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Triste Fim De Policarpo Quaresma De Lima Barreto É?

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Qual é o tema principal da obra Triste Fim de Policarpo Quaresma

Triste fim de Policarpo Quaresma: contexto histórico – Por meio de circunstâncias ou fatos a obra é contextualizada, ou seja, é indicada a época em que a história transcorre. A indicação pode ser feita através de cenário político, cultural, social e/ou econômico.

A história contada aconteceu durante o governo de Marechal Floriano Peixoto que ficou conhecido como Marechal de Ferro devido ao seu rigor. Nessa obra há referências à Revolta da Armada, uma rebelião realizada pela Marinha do Brasil. O objetivo era se opor aos dois primeiros governos republicanos do país que tinham características de ditadura.

O primeiro presidente foi o Marechal Deodoro da Fonseca, em seguida houve o governo do Marechal Floriano Peixoto. Também há críticas a questões como a troca de favores entre políticas, burocracia e injustiças sociais. Triste Fim de Policarpo Quaresma é uma importante obra da literatura brasileira! : O que fala o livro Triste Fim de Policarpo Quaresma? – Hexag Medicina

Em que Pessoa é narrado o romance Triste Fim de Policarpo Quaresma?

Triste fim de Policarpo Quaresma (resumo) Sinopse Obra prima de Lima Barreto, este romance Pré-Modernista narra a bem-humorada tragédia de Policarpo Quaresma, personagem dominado pelo ideal do amor à pátria brasileira. A história se passa no Rio de Janeiro, no final do século XIX, durante o governo de Floriano Peixoto, o “Marechal de Ferro”, segundo presidente da nossa república.

  • Pode-se dizer que Policarpo é um Dom Quixote à brasileira: um sujeito que ama a leitura e vive em um mundo de sonhos, obcecado por ideais que desconsideram a realidade que o cerca.
  • O livro é dividido em três partes e cada uma delas aborda um dos ambiciosos projetos do Major Quaresma, sempre devotados à grandeza da nossa nação.

Na primeira parte, Quaresma se debruça sobre a área cultural e propõe à Câmara dos Deputados que o Brasil adote o Tupi-Guarani como língua oficial. O desfecho dessa proposta é o hospício, onde Quaresma é internado. Na segunda parte, após receber alta do sanatório, ele compra um sítio fora da Capital e se lança à aventura da agricultura.

Acredita que as terras brasileiras são as mais férteis do mundo e que, com seu exemplo, promoverá o desenvolvimento econômico do país. Derrotado pelas saúvas, decide tomar parte na política, apoiando o governo de Floriano, que enfrenta uma grave rebelião. Na terceira parte do livro, convencido de que somente um governo forte, com mãos de ferro, poderá livrar o Brasil dos obstáculos que impedem seu pleno desenvolvimento, a história termina melancolicamente, com a injusta prisão de Policarpo por “traição à pátria”.

Publicado originalmente como folhetim no Jornal do Commercio, em 1911, Triste fim de Policarpo Quaresma só foi editado em livro quase cinco anos depois, às custas do próprio autor. O romance é narrado em terceira pessoa e deixa o leitor livre para julgar e adotar o seu próprio partido.

  • Assim, podemos sentir pena da ingenuidade de Quaresma ao mesmo tempo em que achamos graça de seus projetos esquisitos.
  • O título antecipa o desfecho infeliz: Policarpo, que acreditava cegamente na pátria, é preso como traidor.
  • Quaresma conclui ter desperdiçado sua vida ao perseguir em vão sonhos e quimeras.

Afinal, a “pátria” pela qual ele tanto se empenhara, nunca havia existido realmente. Sua morte no cárcere fica subentendida. Resumo da história Policarpo Quaresma é um diligente funcionário público, solteiro, de meia idade, morador do subúrbio carioca, onde vive em casa própria com a irmã, também solteira.

Cordial, pacato, metódico, extremamente pontual em sua rotina, Quaresma vive rodeado por livros sobre todo e qualquer assunto que esteja relacionado ao Brasil. Embora respeitado pela vizinhança, por sua condição relativamente “abastada” de funcionário público, é incompreendido por seus hábitos discretos e seu gosto pela leitura.

Os vizinhos, os colegas de trabalho e até mesmo a irmã de Quaresma, Adelaide, acham estranho que alguém sem formação universitária goste tanto de livros. Policarpo, porém, segue impassível com seus projetos, indiferente à incompreensão das pessoas. Nada ambicioso, ele é avesso tanto à autopromoção quanto às fofocas, sendo movido quase que exclusivamente por um profundo sentimento de amor à Pátria.

  1. E é esse amor incondicional à Pátria que o leva a promover a “verdadeira cultura brasileira”.
  2. Então, ele passa a tomar aulas de violão com o renomado menestrel Ricardo Coração dos Outros, indiferente ao espanto que provoca nos vizinhos ao demonstrar gosto por um instrumento tão vulgar.
  3. O violeiro, porém, encanta a vizinhança com suas modinhas e passa a frequentar a casa do General Albernaz, vizinho de Policarpo.

O general, movido pelo desejo de casar suas filhas, vê nas modinhas de Coração dos Outros uma oportunidade para atrair bons partidos à sua casa. É com essa perspectiva que Albernaz decide promover um resgate das canções tradicionais brasileiras, para animar uma festa em sua residência.

  • Para tanto, ele conta com o apoio entusiasmado de Quaresma, que vislumbra a possibilidade de incentivar o gosto pela “nossa cultura” entre seus pares.
  • Depois de uma conversa infrutífera com uma pobre e velha ex-escrava de Albernaz, Maria Rita, eles conhecem um decadente poeta que coleciona danças, canções e histórias populares.

Animados, montam a apresentação do “Tangolomango” na festa do general, número apresentado a eles pelo velho estudioso. Entretanto, Policarpo descobre que essa canção é de origem europeia, como aliás a maioria dos contos, canções e danças tradicionais que circulam em meio à nossa gente.

  1. A frustração não demove nosso obstinado herói.
  2. Ao contrário, Policarpo dedica-se à identificação das tradições genuinamente brasileiras.
  3. Seguindo por esse caminho, propõe à Câmara dos Deputados um projeto para transformar o Tupi-Guarani em língua oficial do Brasil.
  4. Essa petição vira motivo de chacota na imprensa, alcançando enorme repercussão.

Sua vida, de pacata, torna-se um inferno e, em meio ao bullying dos colegas e à perseguição da imprensa, sofre um colapso nervoso e termina internado em um hospício. Sua recuperação é lenta e melancólica. No hospital psiquiátrico, recebe a visita de poucos amigos, como sua afilhada, Olga, e Ricardo Coração dos Outros.

Uma vez recuperado, decide mudar-se para um sítio afastado do Rio de Janeiro: o sítio do Sossego. Começa aí a segunda parte do livro. No Sossego, Policarpo não abandona seus ideais nacionalistas. Ao contrário, apesar de frustrados seus projetos culturais, lança-se com afinco à agricultura, animado pela ideia de produzir seu próprio alimento e, até, obter algum lucro com o cultivo do solo “mais feraz do mundo”.

Mais do que a ambição do dinheiro, ele é movido pela crença de que, com seu exemplo, ajudará a promover a grandeza da Pátria e a felicidade da nação. Seu projeto agrícola, porém, encontra diversas barreiras, como a política local, que o arrasta para uma disputa entre caciques políticos rivais, impondo-lhe dificuldades depois que declina de uma proposta indecorosa do presidente da Câmara Municipal, Doutor Campos.

  • Além disso, formigas devoram sem clemência suas hortas e seus pomares, mostrando-se um inimigo tenaz e organizado.
  • Por fim, Policarpo se depara como barreiras logísticas e comerciais, que lhe impõem elevados custos e transformam em irrisórios seus lucros.
  • Policarpo conclui, então, que uma ação política faz-se necessária, para que a nação possa desenvolver plenamente seu potencial.

