Usher tinha 15 anos quando lançou seu primeiro álbum, em 1994. Agora, cerca de 30 anos depois, o cantor de R&B se apresentará em seu primeiro show no intervalo do Super Bowl. Nesse período, ele vendeu mais de 80 milhões de discos em todo o mundo e ganhou oito Grammys.
Alguns foram pegos de surpresa com o anúncio de que Usher estaria comandando o show deste ano, mas aqueles que acompanharam a evolução do cantor sentem que isso já era algo esperado há muito tempo.
“Ele é uma das maiores demonstrações de carisma que já vimos”, afirma Nicolas-Tyrell Scott, crítico musical radicado em Londres, à CNN. “Deveria ter acontecido anos antes? Sim. Mas isso ainda está acontecendo? Sim. Então, isso significa que ele é uma certa categoria de artista. Ele é padrão ouro.”
Peça a qualquer criança que cresceu nos anos 2000 para se lembrar de uma música que ouviu repetidamente durante a infância e há uma boa chance de você ouvir o nome Usher.
Nas últimas três décadas, a música do cantor provou ser uma constante na Billboard Hot 100 dos Estados Unidos. As canções de R&B, remixes pop e colaborações com outros artistas o mantiveram nos holofotes da cena musical de uma forma que poucos artistas conseguiram.
É fácil esquecer que Usher não teve sucesso imediato. O álbum de estreia – “Usher“, lançado em 1994 – mal chamou a atenção da imprensa.
Em 1997, a situação começou a virar. O segundo álbum, “My Way“, com “You Make Me Wanna“, alcançou o segundo lugar nas paradas e permaneceu lá por 47 semanas.
Usher aprimorou sua arte com o álbum de 2001, “8701“, com “U Got It Bad“, que passou seis semanas no primeiro lugar nas paradas da Billboard dos Estados Unidos.
O cantor também ganhou seu primeiro Grammy de melhor performance vocal masculina de R&B pela música “U Remind Me“, do mesmo álbum.
O álbum “Confessions“, de 2004, foi sua obra-prima, levando para casa dezenas de prêmios e marcando o lançamento daquela que – até hoje – continua sendo sua música mais popular: “Yeah!“, uma colaboração com Lil Jon e Ludacris.
À medida que o R&B começou a evoluir e o público começou a se afastar do gênero em favor de outros estilos musicais, Usher se adaptou – colaborando com Nicki Minaj na música “Lil Freak“, lançada no álbum “Raymond v. Raymond“, de 2010.
O projeto contou com outra música pop amplamente tocada, “DJ Got Us Fallin’ In Love Again“, e o single “OMG“, em que Usher colaborou com will.i.am.
“Ele meio que fundiu R&B e pop, na verdade, durante esta época”, observa Scott. Mas, acrescenta o crítico, o R&B sempre permanece no centro do trabalho de Usher. “Usher sempre foi R&B. Na verdade, não houve um projeto que se desvie desse terreno em termos do cerne do projeto.”
Permanecer sendo um elemento básico em uma cultura musical em constante mudança não é simples, e Scott diz que é um testemunho da ética de trabalho e da criatividade de Usher o fato de ele ter encontrado maneiras de permanecer relevante com uma nova geração de ouvintes, do YouTube ao TikTok, uma residência em Las Vegas e uma performance na série Tiny Desk, da NPR.
“Ele é o galã do R&B“, finaliza Scott.
Usher terá aqueles que vieram antes dele em mente quando subir ao palco do Super Bowl neste domingo (11). “Penso em todos os artistas de R&B que carrego neste momento“, afirmou o músico, em entrevista ao programa Good Morning America.
Na verdade, ele está nos ombros de gigantes do R&B. Mas para o gigante desta geração, não há lugar mais adequado do que um dos maiores palcos que existe.
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