Existe um abismo entre viver em paz e existir em constante turbulência. Muitas vezes, são os nossos hábitos que determinam em que lado do abismo iremos parar.
Olá, sou Lachlan Brown, fundador do Hack Spirit e um grande estudante de mindfulness e do budismo. Aprendi que às vezes o caminho para a paz interior não consiste em acrescentar mais às nossas vidas, mas em deixar ir.
Se você está lutando para lembrar a última vez que se sentiu verdadeiramente em paz consigo mesmo, talvez seja hora de reavaliar seus hábitos.
Neste artigo, vou compartilhar com você os 8 hábitos dos quais talvez você precise se despedir se quiser cultivar mais paz em sua vida.
Não será fácil, mas acredite, vale a pena.
1) Perseguindo a perfeição
Na busca pela paz interior, muitas vezes tropeçamos em nossas próprias expectativas.
Estou falando da busca pela perfeição. É um hábito que muitos de nós compartilhamos, especialmente nesta era das redes sociais, onde a vida de todos parece perfeita.
Mas aqui está uma verdade que aprendi em meus anos de estudo da atenção plena e do budismo: a perfeição é uma ilusão. É uma perseguição sem fim que o deixará exausto e longe da paz.
Quando você está constantemente buscando a perfeição, você está se preparando para o fracasso. Porque ninguém – nem mesmo o mais digno do Instagram entre nós – é perfeito.
Então, aqui está o que sugiro: em vez de perseguir a perfeição, lute pelo progresso. Abrace suas falhas e erros como oportunidades de crescimento.
2) Negligenciar o autocuidado
Outro hábito que pode nos roubar a paz é negligenciar o autocuidado.
Não estou falando apenas de autocuidado físico, como comer bem e praticar exercícios. Estou falando sobre autocuidado mental e emocional também.
Eu estive lá – acendendo as duas pontas, tentando equilibrar trabalho, relacionamentos e tudo mais. É fácil nos colocarmos em último lugar. Mas com o tempo, essa negligência cobra seu preço.
Priorizar o autocuidado não é egoísmo – é necessário para a paz interior. Então reserve um tempo para isso. Medite, faça um diário, dê um passeio ou faça o que quer que o ajude a voltar para casa sozinho.
Acredite em mim, sua paz de espírito agradecerá por isso.
3) Apegar-se ao passado
Na minha jornada com o Budismo, uma das lições mais profundas que aprendi é a importância de viver no presente.
No entanto, muitos de nós temos o hábito de nos apegar ao passado. Ruminamos sobre erros do passado, mágoas antigas ou oportunidades perdidas. Mas, ao fazê-lo, esquecemo-nos de viver o agora e roubamos-nos a paz interior.
Não se trata de ignorar o seu passado ou não planejar o seu futuro. É sobre não deixar que essas coisas controlem o seu presente.
O passado se foi e o futuro ainda não chegou. Tudo o que realmente temos é este momento.
Para encontrar a paz dentro de nós mesmos, devemos aprender a abandonar os arrependimentos do passado e as ansiedades futuras. Só então poderemos abraçar plenamente o presente e descobrir a paz que nele reside.
4) Multitarefa
No mundo moderno, a multitarefa é frequentemente celebrada. Somos elogiados por realizar malabarismos com várias tarefas ao mesmo tempo. Mas aqui está a verdade crua: a multitarefa rouba a paz.
A atenção plena nos ensina a estar totalmente presentes no que estamos fazendo. Mas com a multitarefa, nossa atenção fica dividida e acabamos não totalmente presentes em nada.
Quando alternamos constantemente entre tarefas, não estamos realmente presentes em nenhuma delas. Essa atenção dispersa pode levar ao estresse e a uma sensação geral de desconforto.
Então, se você não consegue se lembrar da última vez que se sentiu em paz consigo mesmo, talvez seja hora de dizer adeus à multitarefa.
Em vez disso, tente focar em uma tarefa de cada vez. Você ficará surpreso com a paz que vem simplesmente de estar presente.
5) Viver com um ego inchado
O próximo hábito é difícil de quebrar. É uma questão de ego – o sentimento inflado de auto-importância que pode criar uma barreira entre nós e a paz interior.