Assim, informado sobre a revolta de parte da Marinha contra Floriano Peixoto, no Rio de Janeiro, coloca-se imediatamente à disposição do ditador, imaginando que o Marechal, ao se consolidar em um governo forte, terá condições de promover as mudanças que o país tanto necessita.

Começa, assim, a terceira e última parte do romance. Quaresma envia um telegrama a Floriano Peixoto e volta à capital, onde integra o batalhão patriótico Cruzeiro do Sul, sob o comando do Tenente-Coronel Bustamente (antigo Major). Quaresma é efetivado no posto de Major, título pelo qual sempre fora conhecido, embora nunca o tivesse ocupado oficialmente.

Policarpo havia redigido um documento, no qual expunha em detalhes as reformas e ações necessárias para o pleno desenvolvimento do país. Ele chega a entregar o manuscrito nas mãos do próprio Floriano, mas vê sua crença na capacidade (e interesse) do Marechal em encabeçar tais reformas esvair-se paulatinamente.

  1. Primeiro o ditador rasga um pedaço da capa de seu trabalho para enviar um bilhete a outro comandante, na sua frente, desculpando-se protocolarmente em seguida.
  2. Depois, em visita ao batalhão Cruzeiro do Sul, o Marechal deixa claro que não tem a intenção de seguir as recomendações de seu documento, chamando Quaresma de “visionário”.

Sua frustração com o regime aumenta ainda mais depois que Policarpo participa do sangrento combate que põe fim à revolta. Depois da vitória, Quaresma é designado para o cargo de carcereiro, onde testemunha as injustiças que são infligidas aos derrotados, em sua maioria pobres e de baixa patente.

Sem conseguir se conter, Policarpo denuncia tais vilanias em carta dirigida ao Presidente, mas termina preso por traição. No cárcere, Quaresma remói seu passado e reavalia suas convicções. Enquanto aguarda seu triste fim em um escuro e abjeto calabouço, seu amigo Ricardo e sua afilhada Olga tentam libertá-lo, mas não encontram apoio entre os demais “amigos” do Major, receosos de se indisporem contra o regime.

Termina assim a triste saga (e os dias) desse modesto herói nacionalista. Personagens Policarpo Quaresma: personagem principal, é nacionalista, idealista e ingênuo. Íntegro, discreto, cordial e estudioso, é incapaz de perceber os movimentos mesquinhos e egoístas que o cercam, ao mesmo tempo em que devota cega paixão à “Pátria”.

Adelaide: irmã de Policarpo, mora com ele e o acompanha ao longo de toda história. Mais pragmática que o irmão, é incapaz de compreender as motivações dele. Ricardo Coração dos Outros: trovador, foi professor de violão de Policarpo Quaresma. Torna-se seu amigo e compartilha com Policarpo o gosto pelas canções populares.

Fiel até o último momento, busca ajuda para tentar libertar o major quando este é preso. Olga: afilhada de Policarpo, é inteligente e possui uma relação de carinho com o padrinho. Casa-se por obrigação (ou por preguiça) com Armando Borges, a quem ela passa a desprezar, embora mantenha o casamento, convencida de que os homens são todos iguais.

Olga, junto com Ricardo e Coleoni, seu pai, são os verdadeiros amigos de Quaresma. Vicente Coleoni: pai de Olga, é um imigrante italiano grato a Policarpo por este ter-lhe emprestado dinheiro em um momento de dificuldade de seu passado. Armando Borges: marido de Olga, é um homem ambicioso e superficial.

Apesar de formado em Medicina, percebe-se logo que ele não é movido pelos estudos e nem pela leitura, muito menos pelo desejo de ajudar o próximo. General Albernaz: vizinho de Quaresma, embora sempre se refira à guerra do Paraguai, nunca participou de uma só batalha.

  • Sua principal preocupação é casar as cinco filhas e garantir os proventos necessários ao luxo da família.
  • Ismênia: uma das filhas de Albernaz, tem um noivado de cinco anos frustrado pelo sumiço de seu noivo.
  • Obcecada pela ideia de casar-se, a jovem fica louca e adoece.
  • Ao morrer, é enterrada com seu vestido de noiva, conforme seu desejo.

Almirante Caldas: amigo de Albernaz, costuma discutir questões de promoção e de proventos com o general. Assim como Albernaz, cita muitas batalhas, sem nunca ter participado de nenhuma. Genelício: jovem “promissor”, em ascensão na carreira pública, é um bajulador, cheio de artimanhas para agradar aos chefes e subir de cargo.

  1. Alcança, assim, altas posições como empregado do Tesouro e torna-se genro do General Albernaz.
  2. Major Bustamante: amigo de Caldas e de Albernaz, o militar engrossa o coro de altas patentes pouco afeitas ao combate.
  3. Promovido a Tenente-Coronel durante a revolta da Marinha, comanda o batalhão Cruzeiro do Sul, onde Quaresma serve, mas prefere dedicar-se com esmero à escrituração dos livros e aos controles burocráticos.

Maria Rita: idosa pobre, ex-escrava, trabalhou na casa de Albernaz há muitos. É procurada por ele e por Quaresma, em busca de cantigas populares brasileiras. Felizardo: fiel servo de Policarpo, muda-se com ele para o sítio do Sossego, ajudando-o na lida da terra.

Doutor Campos: presidente da Câmara de Curuzu, município onde se situa o sítio do Sossego, tenta corromper Quaresma que, ao se recusar, passa a ser tratado como inimigo político. Marechal Floriano: presidente do Brasil de 1891 a 1894, conduz o governo em meio a uma revolta que pede a sua deposição. Recebe Quaresma pessoalmente e o trata com cordialidade, mas despreza o manuscrito em que Policarpo apresenta propostas para o desenvolvimento do Brasil.

: Triste fim de Policarpo Quaresma (resumo)

Qual foi o crime de Policarpo Quaresma?

Policarpo Quaresma não se suicidou; ele foi condenado à morte, acusado de traição ao governo de Floriano Peixoto.

Qual é a principal característica de Policarpo Quaresma?

Questões de vestibular – 1, (PUC) Da personagem que dá título ao romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, podemos afirmar que: a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas brasileiras. b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira.

  1. C) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte injustamente por valores que defendia.
  2. D) foi considerado traidor da pátria, porque participou da conspiração contra Floriano Peixoto.
  3. E) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam.

Ver Resposta Alternativa correta: c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte injustamente por valores que defendia. a) ERRADA. Policarpo Quaresma sempre foi um estudioso, principalmente no que diz respeito à cultura brasileira.

Prova disso era o seu afinco e interesse nos estudos da língua tupi. Além disso, Policarpo se dedicou a estudar os costumes tupinambás e a aprender a tocar violão (atribuía a esse instrumento valores nacionais), e também maracá e inúbia (instrumentos indígenas). b) ERRADA. Policarpo Quaresma não se suicidou; ele foi condenado à morte, acusado de traição ao governo de Floriano Peixoto.

c) CORRETA. Policarpo Quaresma era um grande patriota. Foi um cidadão que sempre valorizou e lutou pela cultura brasileira, chegando, inclusive, a defender que o tupi-guarani se tornasse o idioma oficial do país. Após a Guerra da Armada, Policarpo foi designado como carcereiro da prisão dos marinheiros insurgentes.

Certa noite uma escolta escolheu alguns prisioneiros aleatoriamente para serem fuzilados. Policarpo decidiu denunciar o ocorrido ao presidente Floriano Peixoto. Foi então acusado de traição e condenado à morte. d) ERRADA. Policarpo não participou de nenhuma conspiração contra Floriano Peixoto. Foi acusado de traição, pois enquanto carcereiro da prisão dos marinheiros insurgentes, presenciou o fato de alguns prisioneiros terem sido escolhidos aleatoriamente para serem fuzilados.

