Astrônomos usando o Câmera MIRI (Instrumento de infravermelho médio) a bordo do Telescópio Espacial James Webb da NASA/ESA/CSA capturaram uma nova foto impressionante da nuvem molecular L1527.
L1527, mostrada nesta imagem do instrumento MIRI de Webb, é uma nuvem molecular que abriga a protoestrela IRAS 04368+2557. A luz azul mais difusa e as estruturas filamentosas na imagem vêm de compostos orgânicos conhecidos como hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs), enquanto o vermelho no centro desta imagem é uma camada espessa e energizada de gases e poeira que envolve a protoestrela. A região no meio, que aparece em branco, é uma mistura de PAHs, gás ionizado e outras moléculas. Crédito da imagem: NASA / ESA / CSA / STScI.
L1527, também conhecido como LDN 1527, está localizado a aproximadamente 447 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Touro.
Uma protoestrela infantil chamada IRAS 04368+2557 está inserida na nuvem molecular, que faz parte da região de formação estelar de Touro.
IRAS 04368+2557 tem apenas 100.000 anos — um corpo estelar relativamente jovem.
Dada sua idade e seu brilho na luz infravermelha distante, a estrela é considerada uma protoestrela de classe 0, o estágio inicial da formação estelar.
O IRAS 04368+2557 hospeda um disco de borda com duas partes desalinhadas.
As partes interna e externa do disco têm planos orbitais ligeiramente diferentes, conectados a 40 a 60 UA (unidades astronômicas) da protoestrela, mas o disco tem simetria pontual em relação à posição da protoestrela.
Observação anterior de Webb de L1527, com NIRCam (câmera de infravermelho próximo)permitiu que os astrônomos observassem essa região e revelassem essa nuvem molecular e protoestrela em cores opacas e vibrantes.
Tanto a NIRCam quanto a MIRI mostram os efeitos dos fluxos, que são emitidos em direções opostas ao longo do eixo de rotação da protoestrela à medida que o objeto consome gás e poeira da nuvem circundante.
Esses fluxos assumem a forma de choques de arco na nuvem molecular circundante, que aparecem como estruturas filamentosas por toda parte.
Eles também são responsáveis por esculpir a estrutura brilhante de ampulheta dentro da nuvem molecular, pois energizam, ou excitam, a matéria ao redor e fazem com que as regiões acima e abaixo dela brilhem.
“No entanto, diferentemente da NIRCam, que mostra principalmente a luz refletida na poeira, a MIRI fornece uma visão de como essas saídas afetam a poeira e os gases mais espessos da região”, disseram os astrônomos do Webb em um comunicado.
“As áreas coloridas aqui em azul, que abrangem a maior parte da ampulheta, mostram principalmente moléculas carbonáceas conhecidas como hidrocarbonetos aromáticos policíclicos.”
“A protoestrela IRAS 04368+2557 em si e a densa manta de poeira e uma mistura de gases que a cercam são representadas em vermelho.”
“No meio, o MIRI revela uma região branca diretamente acima e abaixo da protoestrela, que não aparece tão fortemente na visão do NIRCam.”
“Esta região é uma mistura de hidrocarbonetos, néon ionizado e poeira espessa, o que mostra que a protoestrela impulsiona esta matéria para bem longe dela enquanto consome desordenadamente material de seu disco.”
“À medida que IRAS 04368+2557 continua a envelhecer e liberar jatos energéticos, ele consumirá, destruirá e afastará grande parte dessa nuvem molecular, e muitas das estruturas que vemos aqui começarão a desaparecer.”
“Eventualmente, quando terminar de ganhar massa, essa exibição impressionante terminará, e a própria estrela se tornará mais aparente, até mesmo para nossos telescópios de luz visível.”
“A combinação de análises das visualizações do infravermelho próximo e do infravermelho médio revela o comportamento geral deste sistema, incluindo como a protoestrela central está afetando a região circundante.”
“Outras estrelas em Touro, a região de formação estelar onde L1527 reside, estão se formando exatamente assim, o que pode levar à interrupção de outras nuvens moleculares e impedir a formação de novas estrelas ou catalisar seu desenvolvimento.”
