Reações de Hipersensibilidade: Classificação e Mecanismos Imunológicos

As reações de hipersensibilidade são respostas imunológicas exageradas do sistema imune a substâncias normalmente inofensivas, levando a danos teciduais. Essas reações podem ser classificadas de acordo com o mecanismo imunológico envolvido, fornecendo uma estrutura para entender suas características distintas. A classificação original proposta por Phillip Gell e Robin Coombs em 1963 é amplamente utilizada até hoje. Neste artigo, discutiremos a classificação das reações de hipersensibilidade e relacionaremos cada grupo com suas respectivas imunopatologias dos mecanismos.

Reações de hipersensibilidade

Classificação das Reações de Hipersensibilidade

A classificação das reações de hipersensibilidade consiste em quatro grupos distintos, denominados Tipo I, Tipo II, Tipo III e Tipo IV. Cada tipo de hipersensibilidade possui mecanismos imunológicos específicos que contribuem para a sua ocorrência. Vamos analisar cada um desses grupos em detalhes e relacioná-los com suas respectivas imunopatologias correspondentes.

Tipo I: Hipersensibilidade Imediata

O Tipo I de hipersensibilidade, também conhecido como hipersensibilidade imediata, é desencadeado pela ação de anticorpos IgE (imunoglobulina E). Nesse tipo de resposta, ocorre a sensibilização prévia do indivíduo a um antígeno específico, levando à produção de anticorpos IgE direcionados contra essa substância. Quando o antígeno é novamente encontrado, ele se liga aos anticorpos IgE já fixados nos mastócitos e basófilos, desencadeando a liberação de mediadores inflamatórios, como histamina, prostaglandinas e leucotrienos. Essa resposta imediata resulta em sintomas alérgicos, como coceira, edema, broncoconstrição e anafilaxia.

Tipo II: Hipersensibilidade Citotóxica

No caso do Tipo II de hipersensibilidade, a resposta imunológica envolve a ação de anticorpos IgM e IgG. Nesse tipo de reação, os anticorpos se ligam a antígenos presentes na superfície de células ou na matriz extracelular, desencadeando a ativação do sistema do complemento e a fagocitose por células fagocitárias. Esse processo pode resultar na destruição das células-alvo e na lesão tecidual. Exemplos de doenças associadas a esse tipo de hipersensibilidade incluem anemia hemolítica transfusional e doenças autoimunes mediadas por anticorpos.

Tipo III: Hipersensibilidade por Complexos Imunes

A hipersensibilidade do Tipo III é caracterizada pela formação de complexos imunes de antígenos circulantes e imunoglobulinas IgM e IgG. Esses complexos imunes se depositam em diferentes tecidos do corpo, desencadeando uma resposta inflamatória. A ativação do complemento e a quimiotaxia de leucócitos para a área afetada contribuem para a inflamação e lesão tecidual. Exemplos de doenças associadas a esse tipo de reação incluem glomerulonefrite pós-estreptocócica e artrite reumatoide.

Tipo IV: Hipersensibilidade Tardia

No Tipo IV de hipersensibilidade, a reação não envolve a ação de anticorpos, mas sim a sensibilização de células T CD4+ específicas para o antígeno. Após a exposição inicial ao antígeno, células T CD4+ são ativadas e liberam citocinas que recrutam células inflamatórias, como macrófagos e linfócitos T citotóxicos. Essas células inflamatórias podem causar lesão tecidual e inflamação crônica. Exemplos de reações de hipersensibilidade do Tipo IV incluem dermatite de contato e rejeição de enxertos.

Conclusão

As reações de hipersensibilidade são respostas imunológicas exageradas que podem ocorrer em diferentes sistemas do corpo, resultando em danos teciduais significativos. A classificação proposta por Gell e Coombs em 1963 fornece uma estrutura útil para entender as diferentes características e mecanismos envolvidos em cada tipo de hipersensibilidade. Conhecer as imunopatologias associadas a cada grupo é essencial para um diagnóstico e tratamento adequados das doenças relacionadas à hipersensibilidade. A compreensão desses mecanismos também pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais eficazes no futuro.

Referência: Abbas, A. K. (2016). Imunologia Celular e Molecular (9ª ed.). Elsevier.

Sequência correta da classificação das reações de hipersensibilidade: 2, 4, 1, 3

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