Policarpo decidiu denunciar o ocorrido ao presidente Floriano Peixoto. Foi então acusado de traição e condenado à morte. e) ERRADA. Policarpo Quaresma não era louco. Ele foi considerado louco (e chegou, inclusive, a ser internado em um manicômio) quando sugeriu ao presidente Floriano Peixoto que o tupi-guarani passasse a ser o idioma oficial do Brasil.2,

  • Fuvest) No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, o nacionalismo exaltado e delirante da personagem principal motiva seu engajamento em três diferentes projetos, que objetivam “reformar” o país.
  • Esses projetos visam, sucessivamente, aos seguintes setores da vida nacional: a) escolar, agrícola e militar; b) linguístico, industrial e militar; c) cultural, agrícola e político; d) linguístico, político e militar; e) cultura, industrial e político.

Ver Resposta Alternativa correta: c) cultural, agrícola e político; a) ERRADA. Das opções apresentadas nesta alternativa, Policarpo apenas foi engajado na questão agrícola, pois queria provar que o Brasil era um país de terras férteis. b) ERRADA. Das opções apresentadas nesta alternativa, o único engajamento de Policarpo foi no aspecto linguístico, tendo em conta a sua dedicação em estudar o idioma tupi-guarani, chegando a defender que ele fosse oficializado como idioma oficial do Brasil.

  • C) CORRETA.
  • Policarpo lutou para que o idioma tupi-guarani fosse reconhecido como idioma oficial do Brasil.
  • No que diz respeito aos aspectos agrícola e político, ele se empenhou na valorização das terras brasileiras enquanto férteis para o cultivo, e se mostrou favorável a uma reforma política, de modo a acabar com a corrupção.

d) ERRADA. Das opções apresentadas nesta alternativa, o único engajamento de Policarpo foi no aspecto linguístico, tendo em conta a sua dedicação em estudar o idioma tupi-guarani, chegando a defender que ele fosse oficializado como idioma oficial do Brasil.

E) ERRADA. Das opções apresentadas nesta alternativa, o único engajamento de Policarpo foi nos aspectos cultural e político. O personagem sempre valorizou a cultura brasileira. Ele se interessou, inclusive, por aprender a tocar alguns instrumentos musicais indígenas e defendeu que o idioma tupi-guarani fosse oficializado como idioma oficial do Brasil.

No que diz respeito à política, era a favor de uma reforma que extinguisse a corrupção.3, (Enem-2012) Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem.

Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada. O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das coisas do tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas. Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma! O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura.

Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção.

  1. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções.
  2. A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete.
  3. BARRETO, L.
  4. Triste fim de Policarpo Quaresma,
  5. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br.
  6. Acesso em: 8 nov.2011.
  7. O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911.

No fragmento destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de suas iniciativas patrióticas evidencia que: a) a dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira levou-o a estudar inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país.

B) a curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de prosperidade e democracia que o personagem encontra no contexto republicano. c) a construção de uma pátria a partir de elemento míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica.

d) a propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de decepção e desistência de Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em seu gabinete. e) a certeza da fertilidade da terra e da produção agrícola incondicional faz parte de um projeto ideológico salvacionista, tal como foi difundido na época do autor.

  • Ver Resposta Alternativa correta: c) a construção de uma pátria a partir de elementos míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica.
  • A) ERRADA.
  • O fragmento não evidencia que os estudos de Policarpo tenham possibilitado a ele uma visão mais ampla de seu país.

Na verdade, o trecho mostra que todas as suas iniciativas patrióticas foram frustradas e, por isso, de nada adiantaram tais estudos. b) ERRADA. O fragmento apresentado não faz nenhuma afirmação que indique que a curiosidade em relação aos nomes dos heróis tenha levado Policarpo ao ideal de prosperidade e democracia.

c) CORRETA. Policarpo passou boa parte da vida dedicado a estudar a sua pátria, pois entendia que assim poderia contribuir para um país próspero e ideal. No entanto, o fragmento mostra que sua ideologia fora construída com base em informações que não tinham comprovação prática, o que resultou em um grande sentimento de frustração a partir do momento em que ele se conscientizou da não concretização de tal ideologia.

d) ERRADA. O fragmento mostra que a frustração de Policarpo acontece por conta da conscientização de que a pátria que ele gostaria de ter era, na verdade, um mito. O Brasil idealizado por Policarpo em nada se assemelhava ao Brasil real. e) ERRADA. No fragmento apresentado, a reação do personagem relativamente à agricultura evidencia a decepção de Policarpo ao constatar que a terra não era assim tão fértil e que a agricultura não era tão fácil quanto diziam os livros.

A Linguagem do Pré-modernismo: contexto histórico, características, autores e obras Os sertões, de Euclides da Cunha: resumo e estrutura da obra Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa (personagens, resumo e trechos da obra) O Quinze: personagens, análise e trechos da obra

Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e gestão de conteúdos on-line.

Porque Policarpo Quaresma foi condenado à morte

Questões de vestibular – 1, (PUC) Da personagem que dá título ao romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, podemos afirmar que: a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas brasileiras. b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira.

c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte injustamente por valores que defendia. d) foi considerado traidor da pátria, porque participou da conspiração contra Floriano Peixoto. e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam.

Ver Resposta Alternativa correta: c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte injustamente por valores que defendia. a) ERRADA. Policarpo Quaresma sempre foi um estudioso, principalmente no que diz respeito à cultura brasileira.

  1. Prova disso era o seu afinco e interesse nos estudos da língua tupi.
  2. Além disso, Policarpo se dedicou a estudar os costumes tupinambás e a aprender a tocar violão (atribuía a esse instrumento valores nacionais), e também maracá e inúbia (instrumentos indígenas).
  3. B) ERRADA.
  4. Policarpo Quaresma não se suicidou; ele foi condenado à morte, acusado de traição ao governo de Floriano Peixoto.

c) CORRETA. Policarpo Quaresma era um grande patriota. Foi um cidadão que sempre valorizou e lutou pela cultura brasileira, chegando, inclusive, a defender que o tupi-guarani se tornasse o idioma oficial do país. Após a Guerra da Armada, Policarpo foi designado como carcereiro da prisão dos marinheiros insurgentes.

Certa noite uma escolta escolheu alguns prisioneiros aleatoriamente para serem fuzilados. Policarpo decidiu denunciar o ocorrido ao presidente Floriano Peixoto. Foi então acusado de traição e condenado à morte. d) ERRADA. Policarpo não participou de nenhuma conspiração contra Floriano Peixoto. Foi acusado de traição, pois enquanto carcereiro da prisão dos marinheiros insurgentes, presenciou o fato de alguns prisioneiros terem sido escolhidos aleatoriamente para serem fuzilados.

Policarpo decidiu denunciar o ocorrido ao presidente Floriano Peixoto. Foi então acusado de traição e condenado à morte. e) ERRADA. Policarpo Quaresma não era louco. Ele foi considerado louco (e chegou, inclusive, a ser internado em um manicômio) quando sugeriu ao presidente Floriano Peixoto que o tupi-guarani passasse a ser o idioma oficial do Brasil.2,

  1. Fuvest) No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, o nacionalismo exaltado e delirante da personagem principal motiva seu engajamento em três diferentes projetos, que objetivam “reformar” o país.
  2. Esses projetos visam, sucessivamente, aos seguintes setores da vida nacional: a) escolar, agrícola e militar; b) linguístico, industrial e militar; c) cultural, agrícola e político; d) linguístico, político e militar; e) cultura, industrial e político.

