Veloso viajou para São Paulo a convite da Meta