Assim que foi anunciado como diretor de “Fazendo Meu Filme”, adaptação cinematográfica do livro da escritora mineira Paula Pimenta, Pedro Antônio recebeu uma mensagem em seu Instagram de uma fã estarrecida, já sentindo o gostinho da responsabilidade de comandar um filme baseado em best seller.

“’Como assim, você, um homem velho, vai falar de uma personagem tão rica, tão incrível?’, escreveu no meu DM. ‘Calma, me dá uma chance’, respondi para ela. Ao adaptar um best seller, você passa por essas aventuras”, lembra o realizador, já mais aliviado ao ver o filme estrear hoje na Prime Video.

Filho do falecido cineasta mineiro Paulo Thiago, ele assinala que um livro com tantos fãs é sempre um motivo de preocupação  “porque, se eles não gostarem do filme, será um problema. Vou ser caçado a vida inteira como aquele cara que assassinou o livro da vida daquelas pessoas”, diverte-se.

Em pleno feriado de Carnaval, Pedro não larga mão do segundo livro da série protagonizada pela adolescente Estefânia (ou melhor, Fani, como já vai logo deixando claro na história). Um forte indício de que o cineasta não abrirá mão de fazer a segunda parte, se confirmada a boa recepção do primeiro.

Durante a realização, a dobradinha com a escritora deu bastante certo – ela também assina o roteiro, juntamente com Bruna Horta, Marcelo Saback e do diretor. Reverente às raízes paternas, Pedro conta que o a origem mineira da autora foi um dos aspectos que lhe seduziu em “Fazendo Meu Filme”.

“A maneira de ser e de viver que os adolescentes do livro tem espelha um pouco um imaginário meu sobre a família. E Paula, com aquele jeitinho dela, bem mineirinha e quieta, é muito vibrante e talentosa. O livro é muito bem escrito ao tratar a psiquê de uma personagem de 16 para 17 anos, vivendo todo esplendor da adolescência”, analisa.

Mineiro com sotaque e cenários bem marcados, o filme não é. “Tinha uma coisa, num primeiro momento, de querer que o filme fosse muito mineiro, com sotaque, mas depois comecei a perceber que essa localização geográfica estava mais no campo da homenagem a uma literatura, sem um personagem que determinasse essas características”.

Pedro Antônio frisa que o livro publicado em 2008 é todo em primeira pessoa, com uma escrita minimalista, “com cada fragmento de pensamento e sentimento sendo o foco, mais até do que a busca de explorar uma certa regionalidade. O que acontece com a Fany é muito universal. Poderia acontecer em Minas, no Rio e em São Paulo”.

Ele revela que a busca de fidelidade à obra, encampada por Paula, ajudou por um lado e atrapalhou por outro. “Me atrapalhou porque eu tinha que me forçar a não deixar cair na literatura. E me ajudou porque esse exercício de trazer para o cinema abriu o diálogo. Sou um cineasta e não um escritor”, pondera.

“Tínhamos que fazer daquela dupla uma nova obra. E isso ficou muito claro para a Paula, pois chegou um momento em que ela ficou muito mais atenta à história do que às cenas, ao que eu fazia. Ela me deixou muito livre para construir a narrativa”, explica Pedro, que se diz encantado com a simplicidade da história.

“Paula está menos preocupada com um fato épico, como salvar alguma coisa, do que com o que essa personagem sente. Fani é uma menina que adora cinema e que dialoga o tempo inteiro com a gente, que está encontrando o primeiro amor da vida dela. Embora seja uma narrativa muito simples, a beleza cinematográfica está no fato de as personagens serem muito verdadeiras”, pondera.

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