Ver Resposta Alternativa correta: c) cultural, agrícola e político; a) ERRADA. Das opções apresentadas nesta alternativa, Policarpo apenas foi engajado na questão agrícola, pois queria provar que o Brasil era um país de terras férteis. b) ERRADA. Das opções apresentadas nesta alternativa, o único engajamento de Policarpo foi no aspecto linguístico, tendo em conta a sua dedicação em estudar o idioma tupi-guarani, chegando a defender que ele fosse oficializado como idioma oficial do Brasil.

c) CORRETA. Policarpo lutou para que o idioma tupi-guarani fosse reconhecido como idioma oficial do Brasil. No que diz respeito aos aspectos agrícola e político, ele se empenhou na valorização das terras brasileiras enquanto férteis para o cultivo, e se mostrou favorável a uma reforma política, de modo a acabar com a corrupção.

d) ERRADA. Das opções apresentadas nesta alternativa, o único engajamento de Policarpo foi no aspecto linguístico, tendo em conta a sua dedicação em estudar o idioma tupi-guarani, chegando a defender que ele fosse oficializado como idioma oficial do Brasil.

E) ERRADA. Das opções apresentadas nesta alternativa, o único engajamento de Policarpo foi nos aspectos cultural e político. O personagem sempre valorizou a cultura brasileira. Ele se interessou, inclusive, por aprender a tocar alguns instrumentos musicais indígenas e defendeu que o idioma tupi-guarani fosse oficializado como idioma oficial do Brasil.

No que diz respeito à política, era a favor de uma reforma que extinguisse a corrupção.3, (Enem-2012) Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem.

  • Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada.
  • O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não.
  • Lembrou-se das coisas do tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas.
  • Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma! O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura.

Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção.

  • A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções.
  • A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete.
  • BARRETO, L.
  • Triste fim de Policarpo Quaresma,
  • Disponível em: www.dominiopublico.gov.br.
  • Acesso em: 8 nov.2011.
  • O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911.

No fragmento destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de suas iniciativas patrióticas evidencia que: a) a dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira levou-o a estudar inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país.

  1. B) a curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de prosperidade e democracia que o personagem encontra no contexto republicano.
  2. C) a construção de uma pátria a partir de elemento míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica.

d) a propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de decepção e desistência de Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em seu gabinete. e) a certeza da fertilidade da terra e da produção agrícola incondicional faz parte de um projeto ideológico salvacionista, tal como foi difundido na época do autor.

Ver Resposta Alternativa correta: c) a construção de uma pátria a partir de elementos míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica. a) ERRADA. O fragmento não evidencia que os estudos de Policarpo tenham possibilitado a ele uma visão mais ampla de seu país.

Na verdade, o trecho mostra que todas as suas iniciativas patrióticas foram frustradas e, por isso, de nada adiantaram tais estudos. b) ERRADA. O fragmento apresentado não faz nenhuma afirmação que indique que a curiosidade em relação aos nomes dos heróis tenha levado Policarpo ao ideal de prosperidade e democracia.

  • C) CORRETA.
  • Policarpo passou boa parte da vida dedicado a estudar a sua pátria, pois entendia que assim poderia contribuir para um país próspero e ideal.
  • No entanto, o fragmento mostra que sua ideologia fora construída com base em informações que não tinham comprovação prática, o que resultou em um grande sentimento de frustração a partir do momento em que ele se conscientizou da não concretização de tal ideologia.

d) ERRADA. O fragmento mostra que a frustração de Policarpo acontece por conta da conscientização de que a pátria que ele gostaria de ter era, na verdade, um mito. O Brasil idealizado por Policarpo em nada se assemelhava ao Brasil real. e) ERRADA. No fragmento apresentado, a reação do personagem relativamente à agricultura evidencia a decepção de Policarpo ao constatar que a terra não era assim tão fértil e que a agricultura não era tão fácil quanto diziam os livros.

A Linguagem do Pré-modernismo: contexto histórico, características, autores e obras Os sertões, de Euclides da Cunha: resumo e estrutura da obra Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa (personagens, resumo e trechos da obra) O Quinze: personagens, análise e trechos da obra

Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e gestão de conteúdos on-line.

Qual personagem de Triste Fim

Filme baseado na obra Triste fim de Policarpo Quaresma – O clássico da literatura ganhou uma versão cinematográfica em 1998. Intitulado ” Policarpo Quaresma, Herói do Brasil “, o longa-metragem é uma comédia baseada na obra de Barreto. O roteiro foi adaptado por Alcione Araújo e teve como diretor Paulo Thiago.

Quem era o inimigo de Policarpo Quaresma?

Triste fim de Policarpo Quaresma (resumo) Sinopse Obra prima de Lima Barreto, este romance Pré-Modernista narra a bem-humorada tragédia de Policarpo Quaresma, personagem dominado pelo ideal do amor à pátria brasileira. A história se passa no Rio de Janeiro, no final do século XIX, durante o governo de Floriano Peixoto, o “Marechal de Ferro”, segundo presidente da nossa república.

Pode-se dizer que Policarpo é um Dom Quixote à brasileira: um sujeito que ama a leitura e vive em um mundo de sonhos, obcecado por ideais que desconsideram a realidade que o cerca. O livro é dividido em três partes e cada uma delas aborda um dos ambiciosos projetos do Major Quaresma, sempre devotados à grandeza da nossa nação.

Na primeira parte, Quaresma se debruça sobre a área cultural e propõe à Câmara dos Deputados que o Brasil adote o Tupi-Guarani como língua oficial. O desfecho dessa proposta é o hospício, onde Quaresma é internado. Na segunda parte, após receber alta do sanatório, ele compra um sítio fora da Capital e se lança à aventura da agricultura.

Acredita que as terras brasileiras são as mais férteis do mundo e que, com seu exemplo, promoverá o desenvolvimento econômico do país. Derrotado pelas saúvas, decide tomar parte na política, apoiando o governo de Floriano, que enfrenta uma grave rebelião. Na terceira parte do livro, convencido de que somente um governo forte, com mãos de ferro, poderá livrar o Brasil dos obstáculos que impedem seu pleno desenvolvimento, a história termina melancolicamente, com a injusta prisão de Policarpo por “traição à pátria”.

Publicado originalmente como folhetim no Jornal do Commercio, em 1911, Triste fim de Policarpo Quaresma só foi editado em livro quase cinco anos depois, às custas do próprio autor. O romance é narrado em terceira pessoa e deixa o leitor livre para julgar e adotar o seu próprio partido.

Assim, podemos sentir pena da ingenuidade de Quaresma ao mesmo tempo em que achamos graça de seus projetos esquisitos. O título antecipa o desfecho infeliz: Policarpo, que acreditava cegamente na pátria, é preso como traidor. Quaresma conclui ter desperdiçado sua vida ao perseguir em vão sonhos e quimeras.

Afinal, a “pátria” pela qual ele tanto se empenhara, nunca havia existido realmente. Sua morte no cárcere fica subentendida. Resumo da história Policarpo Quaresma é um diligente funcionário público, solteiro, de meia idade, morador do subúrbio carioca, onde vive em casa própria com a irmã, também solteira.

Cordial, pacato, metódico, extremamente pontual em sua rotina, Quaresma vive rodeado por livros sobre todo e qualquer assunto que esteja relacionado ao Brasil. Embora respeitado pela vizinhança, por sua condição relativamente “abastada” de funcionário público, é incompreendido por seus hábitos discretos e seu gosto pela leitura.

Os vizinhos, os colegas de trabalho e até mesmo a irmã de Quaresma, Adelaide, acham estranho que alguém sem formação universitária goste tanto de livros. Policarpo, porém, segue impassível com seus projetos, indiferente à incompreensão das pessoas. Nada ambicioso, ele é avesso tanto à autopromoção quanto às fofocas, sendo movido quase que exclusivamente por um profundo sentimento de amor à Pátria.

  1. E é esse amor incondicional à Pátria que o leva a promover a “verdadeira cultura brasileira”.
  2. Então, ele passa a tomar aulas de violão com o renomado menestrel Ricardo Coração dos Outros, indiferente ao espanto que provoca nos vizinhos ao demonstrar gosto por um instrumento tão vulgar.
  3. O violeiro, porém, encanta a vizinhança com suas modinhas e passa a frequentar a casa do General Albernaz, vizinho de Policarpo.

