A comunicação entre espécies não é algo que deve ocorrer apenas entre civilizações espaciais. Existem muitas espécies aqui em nosso planeta natal que se comunicam por meio de uma variedade de imagens, sons e cheiros. Estamos apenas começando a desvendar os segredos de como compreender e responder a esses tipos de línguas estrangeiras. Pesquisadores do Instituto SETI acham que isso pode ser um bom teste para saber se seremos capazes de nos comunicar com extraterrestres, caso tenhamos oportunidade.
Felizmente, existem muitas oportunidades para praticar. Uma das criaturas mais fascinantes com comunicação claramente discernível é a baleia jubarte. Eles são os favoritos tanto dos turistas quanto dos cientistas devido à sua relativa afinidade com os humanos, bem como às suas canções que podem viajar até 16.000 quilômetros pelas profundezas do oceano.
Estudá-los tem sido o ponto focal da equipe Whale-SETI do Instituto de Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI), da UC Davis e da Alaska Whale Foundation. Recentemente, publicaram um artigo detalhando um encontro com uma baleia em particular, conhecida como “Twain”.
Crédito – Canal do YouTube do Instituto SETI
Numa enxurrada de mensagens trocadas, os cientistas enviaram uma chamada de “contato” que chamou a atenção de Twain e o fez circular o barco por cerca de 20 minutos. Ele respondeu a cada explosão de som dos cientistas e combinou os intervalos de atraso entre os sons no que eles chamaram num comunicado de imprensa de “estilo conversacional”.
Embora os cientistas entendessem que estavam dizendo algo equivalente a “olá” para Twain quando ele chegou, isso foi o máximo que entenderam. Felizmente, existe uma teoria para isso – neste caso, uma teoria matemática chamada “teoria da informação”.
A disciplina foi desenvolvida inicialmente na década de 1940 pelo engenheiro elétrico Claude Shannon. Na teoria da informação, os sinais são analisados pela quantidade de informação que contêm, e essa informação pode ser correlacionada através de múltiplos sinais. Quando combinados com eventos do mundo real, os teóricos da linguagem pensam que podem ser capazes de extrair informações contidas nos sinais e correlacioná-las com esses eventos. Em essência, eles poderiam descobrir o que as baleias estão falando.
Crédito – Canal SeaKeepers no YouTube
Uma baleia circulando em um barco por 20 minutos e tendo o que parecia ser uma conversa agradável é apenas um breve passo nesse caminho. Como muitas tecnologias, construir um mecanismo de tradução exigiria muitos dados, que ainda poderiam estar errados. Infelizmente, as baleias provavelmente não serão capazes de nos corrigir se, de alguma forma, traduzirmos a palavra “peixe” por “foca”.
No entanto, esse pode não ser o caso das inteligências sobrenaturais. Os humanos, sem dúvida, tentariam fornecer feedback em qualquer diálogo com uma espécie exótica para garantir que não fossem mal compreendidos. Então é como se eles quisessem nos corrigir também. Mas, até encontrarmos um parceiro de diálogo, muitas espécies aqui na Terra poderão querer falar connosco. Só não sabemos como ainda.
Saber mais:
Instituto SETI – Whale-SETI: Encontro inovador com baleias jubarte revela potencial para comunicação de inteligência não-humana
B. McCowan et al. – Reprodução bioacústica interativa como ferramenta para detectar e explorar inteligência não humana: conversando com uma baleia jubarte do Alasca
UT – Comunicando-se através do Cosmos, Parte 1: Gritando na Escuridão
UT – Astrônomos apresentam uma nova mensagem para que os alienígenas saibam que estamos aqui
Imagem principal:
Baleia jubarte