“Entendemos que é uma ordem de prisão feita pelo juiz, mas, se vemos a hora, a comunicação do procurador é de ontem às 17h11 da tarde e Rocío San Miguel foi detida na sexta-feira 9 às 17h30 da manhã. Segundo a Constituição aqui da Venezuela, ela deveria ser conduzida em 48h diante de um juiz que controle a legitimidade da detenção e, sobre isso, o procurador-geral não informou absolutamente nada”, diz o advogado.
Dois dias após o desaparecimento da advogada, o procurador-geral Tarek Willian Saab informou, através de sua conta na rede social X, a detenção da presidente da ONG Controle Cidadão. Rocío foi apresentada junto com seu ex-companheiro, sem ter direito a um advogado.
“Hoje (terça-feira) mesmo fomos ao escritório que se encarrega de distribuir assuntos em nossos tribunais penais na área metropolitana de Caracas, para saber se recebeu uma informação adicional e o único assunto que tramita ali é o que se relaciona com a ação de amparo constitucional que apresentamos esta manhã. Não há nenhum outro assunto onde apareça Rocío San Miguel como investigada, como alguma petição da promotoria ou algum expediente contra ela. Então nos preocupa muito esta situação”, diz Juan González.
Rocío San Miguel estava prestes a subir em um avião rumo ao exterior em companhia da filha. Na tarde da segunda-feira (12), Juan González, o advogado de Rocío San Miguel, declarou que a ativista está sob “desaparecimento forçado”. Ele informou ter percorrido diversos centros de detenção na capital venezuelana sem, no entanto, descobrir o paradeiro da advogada de 57 anos.
Juan González informou que cinco familiares de Rocío San Miguel estão também desaparecidos: a filha Miranda Díaz San Miguel, os irmãos Miguel Ángel e Alberto, o ex-marido Victor Díaz, e Alejandro González. O advogado da ativista entrou com uma ação de amparo para saber onde Rocío San Miguel está detida e qual tribunal foi designado para o caso.
(RFI e AFP)