O general, movido pelo desejo de casar suas filhas, vê nas modinhas de Coração dos Outros uma oportunidade para atrair bons partidos à sua casa. É com essa perspectiva que Albernaz decide promover um resgate das canções tradicionais brasileiras, para animar uma festa em sua residência.

Para tanto, ele conta com o apoio entusiasmado de Quaresma, que vislumbra a possibilidade de incentivar o gosto pela “nossa cultura” entre seus pares. Depois de uma conversa infrutífera com uma pobre e velha ex-escrava de Albernaz, Maria Rita, eles conhecem um decadente poeta que coleciona danças, canções e histórias populares.

Animados, montam a apresentação do “Tangolomango” na festa do general, número apresentado a eles pelo velho estudioso. Entretanto, Policarpo descobre que essa canção é de origem europeia, como aliás a maioria dos contos, canções e danças tradicionais que circulam em meio à nossa gente.

  1. A frustração não demove nosso obstinado herói.
  2. Ao contrário, Policarpo dedica-se à identificação das tradições genuinamente brasileiras.
  3. Seguindo por esse caminho, propõe à Câmara dos Deputados um projeto para transformar o Tupi-Guarani em língua oficial do Brasil.
  4. Essa petição vira motivo de chacota na imprensa, alcançando enorme repercussão.

Sua vida, de pacata, torna-se um inferno e, em meio ao bullying dos colegas e à perseguição da imprensa, sofre um colapso nervoso e termina internado em um hospício. Sua recuperação é lenta e melancólica. No hospital psiquiátrico, recebe a visita de poucos amigos, como sua afilhada, Olga, e Ricardo Coração dos Outros.

Uma vez recuperado, decide mudar-se para um sítio afastado do Rio de Janeiro: o sítio do Sossego. Começa aí a segunda parte do livro. No Sossego, Policarpo não abandona seus ideais nacionalistas. Ao contrário, apesar de frustrados seus projetos culturais, lança-se com afinco à agricultura, animado pela ideia de produzir seu próprio alimento e, até, obter algum lucro com o cultivo do solo “mais feraz do mundo”.

Mais do que a ambição do dinheiro, ele é movido pela crença de que, com seu exemplo, ajudará a promover a grandeza da Pátria e a felicidade da nação. Seu projeto agrícola, porém, encontra diversas barreiras, como a política local, que o arrasta para uma disputa entre caciques políticos rivais, impondo-lhe dificuldades depois que declina de uma proposta indecorosa do presidente da Câmara Municipal, Doutor Campos.

  1. Além disso, formigas devoram sem clemência suas hortas e seus pomares, mostrando-se um inimigo tenaz e organizado.
  2. Por fim, Policarpo se depara como barreiras logísticas e comerciais, que lhe impõem elevados custos e transformam em irrisórios seus lucros.
  3. Policarpo conclui, então, que uma ação política faz-se necessária, para que a nação possa desenvolver plenamente seu potencial.

Assim, informado sobre a revolta de parte da Marinha contra Floriano Peixoto, no Rio de Janeiro, coloca-se imediatamente à disposição do ditador, imaginando que o Marechal, ao se consolidar em um governo forte, terá condições de promover as mudanças que o país tanto necessita.

Começa, assim, a terceira e última parte do romance. Quaresma envia um telegrama a Floriano Peixoto e volta à capital, onde integra o batalhão patriótico Cruzeiro do Sul, sob o comando do Tenente-Coronel Bustamente (antigo Major). Quaresma é efetivado no posto de Major, título pelo qual sempre fora conhecido, embora nunca o tivesse ocupado oficialmente.

Policarpo havia redigido um documento, no qual expunha em detalhes as reformas e ações necessárias para o pleno desenvolvimento do país. Ele chega a entregar o manuscrito nas mãos do próprio Floriano, mas vê sua crença na capacidade (e interesse) do Marechal em encabeçar tais reformas esvair-se paulatinamente.

  1. Primeiro o ditador rasga um pedaço da capa de seu trabalho para enviar um bilhete a outro comandante, na sua frente, desculpando-se protocolarmente em seguida.
  2. Depois, em visita ao batalhão Cruzeiro do Sul, o Marechal deixa claro que não tem a intenção de seguir as recomendações de seu documento, chamando Quaresma de “visionário”.

Sua frustração com o regime aumenta ainda mais depois que Policarpo participa do sangrento combate que põe fim à revolta. Depois da vitória, Quaresma é designado para o cargo de carcereiro, onde testemunha as injustiças que são infligidas aos derrotados, em sua maioria pobres e de baixa patente.

Sem conseguir se conter, Policarpo denuncia tais vilanias em carta dirigida ao Presidente, mas termina preso por traição. No cárcere, Quaresma remói seu passado e reavalia suas convicções. Enquanto aguarda seu triste fim em um escuro e abjeto calabouço, seu amigo Ricardo e sua afilhada Olga tentam libertá-lo, mas não encontram apoio entre os demais “amigos” do Major, receosos de se indisporem contra o regime.

Termina assim a triste saga (e os dias) desse modesto herói nacionalista. Personagens Policarpo Quaresma: personagem principal, é nacionalista, idealista e ingênuo. Íntegro, discreto, cordial e estudioso, é incapaz de perceber os movimentos mesquinhos e egoístas que o cercam, ao mesmo tempo em que devota cega paixão à “Pátria”.

Adelaide: irmã de Policarpo, mora com ele e o acompanha ao longo de toda história. Mais pragmática que o irmão, é incapaz de compreender as motivações dele. Ricardo Coração dos Outros: trovador, foi professor de violão de Policarpo Quaresma. Torna-se seu amigo e compartilha com Policarpo o gosto pelas canções populares.

Fiel até o último momento, busca ajuda para tentar libertar o major quando este é preso. Olga: afilhada de Policarpo, é inteligente e possui uma relação de carinho com o padrinho. Casa-se por obrigação (ou por preguiça) com Armando Borges, a quem ela passa a desprezar, embora mantenha o casamento, convencida de que os homens são todos iguais.

Olga, junto com Ricardo e Coleoni, seu pai, são os verdadeiros amigos de Quaresma. Vicente Coleoni: pai de Olga, é um imigrante italiano grato a Policarpo por este ter-lhe emprestado dinheiro em um momento de dificuldade de seu passado. Armando Borges: marido de Olga, é um homem ambicioso e superficial.

Apesar de formado em Medicina, percebe-se logo que ele não é movido pelos estudos e nem pela leitura, muito menos pelo desejo de ajudar o próximo. General Albernaz: vizinho de Quaresma, embora sempre se refira à guerra do Paraguai, nunca participou de uma só batalha.

Sua principal preocupação é casar as cinco filhas e garantir os proventos necessários ao luxo da família. Ismênia: uma das filhas de Albernaz, tem um noivado de cinco anos frustrado pelo sumiço de seu noivo. Obcecada pela ideia de casar-se, a jovem fica louca e adoece. Ao morrer, é enterrada com seu vestido de noiva, conforme seu desejo.

Almirante Caldas: amigo de Albernaz, costuma discutir questões de promoção e de proventos com o general. Assim como Albernaz, cita muitas batalhas, sem nunca ter participado de nenhuma. Genelício: jovem “promissor”, em ascensão na carreira pública, é um bajulador, cheio de artimanhas para agradar aos chefes e subir de cargo.

Alcança, assim, altas posições como empregado do Tesouro e torna-se genro do General Albernaz. Major Bustamante: amigo de Caldas e de Albernaz, o militar engrossa o coro de altas patentes pouco afeitas ao combate. Promovido a Tenente-Coronel durante a revolta da Marinha, comanda o batalhão Cruzeiro do Sul, onde Quaresma serve, mas prefere dedicar-se com esmero à escrituração dos livros e aos controles burocráticos.

