Ansiedade, depressão, dor durante a relação
sexual, incontinência urinária e vários outros problemas, que afetam as
mulheres no puerpério, são negligenciados
Mais de um terço das mulheres experimentam problemas de saúde
duradouros após o parto, é o que aponta uma pesquisa divulgada, neste mês, pela
Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse estudo mostra que há uma elevada carga
de condições pós-natais que persistem nos meses ou mesmo anos após o parto,
incluindo-se dor durante a relação sexual, dor lombar, incontinência urinária,
ansiedade, depressão e dor perineal, entre outras.
Para o médico Caio Couto,
coordenador de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Anchieta, pertencente à
Kora Saúde, essa pesquisa traz
dados muito importantes, porque eles dimensionam e estratificam os efeitos
deletérios do pós-parto, como a falta de atenção e de cuidado. “A saúde da
mulher, infelizmente, é muito negligenciada, e quando pensamos no período de
puerpério, percebemos que não é dada a atenção que esse momento exige para a mulher”,
afirma o médico.
De acordo com o obstetra, no puerpério pode haver
muitas intercorrências, mas as orientações para as mulheres, muitas vezes, são
escassas nesse momento. O médico explica que há patologias que ocorrem durante a
gestação que precisam, posteriormente, serem monitoradas e exames que devem ser
feitos.
“No término das seis semanas de puerpério, as mulheres
que tiveram hipotireoidismo, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e hipertensão
gestacional, entre outras, podem permanecer com efeitos deletérios dessas
doenças”, informa o dr. Caio Couto. Essas enfermidades, segundo ele, podem
permanecer, por exemplo, ao longo do resto da vida.
No pós-parto, a mulher passa por momentos de
vulnerabilidade, no sentido de que muda toda a sua rotina, com filho,
amamentação, e, por isso, a necessária consulta médica acaba não sendo
possível.
“Nós vemos, infelizmente, que a saúde da mulher é
negligenciada, nesse sentido, também pelos médicos. São raros os que realmente
fazem esse rastreio no pós-puerpério para acompanhar, por exemplo, o
hipotireoidismo e o diabetes gestacional”, cita o dr. Caio Couto, explicando
que, ao término de seis semanas, esses exames precisam ser refeitos, justamente
porque algumas mulheres vão permanecer com a doença.
Dados da pesquisa
O estudo, publicado no The Lancet Global Health, como
parte de uma série especial sobre saúde materna, cita algumas das condições
pós-natais que persistem nos meses ou mesmo anos após o parto:
· dor durante a
relação sexual (dispareunia), que afeta mais de um terço (35%) das mulheres,
·
dor lombar
(32%),
·
incontinência
anal (19%),
·
incontinência
urinária (8-31%),
·
ansiedade (9
-24%),
·
depressão
(11-17%),
·
dor perineal
(11%),
·
medo do parto
(tocofobia) (6-15%) e
·
infertilidade
secundária (11%).
De acordo com a OMS, “muitas condições pós-parto causam
sofrimento considerável na vida cotidiana das mulheres, muito depois do
nascimento, tanto emocional como fisicamente, e ainda assim são largamente
subestimadas, sub-reconhecidas e subnotificadas”.
Sobre a Kora Saúde
Um dos maiores grupos hospitalares do país, a Kora Saúde possui
17 hospitais espalhados pelo Brasil e está presente no Espírito Santo (Rede
Meridional nas regiões de Cariacica, Vitória, Serra, Praia da Costa, em Vila
Velha, e São Mateus); Ceará (Rede OTO, todos em Fortaleza); Tocantins (Medical
Palmas e Santa Thereza na cidade de Palmas); Mato Grosso (Hospital São Mateus
em Cuiabá); Goiás (Instituto de Neurologia de Goiânia e Hospital Encore); e
Distrito Federal (Hospital Anchieta e Hospital São Francisco). O grupo possui
mais de 2 mil leitos no país e 11 mil colaboradores. A Kora Saúde oferece um
sistema de gestão inovador, parque tecnológico de ponta e alta qualidade
hospitalar, com o compromisso de praticar medicina de excelência em todas as
localidades onde está presente.