Numa época em que o individualismo e o sucesso profissional são frequentemente vistos como marcas de felicidade, uma pesquisa recente da Universidade de Chicago oferece uma revelação surpreendente. De acordo com o estudo, o casamento supera significativamente a riqueza e a satisfação no trabalho como o principal preditor de felicidade na América, representando uma enorme divisão de felicidade de 30 pontos percentuais entre aqueles que são casados e aqueles que não são. As descobertas apresentam o casamento como um factor sem paralelo na promoção do contentamento, desafiando as percepções modernas sobre o que verdadeiramente traz alegria à vida.
O estudo, liderado pelo pesquisador Sam Peltzman, de Chicago Booth, analisou dados de NORC na Pesquisa Social Geral da Universidade de Chicago, abrangendo quase 50 anos. Este amplo conjunto de dados refletiu consistentemente uma divisão 70/30 entre os entrevistados que se identificaram como “muito felizes” ou “muito felizes” e aqueles que relataram estar “não muito felizes”.
O casamento emergiu como um fator potente na formação desse contorno de felicidade. Apesar da percentagem de americanos casados ter diminuído para apenas 50% hoje, os dados indicavam que os indivíduos casados eram uns impressionantes 30 pontos percentuais mais felizes do que os seus homólogos solteiros.
No entanto, Peltzman adverte contra a interpretação da correlação como causalidade. Ele observa: “Sem dúvida, isso acontece nos dois sentidos. Pessoas felizes se casam e pessoas casadas ficam felizes.”
Esta perspectiva é partilhada por Brad Wilcox, sociólogo da Universidade da Virgínia. “Nada importa mais do que um bom casamento para a felicidade hoje”, disse ele Notícias Deseret. Ele acredita que um casamento saudável e um bom ambiente familiar são caminhos mais confiáveis para uma vida significativa e feliz do que até mesmo um bom emprego.
Esta tendência de o estado civil influenciar o bem-estar é confirmada por Jonathan Rothwell, economista principal da Gallup. Utilizando um conjunto de dados diferente, Rothwell descobriu que o estado civil era um preditor mais forte do bem-estar dos adultos americanos do que a educação, a raça, a idade e o género.
O relatório também observou outros factores, como o rendimento e a confiança no governo, que desempenham papéis significativos na previsão da felicidade. No entanto, é evidente que a instituição do casamento continua a manter-se como um impulsionador da felicidade sem paralelo entre os americanos.
Esta realidade sublinha a urgência de mudanças políticas que incentivem o casamento, especialmente nos grupos de rendimentos mais baixos, onde as taxas de casamento estão a diminuir. Para os americanos que procuram a felicidade, a investigação parece apontar para um destino importante: um casamento comprometido e saudável.
A queda das taxas de casamento, especialmente entre os americanos com menor escolaridade e rendimentos mais baixos, é um dos principais impulsionadores do declínio nacional da felicidade desde a viragem do milénio. As implicações desta tendência são profundas, exacerbando a divisão entre os privilegiados e os desprivilegiados na sociedade.
Esta pesquisa ressalta o papel fundamental que o casamento desempenha no bem-estar social. Desafia-nos a repensar os valores e as políticas sociais, especialmente aqueles que penalizam inadvertidamente o casamento, e a reconsiderar a nossa ênfase no individualismo e no sucesso profissional como marcadores de felicidade.
Os dados permaneceram consistentes ao longo de décadas – um bom casamento contribui significativamente para a felicidade. É um apelo à sociedade, aos decisores políticos e aos indivíduos para reavaliarem a nossa atitude colectiva em relação ao casamento e à vida familiar. Precisamos de promover ambientes que encorajem laços conjugais fortes, especialmente em comunidades menos privilegiadas.
No final, esta investigação serve como um lembrete convincente de que, apesar das mudanças e mudanças sociais, algumas coisas permanecem constantes. Na sua essência, a felicidade humana prospera na conexão, no companheirismo e no compromisso – elementos que muitas vezes estão encapsulados num bom casamento. Na busca pela felicidade, parece que o amor – na sua forma mais comprometida – é de facto a chave.
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