Maria Rita: idosa pobre, ex-escrava, trabalhou na casa de Albernaz há muitos. É procurada por ele e por Quaresma, em busca de cantigas populares brasileiras. Felizardo: fiel servo de Policarpo, muda-se com ele para o sítio do Sossego, ajudando-o na lida da terra.

  1. Doutor Campos: presidente da Câmara de Curuzu, município onde se situa o sítio do Sossego, tenta corromper Quaresma que, ao se recusar, passa a ser tratado como inimigo político.
  2. Marechal Floriano: presidente do Brasil de 1891 a 1894, conduz o governo em meio a uma revolta que pede a sua deposição.
  3. Recebe Quaresma pessoalmente e o trata com cordialidade, mas despreza o manuscrito em que Policarpo apresenta propostas para o desenvolvimento do Brasil.

: Triste fim de Policarpo Quaresma (resumo)

O que a obra Policarpo Quaresma quis retratar para o Brasil

Análise e Considerações sobre o romance Triste Fim de Policarpo Quaresma de Lima Barreto – Brasil Escola

  • O livro “Triste fim de Policarpo Quaresma”, escrito por Lima Barreto (que foi um jornalista e um dos maiores escritores brasileiros) foi, de maneira inicial publicado no modo folhetim no ano de 1911 e após alguns anos, publicado em livro no ano de 1915.
  • Essa obra/romance descreve, traça, a questão do nacionalismo, patriotismo do personagem principal que é Policarpo Quaresma, um patriota ativo, fervoroso, exaltado pelo amor ao seu país (Brasil).
  • Ao mesmo tempo em que o romance retrata e apresenta ao leitor, o sonho de um Brasil ideal, apresenta uma sátira sem compaixão, mas bem humorada do Brasil oficial e sua sociedade burguesa, que se preocupava apenas com seus interesses, da era do então Presidente da República do Brasil; o Marechal Floriano Peixoto.
  • Em “Triste fim de Policarpo Quaresma”, verificamos e entendemos as razões do sonho de Quaresma, como já dissemos, um patriota exaltado que enxerga o país como um lugar esplêndido, maravilhoso, cheio de farturas (em suas terras, na sua natureza) e facilidades.
  • Na visão de Quaresma, essa visão maravilhosa sobre o Brasil, o orienta no desígnio de uma possível reforma nacional (cultural, política e econômica), assim sendo, uma reforma na língua portuguesa (substituindo-a pela língua indígena tupi), na agricultura (o Brasil deveria ser um país agrícola, por possuir terras fartas) e política (tornando o Brasil um país forte, com um governo poderoso e enérgico), entre outros ideais.
  • Todas essas reformas, propostas no ideal de Quaresma, despertariam a pátria (Brasil), de maneira inicial, ignorante, para se tornar uma nação forte e pertencente às grandes nações do mundo.
  • Nesta narrativa de Lima Barreto, por conseguinte, este acaba por desconstruir, de maneira crítica, o ideal romântico do Brasil idealizado por Quaresma, demonstrando ao longo deste romance, uma grande distância entre o Brasil sonhado por Quaresma, e o Brasil real, verdadeiro.
  • Ao analisarmos os pontos importantes desta obra, Lima Barreto esboça, organiza um perfil irônico e até mesmo sarcástico do funcionalismo público no Brasil, resultando em uma sequência de metáforas com relação à burocracia brasileira, que na visão do autor, era formada de maneira geral, por pessoas sem perseverança, consistência moral ou profissional para ocuparem seus postos de trabalho.
  • Lima Barreto ridiculariza, de forma muito bem humorada, um Brasil onde prevalece um General que não participa de nenhuma batalha (General Albernaz) e um Almirante que não possui navio para ocupar seu posto (Almirante Caldas).
  • Nesta obra, percebemos o estilo de Lima Barreto como sendo mais realista, quase uma narrativa literária pessoal (já que Lima Barreto era funcionário público e conhecia a realidade burocrática brasileira), sendo esta obra uma denúncia social sobre o verdadeiro Brasil, com todos os seus problemas.
  • Outro ponto importante a ser destacado nesta análise diz respeito ao tratamento das relações interpessoais descritas por Lima Barreto, ao retratar de maneira amável e afetuosa as relações mais íntimas do personagem de Quaresma como por exemplo: a personagem de Adelaide, irmã de Quaresma, a quem Quaresma tinha grande afeto,o personagem Ricardo Coração dos Outros, que até o final do romance se mostra um fiel amigo de Quaresma, e da personagem Olga, sua querida afilhada.
  • Continuando nossa análise, este romance se intercala em 3 (três) estágios diferentes, o que corresponde às 3 (três) partes desta obra.

A primeira parte relata a vida do personagem principal, Policarpo Quaresma, como funcionário público na cidade do Rio de Janeiro; a segunda parte relata o personagem principal como um simplório proprietário rural e a realidade agrícola do país. A terceira parte relata Quaresma como soldado voluntário na Revolta da Armada em 1893 (movimento de rebelião promovido por unidades da Marinha do Brasil em oposição política contra o Governo de Floriano Peixoto) e sua final desilusão com as questões e reformas nacionais que sempre defendeu.

  1. Primeira Parte: Na primeira parte deste romance Quaresma é um funcionário público com idéias bastante patrióticas, um ufanista (alguém influenciado pelas riquezas do Brasil, de maneira exagerada), possuía hábitos e maneiras conservadoras,arraigadas em ideias extremamente nacionais. Tudo o que era relacionado com o Brasil era muito importante para Policarpo Quaresma. Este era solteiro e morava no Rio de Janeiro com sua única irmã Adelaide, que também não havia se casado.
    1. Seu patriotismo exagerado acaba se tornando uma obsessão para Quaresma, que tinha como idéia firme, fixa, a de salvar o país por meio de reformas culturais, econômicas e políticas.
    2. Essas idéias acabam se tornando perigosas para ele mesmo, já que este acaba sendo internado em um sanatório da Praia das Saudades (em dias atuais podemos dizer que sanatório é um hospital psiquiátrico).
    3. Isso se deveu ao fato de ter escrito um ofício, na repartição pública em que trabalhava, sobre assuntos de expediente, sem se dar conta (de forma inocente) na língua tupi, ou seja, traduziu a peça (ofício) original em português para o idioma indígena.
    4. Esse acontecimento lhe rende uma suspensão na repartição onde trabalhava e, por conseqüência, como já mencionamos, uma a internação no sanatório por um período de 6 (seis) meses,
  2. Segunda Parte: Após a internação de Quaresma, este se recupera física e mentalmente,e, ao deixar o sanatório,Quaresma já não pensava, tencionava em ideias de reformar o Brasil pelo meio cultural. Nesta segunda parte, encontramos um Policarpo Quaresma que acreditava que os problemas econômicos do Brasil seriam solucionados por meio de uma reforma na agricultura, o que resulta na mudança de sua residência, ou seja, Quaresma deixa o Rio de Janeiro com sua irmã Adelaide e se muda para o Sítio do Sossego, que se situava a 2 (duas) horas do Rio de Janeiro por estrada de ferro. Após se instalar no Sítio do Sossego, Quaresma importa revistas sobre agricultura e compra maquinários agrícolas para começar a plantar de tudo um pouco em suas terras.Dessa maneira, esperava grandes colheitas de frutas, grãos, legumes, entre outras.
    • Entretanto, em pouco tempo vivendo no interior, e tentando plantações em seu sítio, Quaresma se vê vencido, dominado pela má qualidade do solo de suas terras, pelo capim que as cobria, pelas plantações que não prosperavam tornando-se sujas e cheias de galhos mortos.
    • Ao final, portanto, encontramos Policarpo Quaresma derrotado pela má qualidade do solo, uma política local mesquinha, a que Quaresma não se envolveria, e pelas saúvas, que eram aos milhares e invadiam a despensa do sítio carregando as reservas de alimentos de Quaresma.
    • Assim sendo, após Quaresma perder tudo o que havia investido no Sítio do Sossego, resolve voltar ao Rio de Janeiro com o intuito de se alistar como soldado voluntário, para salvar sua pátria,no movimento da Revolta da Armada, revolta esta que estava ocorrendo na cidade do Rio de Janeiro.
  3. Terceira Parte: Devidamente instalado no Rio de Janeiro, Quaresma alista-se no exército em favor do Governo de Floriano Peixoto. Nesta altura, Quaresma está fervoroso, ativo ao imaginar um governo forte e resistente à oposições políticas. Quaresma crê em uma administração governamental forte, respeitada, inteligente e com leis sábias, e portanto, dessa maneira, a pátria seria feliz. Todavia, ao obter uma entrevista com o Presidente Floriano Peixoto, Quaresma acaba por se sentir muito decepcionado, desapontado com a figura de Floriano. Na visão de Quaresma, Floriano Peixoto acabou se revelando um homem preguiçoso, displicente, vulgar, sem qualidades intelectuais, entre outras impressões negativas.
    1. Quando a Revolta da Armada é abafada e contida, de maneira vitoriosa, pelo exército de Floriano Peixoto, Quaresma, então é enviado para a Ilha das Enxadas com a função de carcereiro dos prisioneiros capturados de guerra.
    2. Esses prisioneiros são levados, sem nenhum direito a julgamento e defesa, para sumário fuzilamento por ordem expressa de Floriano Peixoto.
    3. Quaresma, ao tomar conhecimento do final trágico a que seriam submetidos os prisioneiros de guerra, redige uma carta ao Presidente Floriano Peixoto, expressando seu descontentamento com a atitude extrema, e com a falta de respeito aos direitos humanos dos prisioneiros que deveriam ter um julgamento justo.
    4. No que se segue, Quaresma é preso, por ordem de Floriano Peixoto, e enviado à Ilha das Cobras como prisioneiro de guerra.
    5. Por fim, Quaresma acaba tendo o mesmo fim trágico dos prisioneiros de guerra por cujos direitos protestou e defendeu.

