Há um grande contraste entre sentir-se verdadeiramente feliz e simplesmente seguir em frente.
A diferença? Muitas vezes, tudo se resume a hábitos.
Quando você está preso a padrões que não lhe servem, a felicidade pode parecer fora de alcance. Você pode nem perceber o que está impedindo você.
Como alguém que esteve lá e saiu do outro lado, posso dizer que muitas vezes é uma questão de desapego. Abandonar os hábitos que estão pesando sobre você.
Neste artigo, compartilharei alguns desses hábitos que podem estar entre você e sua felicidade.
E lembre-se, é sua escolha dizer adeus a eles.
1) Viver no passado ou no futuro
Muitos de nós somos culpados disso – insistir em erros do passado ou preocupar-nos constantemente com incertezas futuras.
Como especialista em mindfulness, posso afirmar que a prática de estar presente é uma ferramenta poderosa para a felicidade. Porém, o hábito de viver em qualquer lugar que não seja o momento presente é comum e é um ladrão de felicidade.
Viver no passado traz arrependimento e vergonha, enquanto a obsessão pelo futuro gera ansiedade e medo. Nenhum dos estados permite que você experimente plenamente a alegria e a paz disponíveis no momento presente.
Lembre-se, o passado já aconteceu e o futuro não está garantido. Tudo o que realmente temos é agora.
Se você mantém esse hábito, talvez seja hora de dizer adeus. Abrace a atenção plena e comece a viver o presente. Nem sempre é fácil, mas é uma jornada que vale a pena percorrer para a sua felicidade.
2) Perseguir a perfeição
Muitos de nós, inclusive eu, caímos na armadilha de perseguir a perfeição. Acreditamos que se conseguirmos fazer tudo “certo”, a felicidade virá em seguida.
Mas aqui está a verdade: a perfeição é uma ilusão.
Monge budista e mestre da atenção plena, Thich Nhat Hanh, disse melhor: “O momento presente é repleto de alegria e felicidade. Se você estiver atento, você verá.”
Perseguir a perfeição nos distrai da felicidade que já está presente em nossas vidas. Também nos leva a decepções constantes, pois o momento ou a conquista perfeita que esperamos nunca chega.
Abandonar a necessidade de que as coisas sejam perfeitas não significa contentar-se com menos. Significa apreciar o que é, em toda a sua glória imperfeita.
Então diga adeus à busca pela perfeição e olá à alegria do momento presente.
3) Ignorar a impermanência da vida
Uma das maiores barreiras para a felicidade é ignorar o verdade fundamental da impermanência.
Os ensinamentos budistas nos dizem que tudo na vida é transitório e em constante mudança. Isso inclui nossos sentimentos, pensamentos, corpos e até mesmo nosso senso de identidade.
No entanto, muitas vezes nos apegamos ao desejo de permanência. Resistimos à mudança, tememos a perda e ansiamos por segurança num mundo que é inerentemente incerto.
Esta resistência à realidade da impermanência pode trazer muito sofrimento e roubar-nos a nossa felicidade.
A verdade é que quando aceitamos plenamente o facto de que tudo muda, começamos a apreciar cada momento mais profundamente. Tornamo-nos mais presentes e gratos pelo que temos agora.
4) Negligenciar o autocuidado
Em nossas vidas ocupadas, é fácil colocar as necessidades dos outros antes das nossas.
Mas negligenciar o autocuidado é uma maneira infalível de esgotar sua felicidade. Não se pode servir de um copo vazio, como diz o ditado.
Praticar a atenção plena não envolve apenas estar presente no momento. Trata-se também de estarmos presentes conosco mesmos, reconhecendo nossas necessidades e tomando medidas para atendê-las.
O autocuidado não é egoísta. É necessário.
Trata-se de comer alimentos nutritivos, dormir o suficiente, manter-se ativo e reservar tempo para atividades que lhe tragam alegria.
