A OpenAI trava as primeiras discussões para levantar uma nova rodada de investimento com um avaliação igual ou superior a US$ 100 bilhões, disseram pessoas a par do assunto, em acordo que consolidaria a criadora do ChatGPT como uma das startups mais valiosas do mundo.

Investidores potencialmente envolvidos na rodada foram incluídos nas discussões preliminares, segundo fontes que pediram anonimato por discutirem assuntos privados. Detalhes como os termos da captação, o valuation e quando a rodada aconteceria ainda não foram finalizados e ainda podem mudar, disseram as pessoas.

Se a rodada acontecer conforme o planejado, a OpenAI, que já é uma das preferidas no setor de inteligência artificial, se tornaria a segunda startup mais valiosa dos EUA, atrás apenas da SpaceX, de Elon Musk, segundo dados da CBInsights.

A OpenAI se recusou a comentar.

A empresa deverá concluir uma oferta pública separada no início de janeiro, que permitiria aos funcionários vender suas ações a um avaliação de US$ 86 bilhões, informou a Bloomberg anteriormente. A operação, liderada pela Thrive Capital, viu mais demanda dos investidores do que disponibilidade de ações, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

A valorização vertiginosa da OpenAI reflete a empolgação com inteligência artificial que começou há um ano, após o lançamento do ChatGPT, um chatbot capaz de compor frases como humanos, e até poesia, em resposta a instruções simples. A empresa virou a startup mais importante do Vale do Silício, arrecadando US$ 13 bilhões até o momento da Microsoft, e estimulou uma nova apreciação pela promessa da IA que mudou o cenário da indústria de tecnologia em poucos meses.

Desde então, Amazon e Alphabet investiram bilhões de dólares na Anthropic, rival da OpenAI. A Salesforce liderou um investimento na Hugging Face que a avaliou em US$ 4,5 bilhões, e a Nvidia, que fabrica muitos dos semicondutores que alimentam as tarefas de IA, disse no início deste mês que fez mais de duas dúzias de investimentos em 2023.

A OpenAI também iniciou discussões para arrecadar fundos para um novo projeto de chips junto ao grupo G42, com sede em Abu Dhabi, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto.

A startup discutiu arrecadar entre US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões do G42, disse uma das pessoas, que pediram anonimato por discutir informações confidenciais. Não está claro se o empreendimento de chips e os esforços mais amplos de captação de investimentos da empresa estão relacionados.

O CEO da OpenAI, Sam Altman, buscava capital para o projeto de fabricação de chips, de codinome Tigris. O objetivo é produzir semicondutores que possam competir com os da Nvidia, que atualmente domina o mercado de chips de IA, informou a Bloomberg no mês passado.

Em outubro, o G42 anunciou uma parceria com a OpenAI “para fornecer soluções de IA de ponta aos Emirados Árabes Unidos e aos mercados regionais”. Nenhum detalhe financeiro foi fornecido. A empresa, fundada em 2018, é liderada pelo Xeque Tahnoon bin Zayed Al Nahyan, conselheiro de segurança nacional dos Emirados Árabes Unidos e presidente da Autoridade de Investimentos de Abu Dhabi.

O futuro da OpenAI pareceu incerto por um breve momento após seu conselho demitir repentinamente Altman no início do mês passado. Na altura, alguns investidores consideraram zerar suas participações no negócio. Mas, depois de cinco dias de tumulto na liderança, Altman foi trazido de volta e um novo conselho foi nomeado. Depois do episódio, a empresa buscou sinalizar a consumidores que está novamente se concentrando em seus produtos.

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