Referência: Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto (Coleção LER É APRENDER, do Jornal O Estado de S. Paulo, 1997). : Análise e Considerações sobre o romance Triste Fim de Policarpo Quaresma de Lima Barreto – Brasil Escola

Como Policarpo Quaresma era conhecido por todos?

Autores – Resumos – TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA O funcionário público Policarpo Quaresma, nacionalista e patriota extremado, é conhecido por todos como major Quaresma, no Arsenal de Guerra, onde exerce a função de subsecretário. Sem muitos amigos, vive isolado com sua irmã Dona Adelaide, mantendo os mesmos hábitos há trinta anos.

  1. Seu fanatismo patriótico se reflete nos autores nacionais de sua vasta biblioteca e no modo de ver o Brasil.
  2. Para ele, tudo do país é superior, chegando até mesmo a “amputar alguns quilômetros ao Nilo” apenas para destacar a grandiosidade do Amazonas.
  3. Por isso, em casa ou na repartição, é sempre incompreendido.

Esse patriotismo leva-o a valorizar o violão, instrumento marginalizado na época, visto como sinônimo de malandragem. Atribuindo-lhe valores nacionais, decide aprender a tocá-lo com o professor Ricardo Coração dos Outros. Em busca de modinhas do folclore brasileiro, para a festa do general Albernaz, seu vizinho, lê tudo sobre o assunto, descobrindo, com grande decepção, que um bom número de nossas tradições e canções vinha do estrangeiro.

  • Sem desanimar, decide estudar algo tipicamente nacional: os costumes tupinambás.
  • Alguns dias depois, o compadre, Vicente Coleoni, e a afilhada, Dona Olga, são recebidos no melhor estilo Tupinambá: com choros, berros e descabelamentos.
  • Abandonando o violão, o major volta-se para o maracá e a inúbia, instrumentos indígenas tipicamente nacionais.

Ainda nessa esteira nacionalista, propõe, em documento enviado ao Congresso Nacional, a substituição do português pelo tupi-guarani, a verdadeira língua do Brasil. Por isso, torna-se objeto de ridicularizarão, escárnio e ironia. Um ofício em tupi, enviado ao Ministro da Guerra, por engano, levá-o à suspensão e como suas manias sugerem um claro desvio comportamental, é aposentado por invalidez, depois de passar alguns meses no hospício.

Após recuperar-se da insanidade, Quaresma deixa a casa de saúde e compra o Sossego, um sítio no interior do Rio de Janeiro; está decidido a trabalhar na terra. Com Adelaide e o preto Anastácio, muda-se para o campo. A idéia de tirar da fértil terra brasileira seu sustento e felicidade anima-o. Adquire vários instrumentos e livros sobre agricultura e logo aprende a manejar a enxada.

Orgulhoso da terra brasileira que, de tão boa, dispensa adubos, recebe a visita de Ricardo Coração dos Outros e da afilhada Olga, que não vê todo o progresso no campo, alardeado pelo padrinho. Nota, sim, muita pobreza e desânimo naquela gente simples.

Depois de algum tempo, o projeto agrícola de Quaresma cai por terra, derrotado por três inimigos terríveis. Primeiro, o clientelismo hipócrita dos políticos. Como Policarpo não quis compactuar com uma fraude da política local, passa a ser multado indevidamente.O segundo, foi a deficiente estrutura agrária brasileira que lhe impede de vender uma boa safra, sem tomar prejuízo.

O terceiro, foi a voracidade dos imbatíveis exércitos de saúvas, que, ferozmente, devoravam sua lavoura e reservas de milho e feijão. Desanimado, estende sua dor à pobre população rural, lamentando o abandono de terras improdutivas e a falta de solidariedade do governo, protetor dos grandes latifundiários do café.

  • Para ele, era necessária uma nova administração.
  • A Revolta da Armada – insurreição dos marinheiros da esquadra contra o continuísmo florianista – faz com que Quaresma abandone a batalha campestre e, como bom patriota, siga para o Rio de Janeiro.
  • Alistando-se na frente de combate em defesa do Marechal Floriano, torna-se comandante de um destacamento, onde estuda artilharia, balística, mecânica.

Durante a visita de Floriano Peixoto ao quartel, que já o conhecia do arsenal, Policarpo fica sabendo que o marechal havia lido seu “projeto agrícola” para a nação. Diante do entusiasmo e observações oníricas do comandante, o Presidente simplesmente responde: “Você Quaresma é um visionário”.

Após quatro meses de revolta, a Armada ainda resiste bravamente. Diante da indiferença de Floriano para com seu “projeto”, Quaresma questiona-se se vale a pena deixar o sossego de casa e se arriscar, ou até morrer nas trincheiras por esse homem. Mas continua lutando e acaba ferido. Enquanto isso, sozinha, a irmã Adelaide pouco pode fazer pelo sítio do Sossego, que já demonstra sinais de completo abandono.

Em uma carta à Adelaide, descreve-lhe as batalhas e fala de seu ferimento. Contudo, Quaresma se restabelece e, ao fim da revolta, que dura sete meses, é designado carcereiro da Ilha das Enxadas, prisão dos marinheiros insurgentes. Uma madrugada é visitado por um emissário do governo que, aleatoriamente, escolhe doze prisioneiros que são levados pela escolta para fuzilamento.

  • Indignado, escreve a Floriano, denunciando esse tipo de atrocidade cometida pelo governo.
  • Acaba sendo preso como traidor e conduzido à Ilha das Cobras.
  • Apesar de tanto empenho e fidelidade, Quaresma é condenado à morte.
  • Preocupado com sua situação, Ricardo busca auxílio nas repartições e com amigos do próprio Quaresma, que nada fazem, pois temem por seus empregos.