Eu mesmo lutei com isso. É fácil sermos apanhados pela pressão social para sermos os melhores, para estarmos sempre certos, para nos provarmos constantemente.
No meu livro, “Segredos Ocultos do Budismo: Como Viver com Impacto Máximo e Ego Mínimo”, me aprofundo nessa questão. Exploro como nosso ego muitas vezes pode nos desencaminhar, causando estresse, conflito e uma sensação geral de descontentamento.
Dominar seu ego não é tarefa fácil. Leva tempo e esforço consciente. Mas quando abandonamos a necessidade de estar sempre no controle, de estar sempre certos, abrimos a porta para a paz genuína.
Se você quiser saber mais sobre esse conceito, confira meu livro sobre Amazônia aqui.
Lembre-se, uma vida liderada pelo ego é uma vida longe da paz. Mas uma vida liderada pela atenção plena e pela compreensão? É aí que reside a verdadeira paz.
6) Evitar desconforto
Aqui está uma dura verdade: muitas vezes roubamos a nossa paz ao evitar o desconforto.
É natural querer ficar na nossa zona de conforto, para evitar situações que nos incomodem. Mas o budismo e a atenção plena nos ensinam o valor de enfrentar o desconforto de frente.
Essa sabedoria é especialmente relevante ao lidar com o desconforto. Em vez de fugirmos disso, deveríamos nos inclinar para isso. Muitas vezes é nesses momentos desconfortáveis que mais crescemos.
Evitar o desconforto só leva a mais desconforto no futuro. Enfrentar, compreender, aprender com isso – é assim que cultivamos a paz interior.
Portanto, se você tem o hábito de evitar desconfortos, considere este o seu sinal para começar a abraçá-lo. Pode não ser fácil, mas valerá a pena.
7) Pensar demais
Pensar demais é outro hábito que pode perturbar seriamente a nossa paz interior.
Todos nós já estivemos lá, presos em um ciclo interminável de pensamentos, obcecados com cada detalhe, imaginando todos os resultados possíveis. É exaustivo e raramente produtivo.
Pensar demais não resolve nossos problemas nem alivia nossas preocupações. Em vez disso, amplifica-os. Isso nos mantém presos em nossas cabeças, desconectados do momento presente.
Se você tem tendência a pensar demais, considere isso um apelo à ação. Comece a praticar a atenção plena, permita que sua mente descanse um pouco e permita-se abandonar pensamentos que não lhe servem.
Lembre-se de que a paz não é encontrada em descobrir tudo, mas em abrir mão de tudo que você acha que precisa descobrir.
8) Buscando felicidade constante
Isso pode parecer contra-intuitivo, mas a busca pela felicidade constante pode, na verdade, impedir a experiência da paz interior.
A atenção plena nos ensina a aceitar todas as nossas emoções, não apenas as positivas. Quando perseguimos a felicidade o tempo todo, acabamos rejeitando todo um espectro de outros sentimentos que fazem igualmente parte da experiência humana.
A vida sempre terá altos e baixos. Em vez de tentar controlar as ondas – buscando constantemente a felicidade e evitando o desconforto – a atenção plena nos ensina a surfar: a permanecer equilibrados e em paz em meio a todos os tipos de ondas emocionais.
Então, se você tem o hábito de buscar a felicidade constante, talvez seja hora de mudar sua abordagem. Abrace todas as emoções conforme elas vêm e vão. Nesta aceitação, você encontrará uma forma de paz mais profunda e sustentável.
Pensamentos finais
Encontrar a paz interior não significa acrescentar mais às nossas vidas, mas sim abandonar hábitos que não nos servem mais. Trata-se de abraçar o momento presente, aceitar-nos como somos e aprender a surfar as ondas da vida em vez de tentar controlá-las.
Se você achou este artigo útil e deseja se aprofundar em alguns desses conceitos, convido você a conferir meu livro, “Segredos Ocultos do Budismo: Como Viver com Impacto Máximo e Ego Mínimo”.
Oferece uma exploração mais profunda sobre como podemos viver de forma mais consciente e pacífica, compreendendo e domesticando nosso ego.
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