Ganha uma Jogadora: Explorando as Disparidades Salariais no Futebol Feminino
Com o início da Copa do Mundo Feminina de 2023, além das partidas acirradas, um assunto importante também tem chamado a atenção dos espectadores: a igualdade de gênero no esporte. Afinal, quanto ganha uma jogadora de futebol? Será que elas recebem o mesmo salário que os jogadores masculinos?
Disparidades Salariais em Números
Segundo os dados da publicação mais recente do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), uma pesquisa conduzida pelo governo federal brasileiro sobre os trabalhadores regidos pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), as atletas profissionais de futebol ganham, em média, R$ 5.083,87 mensais, enquanto os jogadores homens recebem R$ 3.968,32 em média.
No entanto, a diferença nos números não pode ser completamente atribuída a uma disparidade direta de salários. A quantidade de atletas contratados anualmente é um fator significativo nessa equação. Durante todo o ano de 2022, foram contratados 5.570 atletas profissionais de futebol do sexo masculino, em comparação com apenas 174 atletas do sexo feminino.
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Contratações e Discrepâncias de Gênero
Para compreender melhor a magnitude dessa discrepância, analisemos o mês de abril como exemplo. Enquanto 689 atletas homens foram contratados durante esse período, apenas 4 atletas profissionais de futebol mulheres foram contratadas. Esses números ressaltam mais uma vez a disparidade de gênero dentro do esporte. Embora a média salarial das mulheres seja ligeiramente superior, a quantidade de contratações é substancialmente menor do que no caso dos homens.
Fatores Impactando os Salários das Jogadoras
O salário de uma jogadora de futebol pode depender de diversos fatores, como conquista de títulos, tempo de carreira, equipe e patrocínios. Mesmo em grandes times nacionais como Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Flamengo, a folha de pagamento das atletas femininas alcança R$ 100 mil por mês, enquanto no futebol masculino esse valor ultrapassa R$ 10 milhões mensais.
Entretanto, jogadoras que atuam em equipes de renome, inclusive fora do país, recebem mais do que a maioria, porém ainda menos do que seus equivalentes masculinos. Tomemos como exemplo a jogadora Marta, que compete atualmente pelo Orlando Pride e foi eleita seis vezes a melhor do mundo pela FIFA. Ela recebe US$ 400 mil (R$ 1,94 milhão) por ano, cerca de R$ 161 mil por mês, possuindo o maior salário entre as jogadoras brasileiras.
Comparativamente, esse valor é 100 vezes menor do que o salário do jogador brasileiro Neymar, que ganha 36 milhões de euros por temporada do Paris Saint-Germain, equivalente a aproximadamente R$ 190 milhões, ou cerca de R$ 15,8 milhões por mês.
Desigualdades na Copa do Mundo Feminina
A FIFA, responsável pela Copa do Mundo Feminina, anunciou um sistema de premiação para as jogadoras baseado nas fases alcançadas. Os valores variam de 30 mil dólares como mínimo a 270 mil dólares para cada jogadora do time campeão. Contudo, mesmo em um evento de magnitude global como a Copa do Mundo, os salários das jogadoras ainda permanecem substancialmente inferiores aos dos jogadores masculinos.
Os Maiores Salários no Futebol Feminino
Entre as jogadoras presentes na Copa do Mundo Feminina, a australiana Sam Kerr, atacante do Chelsea, ostenta o maior salário. O ranking das jogadoras com os maiores salários inclui nomes como:
- Sam Kerr: jogadora australiana no Chelsea – R$ 2,4 milhões por ano
- Alex Morgan: jogadora norte-americana no San Diego Wave – R$ 2,16 milhões por ano
- Megan Rapinoe: jogadora norte-americana no OL Reign – R$ 2,14 milhões por ano
- Julie Ertz: jogadora norte-americana no City of Angel F.C. – R$ 2,06 milhões por ano
- Marta: jogadora brasileira no Orlando Pride – R$ 1,94 milhão por ano
Considerações Finais
A igualdade de gênero no esporte, especialmente no futebol, continua sendo um desafio complexo. Embora haja avanços notáveis, as disparidades salariais entre jogadoras e jogadores são evidentes e demandam atenção contínua e esforços para correção. A celebração das atletas femininas, juntamente com um comprometimento em proporcionar oportunidades equitativas e salários justos, é essencial para alcançar uma verdadeira igualdade de gênero no mundo esportivo.
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