Pergunta:
por que os portugueses viam a agricultura no brasil indigena com precomceito?
A percepção dos portugueses em relação à agricultura praticada pelos povos indígenas no Brasil estava enraizada em diferenças culturais, visões de mundo distintas e, em parte, em uma compreensão limitada das práticas agrícolas dos nativos.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram os povos indígenas praticando uma forma de agricultura conhecida como “coivara” ou “queimada”. Nesse método, eles limpavam pequenas áreas de floresta, queimavam a vegetação e usavam a terra fertilizada pelo fogo para plantar suas culturas. Após algumas safras, eles deixavam a terra em descanso, permitindo que a floresta se regenerasse na área antes usada para cultivo.
Os colonizadores europeus, com uma mentalidade agrícola diferente, viam essa prática como rudimentar e pouco produtiva, especialmente comparada às técnicas de agricultura intensiva que conheciam na Europa. Eles não compreendiam a lógica por trás do sistema rotativo de cultivo e viam as queimadas como destrutivas para a terra.
Essa falta de compreensão levou os portugueses a desvalorizarem e menosprezarem a agricultura dos povos indígenas, considerando-a inferior e não civilizada. Esse preconceito cultural contribuiu para a imposição de práticas agrícolas europeias e para a desconsideração dos métodos indígenas, o que teve consequências significativas para o meio ambiente e para as culturas nativas ao longo da história do Brasil.
O contato inicial entre brancos e índios foi amistoso, como se pode ver, por exemplo, na carta de Pero Vaz de Caminha, onde o escrivão narra momentos de descontração e festa entre as duas raças. Na verdade, esse contato amigável se estendeu pelas três ou quatro primeiras décadas de colonização.