Mesmo contrariando a vontade e ambição do marido, sua afilhada, Olga, tenta ajudá-lo, buscando o apoio de Floriano, mas nada consegue. A morte será o triste fim de Policarpo Quaresma. : Autores – Resumos – TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA

Por que Policarpo Quaresma é comparado a Dom Quixote

Um dos traços que marcam tanto Policarpo Quaresma quanto Dom Quixote é a posição social de respeito que ocupavam. O primeiro tinha como prenome o título de Maior (sem ser de fato), e o segundo tinha também fumos de nobreza, pois possuía o título de Fidalgo.

Por que o nome Policarpo Quaresma?

Do grego Polykarpos, ‘de muitos frutos’. Nome do personagem central da obra-prima do escritor brasileiro Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma, de 1915.

Por que Policarpo é considerado nacionalista ufanista?

Policarpo Quaresma é versão brasileira de Dom Quixote O Triste Fim de Policarpo Quaresma é provavelmente o livro mais conhecido de Lima Barreto. Trata-se de quase concepção de um Dom Quixote nacional. Policarpo remete-nos aos heróis picarescos, é Tartarin de Taráscon, outro exemplo deste tipo de herói. O Policarpo Quaresma é personagem de Lima Barreto que substancializa o problema nacional brasileiro.

Trata-se de alternativa bem-humorada e sardônica para as propostas formalistas e europeizantes da época, centradas em autores como Gustavo Barroso, Alberto Torres e Coelho Neto, que imaginavam um Brasil asséptico, que não refletia a imagem que visitantes faziam de nós, a exemplo dos relatos colhidos nas expedições de William James e de Theodore Roosevelt, americanos — um filósofo, outro político — que se aventuraram pela Amazônia.

Nacionalista, ufanista, preocupado com as coisas do país, Policarpo pretende falar tupi, e deixar de lado o português, símbolo glotológico de interferências externas. Policarpo é referência da presidência Floriano Peixoto, o marechal de ferro, que o romance descreve como obtuso e atrabilhiário.

  • O enredo é muito bem engendrado.
  • Por conta da insistência de Policarpo em utilizar o tupi como língua nacional, tem-se como consequência a forte suspeita da alienação mental do herói.
  • Aposentado por invalidez, Policarpo viverá num sítio, onde se entusiasmou pela agricultura.
  • Os fortes da política local — com quem não compactuou —, a saúva e a impossibilidade de vender a safra o levaram a bancarrota.

O major seguiu para o Rio de Janeiro, com o objetivo de combater ao lado do marechal Floriano Peixoto, ao longo da Revolta da Armada. Tornou-se carcereiro na ilha na qual os revoltosos eram mantidos presos. Indignou-se contra a aleatória escolha de doze presos que seriam executados.

Enviou uma carta ao presidente Floriano Peixoto, o que resultou em seu indiciamento como traidor, e a condenação à pena de morte, o seu triste fim. Policarpo é um major, patético, cômico, suburbano. Seu nacionalismo é ridículo, seu apego para com tudo o que é brasileiro indício de destempero mental. Atemorizado por insetos e saúvas, Policarpo Quaresma representa um progresso inexistente.

Fisicamente, o major parecia ser bem tipicamente brasileiro.O patriotismo era sua marca mais recorrente. O Policarpo Quaresma era um estudioso do Brasil, de nossas coisas, de nossa história, de nossas riquezas. Estudava a língua dos índios, com dedicação, e a literatura indianista.

Fazia de tudo que o circundava algo que se relacionasse com os nativos, reais e imaginários. A biblioteca do major bem poderia ser a própria biblioteca de Lima Barreto, descrição que aponto gostos e tendências do tempo retratado. A origem do major era confusa, ainda que indubitavelmente brasileira. O major Policarpo Quaresma pretendia mudar o Brasil, colaborar com as alterações que se faziam necessárias, sugerir, agir; era chegado o momento de se reconhecer a força de nosso país.

Um inusitado requerimento do major Policarpo fora dirigido à Câmara. O major pretendia — simplesmente — que se abandonasse o português e que se adotasse o tupi como língua nacional. O inusitado requerimento do major chamou a atenção sobre a pessoa. O Policarpo Quaresma passou a ser ridicularizado, assunto dos jornais, e de todo tipo de comentário maledicente.

A situação era constrangedora, abalando o major; a exposição ao público era transtorno. Na repartição onde trabalha o major tornou-se motivo também de pilhéria e de certa irritação, que revelava a falsidade e a pequenez da vida burocrática. Lima Barreto parece descrever a repartição na qual trabalhava, ambiente que talvez contenha um pouco de todas as repartições onde se deixam vidas e sonhos.

Aposentado, o major seguiu para o campo; passa a viver no sítio Sossego. O local, imagina Lima Barreto, não era feio, mas não era belo. Policarpo Quaresma dedicou-se à agricultura, com toda intensidade, como intensamente fazia tudo na vida. Começava vida nova, com a paixão que imprimia a tudo que fazia.

Tudo planejava. Inventariava. Classificava. Lia furiosamente. Estudava botânica, zoologia, mineralogia, geologia. Desentendendo-se com os poderosos locais, enfrentando as saúvas e as dificuldades de produzir no Brasil, o major retornou para o Rio de Janeiro. Ajudaria ao presidente Floriano Peixoto, cujo governo era ameaçado pela insurgente Revolta da Armada.

Setores da Marinha desafiavam o Marechal de Ferro. Floriano empolgava a classe média, os militares de médio escalão e a juventude positivista. No Rio de Janeiro, no entanto, vicejava ambiente de conflito interno, com as perseguições, facções, conchavos.

  • Floriano contava com apoio, e em seu nome se agia com espírito jacobino, ainda não visto no Brasil.
  • Entre os militares era forte o sentimento de satisfação.
  • O espírito de autoridade triunfava, e o país parecia a caminho da organização.
  • O positivismo também triunfava, a matemática parecia ter todas as soluções, o Brasil entrava no rumo certo.

Finalmente, Policarpo foi recebido por Floriano Peixoto. Entusiasmo, respeito, desinteresse por qualquer condecoração ou prebenda, a admiração de Policarpo por Floriano era sincera. Lima Barreto, que não tinha razões para elogiar ou enaltecer Floriano, descreve o Presidente, com ironia e sarcasmo.

  1. Envolvido nas forças que combatiam os rebeldes, já reconhecido como visionário, Policarpo Quaresma fora ferido em combate.
  2. Indicado para trabalhar como carcereiro, Policarpo vigiaria os marinheiros rebeldes.
  3. A nova função fora pelo herói recebida com muita insatisfação.
  4. Policarpo revoltou-se com a escolha aleatória de 12 detentos que seriam executados.

Sua insurgência foi recompensada com a acusação de que era traidor, circunstância reprimida com a pena capital. Os áulicos, os aduladores, permaneceram ao lado de Floriano. O herói encara um triste fim, com triste também fora o fim de Lima Barreto, morrendo logo depois do próprio pai, quando ambos se encontravam internados num hospício, vitimados pelo alcoolismo.

Qual é a imagem que Policarpo tinha do povo brasileiro?

Qual a imagem idealizada que Policarpo tinha do povo brasileiro? Resposta: Um povo doce, colaborativo.

Onde Policarpo Quaresma morre?

Contexto – Sobre o autor Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 1881 no Rio de Janeiro. Órfão de mãe, tem uma brilhante trajetória na escola. Quando adulto, é jornalista, trabalha no Ministério da Guerra e escritor. É internado num hospício. Falece no Rio de Janeiro em 1922.

  1. Além de cinco romances publicados, publicou sátiras, contos, artigos e crônicas.
  2. Importância do livro O Triste Fim de Policarpo Quaresma, inicialmente, foi publicado no ano 1911 através de folhetins no Jornal do Comércio.
  3. Só após cinco anos é que foi publicado em forma de livro, custeado pelo próprio autor.

Assim que publicado, foi aclamado pela crítica, diferentemente de sua primeira obra, Recordações do escrivão Isaías, Período histórico As histórias de Policarpo se passam durante os primeiros anos da República; precisamente durante o governo de Floriano Peixoto (1891 – 1894).

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