Priorize o autocuidado e observe como seus níveis de felicidade aumentam.
5) Segurando seu ego
Todos nós temos um ego. É aquela parte de nós que quer estar certo, quer vencer e constantemente se compara aos outros.
Em minha jornada pessoal e por meio de extensa pesquisa para meu livro, “Segredos ocultos do budismo: como viver com impacto máximo e ego mínimo“Descobri que o apego ao ego muitas vezes atrapalha a verdadeira felicidade.
O ego se alimenta de comparação e competição. Mas a felicidade não é uma competição. Não se trata de ser melhor que os outros ou de ter mais.
A verdadeira felicidade vem da paz interior, da compaixão e de viver alinhado com seus valores – não de alimentar seu ego.
6) Deixar de praticar a gratidão
A gratidão é uma força poderosa, mas muitos de nós muitas vezes a ignoramos.
No mundo da atenção plena e do budismo, a gratidão ocupa um lugar especial. É visto como um caminho direto para cultivar a felicidade e o contentamento.
No entanto, muitos de nós estamos muito presos ao que nos falta, ao que queremos em seguida ou ao que os outros têm e nós não temos. Esse foco na falta e não na abundância pode levar a sentimentos de insatisfação e infelicidade.
A gratidão muda nosso foco do que está faltando em nossas vidas para valorizar o que já temos. Trata-se de reconhecer o que há de bom em nossas vidas e de reconhecer que a fonte dessa bondade muitas vezes está fora de nós mesmos.
Se você não tem o hábito de praticar a gratidão regularmente, talvez seja hora de começar. A gratidão não é boa apenas para a sua felicidade – é boa para a sua saúde mental geral.
7) Permitir que o diálogo interno negativo domine
Todos nós temos uma pequena voz em nossas cabeças, aquela que intervém com comentários e julgamentos não solicitados. Infelizmente, essa voz muitas vezes tende para a negatividade.
A conversa interna negativa pode ser extremamente prejudicial, enchendo nossas mentes com dúvidas, medos e críticas. É um hábito que pode diminuir muito a nossa felicidade.
A realidade é que nossos pensamentos nem sempre são verdadeiros. Muitas vezes são distorcidos por nossos preconceitos, medos e inseguranças.
Se você está constantemente se repreendendo ou duvidando do seu valor, é hora de desafiar isso conversa interna negativa.
Lembre-se, você não é seus pensamentos. Você tem o poder de mudar o seu diálogo interno e promover um relacionamento mais gentil consigo mesmo.
8) Sobrecarregar sua agenda
Em nossa cultura de ocupação, é fácil pensar que arrumar a agenda é a chave para o sucesso e a felicidade. Mas, na realidade, muitas vezes leva ao estresse e ao esgotamento.
A atenção plena nos ensina o valor da quietude e da presença. Isso nos lembra que correr constantemente de uma tarefa para outra deixa pouco espaço para descanso, reflexão e prazer genuíno.
Ao contrário da crença popular, mais nem sempre é melhor. Produtividade não significa apenas fazer mais; trata-se de fazer o que importa.
Se sua agenda está lotada e você se sente constantemente apressado, talvez seja hora de reavaliar. Simplifique sua agenda, reserve tempo para descanso e reflexão e priorize tarefas que realmente se alinhem com seus valores e lhe tragam alegria.
Abandonar hábitos que não servem à sua felicidade não é um processo noturno. É preciso tempo, paciência e autocompaixão. Mas cada pequeno passo que você dá o aproxima de uma vida de maior alegria e realização.
Se você estiver interessado em se aprofundar nos ensinamentos do Budismo e na atenção plena para aumentar sua felicidade, considere conferir meu livro “Segredos ocultos do budismo: como viver com impacto máximo e ego mínimo“. Está repleto de insights e exercícios práticos para ajudá-lo a viver com mais paz, propósito e alegria.
Um brinde à sua jornada de felicidade.
–Lachlan Brown.
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